Cerca de 30 empresas nacionais e internacionais ligadas à energia eólica offshore (em alto-mar) se reuniram para promover discussões relativas ao setor em uma rodada de negócios durante a terceira edição do Brazil Offshore Wind & Power-to-X (BOWPX 2025), em Natal. O encontro aconteceu na manhã desta quarta-feira (28), na sede do Sebrae-RN, em Natal. De acordo com Matheus Soares, um dos moderadores da rodada, não há uma projeção do volume de negócios relacionados à rodada, uma vez que a perspectiva é de que a grande maioria deles seja fechada futuramente. O BOWPX foi promovido pelo grupo Creation, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Soares é head de Eólica Offshore da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). Segundo ele, diversos stakeholders (grupos) da área e que oferecem diferentes serviços (logística, transporte e embarcações), marcaram presença em busca de parceiros para empreendimentos que podem surgir a partir do leilão da cessão de áreas para a exploração de energia no mar, prometido pelo Governo Federal para acontecer ainda em 2025. “São parcerias que podem ser fechadas bem lá na frente, portanto, não temos uma projeção de valores nem da quantitativo de negócios que vão surgir daqui”, disse o head.
“Mas para que a gente tenha uma ideia, a cada 1 gigawatt instalado de eólica offshore, são gerados 3,5 bilhões de euros para a economia direta e indiretamente, de acordo com dados da WindEurope. Isso demonstra que a partir desses negócios, a gente pode gerar uma série de efeitos de transbordamento que vão favorecer o setor”, complementa Matheus Sores. Marcello Cabral, diretor de Novas Tecnologias da ABEEólica, ressaltou que uma das principais necessidades do mercado é ter previsibilidade para que investidores possam desenvolver negócios com segurança.
“Esse é um dos pontos de discussão nessa rodada. Precisamos de um melhor detalhamento da lei aprovada para o setor, a qual deve ser construída com portarias e resoluções para garantir maior previsibilidade a quem irá investir. Esse momento aqui serve especialmente para discutir a geração de offshore e ajudar a acelerar a criação de negócios que possam ser fechados”, explicou Cabral.
O evento contou com empresas de equipamentos de operação e manutenção da área, de cabos de fibra para conexão de rede com expertise portuária, empresas de guindastes, barcos e serviços de locação. “Temos uma gama completa de negócios interessados que já trabalham no onshore (eólica em terra) ou que estão migrando da produção de petróleo e gás para a área renovável”, pontuou Marcello Cabral.
Lorena Roosevelt, gerente da unidade de Energia e Negócios do Sebrae-RN, disse que as pequenas empresas do estado têm muito a ganhar com o desenvolvimento da eólica no mar, especialmente a partir da geração de grandes empreendimentos. “O pequeno negócio não é um fornecedor de primeira camada para esse setor”. Daí a importência da Rodada de Negócios.
Fonte: Tribuna do Norte