O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (3) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de envolvimento na suposta tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023. Neste segundo dia, a sessão também está prevista para se estender até às 12h.
O caso está sendo analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Na abertura do julgamento, foram apresentadas a leitura do relatório de Moraes e as manifestações da Procuradoria-Geral da República. Também tiveram início as sustentações das defesas, etapa que será concluída nesta quarta-feira. Depois, o tribunal deve avançar para a fase de votos, com Moraes inaugurando a posição dos ministros.
Como foi o primeiro dia de julgamento
O primeiro dia foi marcado pela leitura do relatório de Moraes, que resumiu o caso e aproveitou para dar recados duros, pela manifestação do procurador-geral Paulo Gonet e pelas sustentações das defesas de réus como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.
Relator do caso, Moraes defendeu a soberania nacional e disse que a Corte “jamais faltou ou faltará” com a coragem para repudiar agressões ao Estado Democrático de Direito diante da “covarde e traiçoeira” tentativa de interferir no julgamento – recado que mirou Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusados de articular pressão internacional contra o Supremo.
Na acusação, Gonet apresentou um parecer técnico, mas contundente. Ressaltou que os fatos descritos pela PGR não são isolados, mas partes de uma trama para manter Bolsonaro no poder, e alertou que deixar de reprimir tentativas golpistas significa favorecer modelos autoritários dentro e fora do Brasil
As defesas, por sua vez, não trouxeram novidades e repetiram pontos já levantados nas alegações finais.
por Tribuna do Norte