Presidente da legenda, Rivaldo Fernandes lembrou, porém, que vereadora precisará receber aval do seu atual partido, o Psol, para migrar de legenda
O Partido Verde (PV) no Rio Grande do Norte aposta em novos nomes para fortalecer a legenda nas eleições de 2026. À frente da legenda desde o mês passado, o professor e ambientalista Rivaldo Fernandes afirmou que a principal expectativa é ter a vereadora natalense Thabatta Pimenta, hoje no Psol, como candidata a deputada federal.
“Para federal, a gente vai apresentar um nome, que é Thabatta. A bandeira que ela defende é uma bandeira do Partido Verde há anos. Vai ser muito interessante tê-la como deputada federal”, disse Rivaldo. Segundo ele, a vereadora já tem sinalizado aproximação com a legenda. “Você pode observar que ela só anda de verde agora, né? Ela só anda de verde para todo canto, mas não está fechada ainda”.
As declarações de Rivaldo foram dadas em entrevista ao programa Central Agora RN, da TV Agora RN, nesta sexta-feira 19.
Rivaldo lembrou, porém, que a vereadora precisará receber aval do seu atual partido, o Psol, para migrar para o PV. Em abril, será aberta a janela partidária, autorizando políticos a mudarem legenda, mas isso só vai valer para deputados estaduais e federais. Portanto, uma saída de Thabatta sem anuência pode autorizar o Psol a reivindicar o mandato de vereadora na Justiça Eleitoral.
“Ela precisa se inteirar com o partido dela. Ela não tem janela. A janela é só para deputado. Vereador não tem janela”, explicou. Segundo ele, caberá a Thabatta negociar com a própria sigla. “A dificuldade para ela é o Psol. Ela vai ter que negociar com o partido dela”, acrescentou Rivaldo, dizendo que o PV não vai interferir na decisão de outro partido.
Atualmente, o PV integra uma federação com PT e PCdoB. Isso significa que os três partidos disputarão juntos a eleição para a Câmara Federal. Questionado sobre resistências dentro da federação à filiação de Thabatta, especialmente por parte de nomes do PT, Rivaldo disse não enxergar obstáculos. Ele contou que esteve reunido com a nova presidente estadual do PT, Samanda Alves, e que o nome da vereadora do Psol foi tratado sem objeções.
“Eu não notei nela nenhuma reação ao nome de Thabatta”, relatou.
Além de Thabatta Pimenta, Rivaldo Fernandes falou que abriu conversas com o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo, hoje no PSD, para que ele dispute mandato de deputado federal pelo PV. No entanto, segundo Rivaldo, o ex-prefeito disse que só vai resolver sua filiação partidária no início de 2026. O prazo final para trocas de partidos é abril.
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Retorno ao comando do PV e relação com deputados estaduais
Rivaldo reassumiu em agosto a presidência estadual do Partido Verde após um período de turbulência interna. A legenda era comandada pelo ex-vereador de Natal Milklei Leite, mas divergências levaram a uma recomposição. “O ambiente está ótimo agora. A gente teve esse pequeno abalo, mas a gente superou isso. Milklei voltou atrás no embate que teve com os deputados e agora é pensar em 2026”, afirmou.
O dirigente disse que a relação com os deputados estaduais da legenda está consolidada. “Ultimamente, eles deram ré. Não vão sair nenhum. Inclusive, eles integram hoje a direção do partido, a nova direção. São vice-presidentes”, destacou, se referindo a Eudiane Macedo, Hermano Morais e Vivaldo Costa. Em 2026, Eudiane e Hermano serão candidatos à reeleição, enquanto Vivaldo vai se aposentar da política.
Para reforçar a chapa estadual, o partido mantém conversas com novas lideranças. Uma delas é o influenciador Ivan Baron. “Tivemos uma grande conversa com ele, e ele sinalizou que poderia vir para o Partido Verde, inclusive para fazer dobradinha com Thabatta, que a gente também está conversando. Então, a novidade do PV é Thabatta e Baron.”
PV pleiteia participação na chapa para o Senado
Rivaldo também comentou a possibilidade de o PV disputar o Senado em 2026. Ele revelou que, caso o ex-senador Jean Paul Prates, hoje no PT, decida se filiar ao PV, a legenda pretende reivindicar espaço tanto na suplência da governadora Fátima Bezerra, que deve concorrer ao Senado, quanto na segunda vaga em disputa. Em 2026, serão eleitos dois senadores e, respectivamente, quatro suplentes – dois para cada senador.
“Se ele vier (Jean Paul), ele vai reivindicar ser suplente da governadora, e o partido vai querer disputar a segunda vaga ao Senado, porque a gente acredita que o partido tá maduro para isso, tá forte para isso, e é uma reivindicação nacional também”, afirmou.
Segundo Rivaldo, até o nome dele chegou a ser cogitado internamente para a disputa. “Foi lembrado o meu nome na reunião do diretório, eu agradeci muito, mas isso é um processo de construção que tem que envolver a governadora, os três partidos que formam a base da federação. De qualquer forma, o meu nome está à disposição, e quando eu sou convocado, eu vou para a briga”, declarou.
Relação com o governo Fátima
Sobre o papel do partido na base governista, Rivaldo destacou a proximidade com a governadora Fátima Bezerra (PT). “Nós temos um contato muito próximo com a governadora, ela fez um grande trabalho, ainda não reconhecido, vamos dizer assim, pouco divulgado”, afirmou.
Ele citou avanços em áreas como infraestrutura e turismo. “O trabalho de montagem do Porto Ilha é um grande projeto, que pode puxar a economia do Rio Grande do Norte, pode inclusive significar a reindustrialização do Estado. As estradas realmente estavam todas destruídas e foi feito um trabalho de recomposição. No turismo, muito interessante o trabalho que está sendo feito, inclusive o turismo das cavernas, ali no Seridó, no Oeste.”
PV quer evitar avanço da extrema-direita, afirma presidente do PV
Com a governadora Fátima Bezerra prevista para disputar o Senado em 2026, a federação discute o nome que representará a base no Governo do Estado. Rivaldo disse que o PV está aberto tanto a apoiar a pré-candidatura de Cadu Xavier (PT), secretário de Fazenda, quanto uma eventual candidatura do vice-governador Walter Alves (MDB), que assumirá o governo com a …