“O MDB estará na majoritária com vice ou senador”, diz Walter Alves

Foto: CEDIDA

Dentro de praticamente oito meses, o vice-governador Walter Alves (MDB), atualmente na interinidade, passará a ocupar o cargo de governador do Rio Grande do Norte, que já foi por duas vezes do seu pai, Garibaldi Filho, com a renúncia da governadora Fátima Bezerra (PT) para tentar voltar ao Senado Federal em 2027.

Decidido a não disputar a reeleição, Walter Alves disse que seu partido estará na chapa majoritária, com candidato a vice-governador ou a senador, numa aliança política que já tem como pré-candidata à reeleição a senadora Zenaide Maia (PSD).


Alves afirma que a estratégia do MDB é sair em 2026, com oito ou nove deputados estaduais e, a partir disso, eleger o presidente da Assembleia Legislativa, cargo atualmente ocupado pelo deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB), a quem convidou para ingressar no MDB e fazer uma gestão compartilhada do partido.

Que resultado o senhor traz para o Rio Grande do Norte de sua recente visita ao Oriente Médio?
Foi uma viagem positiva, porque participaram governadores, vice-governadores dos estados do Nordeste. Já saímos do Brasil com uma boa largada, porque o governo federal também integra essa comitiva. Estava o ex-ministro Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e diretor do BNDES, estava o diretor do Banco do Brasil, estava o diretor do Banco do Nordeste, estava a Apex. Cada estado poderia apresentar dois projetos para os grupos empresariais do Oriente Médio, apresentamos dois projetos nas áreas de eficiência energética, que está sendo estruturado pelo Banco do Nordeste e o BID. Existe um projeto de R$ 500 milhões, que visa, na verdade, diminuir o custo de energia que o Estado tem com a administração direta em até 40%. O Estado hoje consome cerca de 100 megawatts por ano, o que dá uns R$ 65 milhões. Com essa parceria público-privada que está sendo estruturada pelo Banco do Nordeste, esse custo seria reduzido, e a empresa que for construir essa usina solar, fotovoltaica, faria esse investimento e teria um contrato em torno de 30 anos. Nós fomos a quatro países, Catar, na cidade de Doha, fomos à Arábia Saudita, na capital Riad e na capital dos Emirados Árabes, Abu Dhabi e ainda em Dubai, que tem o maior porto do mundo. Também apresentamos outro projeto importante, que é o Porto Indústria Verde, que é um porto que tem a concepção, a ideia de, basicamente, produzir hidrogênio verde, que todos nós sabemos, que é o combustível do futuro.

Como o senhor avalia a aprovação do Marco Legal do Hidrogênio Verde pelos deputados estaduais?
Quero inclusive, parabenizar a Assembleia Legislativa, isso foi muito importante, porque, por exemplo, existe investimento já aqui no Rio Grande do Norte, de grupos, no Vale do Açu, de R$ 13 bilhões. Com esse marco legal aprovado, vai haver incentivos fiscais. Em Baraúna, um exemplo é a empresa Mizul também quer fazer esse investimento em hidrogênio verde. Já esse porto que também apresentamos no Oriente Médio é um investimento de R$ 5,6 bilhões, uma parceria público-privada para o futuro do Estado, para daqui a cinco, dez e 15 anos, que visa basicamente a indústria verde, a descarbonização, tudo isso para gerar algo em torno de 30 mil empregos, quando for realmente concretizado. No caso do Rio Grande do Norte temos dois portos. O porto ilha de Areia Branca, para escoamento do sal, e tem o porto de Natal. Mas hoje o Estado, com as potencialidades que tem, precisa ampliar. Então, esse porto aí, com a capacidade que o Estado tem, com a potencialidade que a gente tem na fruticultura, agora mesmo existe a possibilidade de mandarmos melão para a China também. Então, esse novo porto, com a fruticultura, o sal, que 90% da produção do Brasil é aqui do Rio Grande do Norte, com o pescado e a mineração, que já está em crescimento, e as energias renováveis, principalmente com o marco legal que foi aprovado agora, esse porto, então, é um porto para o futuro do Rio Grande do Norte, é uma luta que a governadora Fátima Bezerra (PT) tem encampado ao longo do seu mandato, que a gente teve oportunidade de apresentar no Oriente Médio.

