Ministro da Agricultura defende posse de armas por produtores rurais: “Sem arma, viram reféns”

Carlos Fávaro argumenta que medida é necessária para proteção no campo e anuncia plano para expandir internet rural via satélite
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu publicamente, nesta quarta-feira 28, o direito de produtores rurais à posse de armas. “Se o bandido souber que o proprietário está desarmado, ele vira refém por natureza. É defesa pessoal”, afirmou durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
A declaração foi dada em resposta a questionamentos sobre segurança no campo. Fávaro, que disse não ser atirador nem possuir armas pessoalmente, foi enfático: “No campo, a realidade é diferente. A lei precisa reconhecer isso”. O ministro relatou casos de produtores que, sem acesso rápido à polícia, ficam vulneráveis a invasões e roubos.
Além da discussão sobre armas, Fávaro apresentou propostas para melhorar a conectividade rural. Citou o serviço Starlink, da empresa de Elon Musk, como ferramenta estratégica. “Tenho nas propriedades da minha família. É essencial para comunicação e segurança”, disse. O ministro anunciou que negociará com o BNDES uma linha de crédito específica para pequenos produtores adquirirem internet via satélite.
“A internet no campo não é luxo. É acesso a informações meteorológicas, preços de commodities e, claro, chamar ajuda em emergências”, explicou. O plano inclui parcerias para instalação de antenas em áreas remotas.
A fala do ministro reacendeu o debate sobre segurança rural. Enquanto associações de agricultores apoiam a medida – “Bandido não espera a polícia chegar”, disse o presidente da Federação da Agricultura do Mato Grosso –, especialistas em controle de armas alertam para riscos. “Armas em propriedades isoladas, sem treinamento adequado, podem aumentar acidentes”, contrapôs Ivan Marques, do Instituto Sou da Paz.
O governo ainda não detalhou como articulará a proposta com as atuais regras do Estatuto do Desarmamento. Enquanto isso, o sinal verde para internet satelital deve avançar ainda este ano. Para Fávaro, as duas frentes – conectividade e autodefesa – são complementares: “O produtor não pode ficar isolado e indefeso”.
Fonte: Agora RN