Em relação as eleições gerais de 2026, como vai ser o posicionamento do MDB quanto às chapas majoritária e proporcional?
O MDB hoje é o maior partido do estado. Nós temos mais de 40 prefeitos e 30 vice-prefeitos e temos o maior número de vereadores no Rio Grande do Norte. Para 2026, com a desincompatibilização da governadora do Estado, que vai ser a nossa candidata ao Senado Federal, o MDB irá focar para elegermos o maior número de deputados estaduais, deputados federais e iremos participar da composição da chapa majoritária com o candidato a senador ou a vice-governador. Esse é o projeto do partido. E, pode anotar, se Deus quiser, com a ajuda de todos, alguns deputados estão indo para o MDB, outros estão retornando. Vamos sair como o partido mais forte das eleições, vamos trabalhar para isso.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ezequiel (PSDB), fala-se que está a caminho do MDB, levando o que restou da bancada do seu partido na Casa?
Alguns deputados já têm nos dito que vão vir para o MDB. O deputado Dr. Bernardo já está no MDB, o deputado Hermano Moraes (PV) deverá retornar ao MDB. Eu acredito também que o deputado Ubaldo Fernandes e o deputado Kléber Rodrigues (PSDB) possam vir e existe a possibilidade também de ingresso de outros deputados. E houve o convite ao deputado Ezequiel Ferreira com quem eu tenho uma relação muito forte e antiga. Existe um compromisso com o deputado Ezequiel de nós caminharmos juntos em 2026, como ocorreu na eleição passada. Então, eu o convidei para que ele possa vir somar conosco nesse projeto do MDB, que ele está analisando. Ele tem uma relação forte com o presidente nacional do PSDB, Marconi Pirillo e me disse, Walter, vou conversar com o presidente. Portanto, houve o convite, ele está amadurecendo com os seus aliados o melhor caminho para o futuro.

Existe a possibilidade de Ezequiel presidir o MDB no Estado?
O que houve nessa conversa com ele? Venha somar conosco, porque o MDB tem mais de 40 prefeitos, seu grupo tem mais de 20 prefeitos e tem um grupo de deputados estaduais. A gente fica muito forte. E o MDB nacional, que eu faço parte da Executiva Nacional, nós podemos compartilhar isso, dividir junto com os deputados, fazer uma gestão compartilhada, focando no fortalecimento do partido, para que nós possamos eleger de oito a nove deputados estaduais, nós possamos eleger dois deputados federais e que possamos participar com a candidatura de vice-governador ou de senador da República. Então, com certeza, o partido vai estar muito forte, preparado, unido para a luta de 2026.

O senhor já estaria formando uma nova equipe para o secretariado em abril ou manteria alguns desses atuais secretários do governo?
Isso está distante. O que existe e está desenhado é a desincompatibilização da governadora para que ela possa ser a nossa senadora e assumir o Senado em fevereiro de 2027. Mas isso não foi tratado. O MDB, na verdade, tem feito uma interlocução com o MDB nacional. E os resultados aí estão. Por exemplo, o que é que coube ao MDB na gestão da governadora Fátima? Coube a Secretaria de Recursos Hídricos. Nós chamamos um técnico, Paulo Varela, e todos sabem que essa questão hídrica do Estado começou no governo de Garibaldi Filho, que fez o maior programa de adutoras do país. Foram mil quilômetros de adutoras, daqui para Salvador (BA) de adutoras. Assim, muito nos alegra hoje participar da gestão deRecursos Hídricos, que, em parceria com o governo federal, tem avançado muito. Recentemente o presidente Lula esteve aqui inaugurando a barragem de Oiticica, na região do Seridó, que juntamente com a barragem de Apodi, construída no governo de Garibaldi, uma barragem de 600 milhões de m³ e barragem de Umari, com 300 milhões m³ e com as adutoras, como a adutora do Seridó, que deverá ser inaugurada este ano e a inclusão no PAC da adutora do Agreste, deixará o Estado com segurança hídrica. Isso nos deixa muito satisfeitos. A gente tem contribuído agora no governo de Fátima, para consolidar, juntamente com o ministro do MDB, o ministro Jáder Filho, das Cidades, o programa Minha Casa Minha Vida. E junto ao ministro Renan Filho, principalmente,temos lutado, junto com a governadora, para a duplicação da BR-304.

Voltando à questão da chapa majoritária, como fica o MDB se a situação sair com a governadora para o Senado numa aliança com a Zenaide Maia, candidata à reeleição?
Isso aí vai ser conversado. O que o MDB tem dito aos aliados, é que estará na chapa majoritária. Ou com candidato a vice-governador do Estado, ou com candidato a senador. Estaremos juntos com o grupo da governadora, com o presidente da Assembleia e com tantos outros que possam vir somar nesse campo democrático, a favor da democracia.

O secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, já foi lançado pré-candidato a governador pelo PT. Mas na hipótese de haver uma mudança nesse aspecto, o senhor não toparia ser candidato à reeleição?
O MDB desenhou um plano estratégico, eleger o maior número de deputados estaduais para elegermos o presidente da Assembleia em 2027. Elegermos dois deputados federais e participamos com o vice-governador da chapa majoritária ou com o senador, principalmente com a governadora. Esse é o projeto do partido.

por Redação Tribuna do Norte