Febre nas redes sociais e em confeitarias de todo o Brasil, o “morango do amor” ganhou o coração dos amantes de doces. A combinação de morango fresco, brigadeiro branco e calda de açúcar, entretanto, também acendeu um alerta para a saúde bucal e cuidados na hora do consumo.
O doce, que apresenta um formato de morango e uma crosta brilhosa e vermelha, tem como ponto chave a crocância na hora da mordida, causada por uma calda feita de açúcar caramelizado e com aspecto semelhante ao vidro. Para a dentista Rayssa Fagundes, especialista em Ortodontia e Harmonização Orofacial, essa parte específica do doce pode ser prejudicial para a saúde bucal se não for consumida de forma adequada.
“O problema todo ali está sendo a parte caramelizada. O risco que está trazendo para a saúde bucal é devido a essa camada que cobre o morango. É extremamente rica em açúcar e extremamente dura. Eu já vi em algumas docerias que eles estão tentando fazer essa camada mais fininha, sem ser aquela muito dura, tipo da maçã do amor, justamente por essa questão da mordida”, comenta a especialista.
Nos vídeos publicados nas redes sociais, um dos momentos mais aguardados é a hora da mordida. A dentista comenta que o “barulhinho viral” não é o ideal para o consumo, reforçando que “quem quer ter essa crocância no ato da mordida, o ideal é jogar um pouquinho para trás e morder devagar” ou até mesmo partir o morango com uma faca antes de ingerir.
Rayssa Fagundes, especialista em Ortodontia e Harmonização Orofacial | Foto: cedida
Rayssa reforça ainda que restaurações, próteses dentárias, facetas em resina e lentes de contato também precisam de maior atenção no consumo do doce, para não danificar algum dos procedimentos. Com o objetivo de comer sem culpa e sem medo, a dentista orienta beber água e escovar os dentes logo após degustar o morango do amor.
“O que a gente recomenda é tentar beber água após o consumo e, se possível, escovar os dentes logo depois. Também pela parte das manchas, devido ao caramelo, que pode manchar, principalmente quem tem facetas em resina — e pelo açúcar. ‘Ah, mas eu não posso escovar agora, estou sem a escova.’ Então faz pelo menos um bochecho com água normal e tenta tirar aquele excesso que fica do caramelo”, alerta.
Avaliação odontológica feita pela especialista Rayssa Fagundes:
Caramelho pegajoso: pode grudar nos dentes e peças do aparelho odontológico;
Corante em calda: risco de manchar os elásticos do aparelho;
Alta concentração de açúcar: risco em dobro para cáries em formação;
Muito crocante: ameaça ao tratamento ortodôntico, lentes de contato e facetas.
Recomendações para o consumo:
Morder e mastigar com atenção e calma, preferencialmente com os molares;
Identificar partes da cobertura que sejam mais grossas e crocantes, partindo-as em porções menores;
Caprichar na higiene logo depois de comer;
Se não for possível escovar os dentes, fazer bochecho com água.
A Prefeitura de Natal publicou nesta quarta-feira (23), no Diário Oficial do Município (DOM), um decreto que autoriza a abertura de crédito suplementar no valor de R$ 8 milhões para a Secretaria Municipal de Saúde, realocando recursos antes destinados à construção do Hospital Municipal. A verba será usada para reforçar o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ampliar a assistência hospitalar e ambulatorial do SUS e custear despesas com recursos.
.A medida foi tomada com base na autorização contida na Lei nº 7.819/2025 e aprovada pelo Conselho de Desenvolvimento Municipal em reunião realizada no último dia 18. A publicação indica que essa verba era destinada a construção ou ampliação da unidade.
De onde vem o recurso? Os recursos serão realocados a partir da anulação de dotações anteriormente previstas para a implementação do Hospital Municipal, conforme especificado no Adendo II do mesmo decreto. Isso significa que o dinheiro que antes estava reservado no orçamento para construir a unidade hospitalar será cancelado (anulado) e redirecionado (realocado) para outras finalidades dentro da área da saúde.
“Constitui fonte de recursos para fazer face ao crédito de que trata o artigo anterior, anulação em igual valor de dotação orçamentária consignada no vigente orçamento”, diz o documento.
Em nota publicada no DOM, a gestão municipal justifica a medida com base na necessidade de atender a demandas mais imediatas da rede de saúde, priorizando a manutenção de serviços essenciais e emergenciais. A realocação de recursos segue os parâmetros da Lei Federal nº 4.320/1964, que permite anulações e suplementações dentro do mesmo exercício financeiro.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para explicar se isso significa que a construção ou ampliação do hospital municipal vai sofrer algum adiamento ou redimensionada para dar lugar a ações mais imediatas.
Em nota, a SMS informou que os “recursos utilizados nesses ajustes têm origem na fonte municipal e não comprometem o andamento das obras do novo Hospital Municipal”. Além disso, a pasta comunicou que o projeto “segue dentro do cronograma previsto”.
Para onde vai o dinheiro? Conforme detalhado no decreto, os recursos foram classificados como despesas com custeio e pessoal. Os R$ 8 milhões serão distribuídos da seguinte forma:
SAMU Natal: R$ 738,8 mil
Administração de Recursos Humanos da Saúde: R$ 470,1 mil
Assistência hospitalar e ambulatorial de média e alta complexidade do SUS: R$ 6,79 milhões
Confira nota completa
“A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que os remanejamentos orçamentários efetuados são necessários para garantir a continuidade dos contratos que demandam aditivos e para assegurar o fornecimento de bens, serviços e insumos essenciais à manutenção das atividades da rede municipal de saúde.
Os recursos utilizados nesses ajustes têm origem na fonte municipal e não comprometem o andamento das obras do novo Hospital Municipal.
Atualmente, cerca de 150 trabalhadores atuam regularmente na execução do projeto, que segue dentro do cronograma previsto.
O financiamento da obra ocorre por meio de Convênios com recursos Federais e de operação de crédito contratada pelo município”.
A Vara Única da Comarca de Parelhas proferiu a primeira decisão judicial relacionada ao mutirão de cirurgias oftalmológicas realizada pelo município, em setembro do ano passado, e que resultou em uma série de pacientes com sequelas. A autora da ação deverá ser indenizada em R$ 400 mil, por danos morais e estéticos, após ter que fazer a retirada do globo ocular devido ao diagnóstico de endoftalmite, uma inflamação grave no interior do olho. As informações foram divulgadas pelo Tribunal de Justiça (TJRN) nesta quarta-feira (23).
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O juiz Wilson Neves de Medeiros Júnior, titular da Comarca de Parelhas, fixou o valor da indenização em R$ 200 mil por danos morais e mais R$ 200 mil por danos estéticos, considerando o montante ser justo e razoável o valor, considerando a extensão do dano psicológico comprovado pela parte, além da ocorrência de danos estéticos, “uma vez que a perda do globo ocular é visível, causando, inclusive, problemas na autoestima da requerente, que relatou não sentir vontade de sair de casa”, considerou. Além dela, pelo menos outras nove pessoas também perderam um olho após o mutirão.
A mulher afirmou ter participado de um mutirão de cirurgias oftalmológicas ofertadas pelo município de Parelhas no final do mês de setembro de 2024, na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, realizadas por uma empresa terceirizada. Ainda alegou ter retornado ao hospital no dia seguinte ao procedimento, com queixas a respeito de sintomas como dor intensa e secreção, mas que não foram feitos exames complementares.
A autora também informou no processo que procurou atendimento particular de dois médicos distintos, em diferentes municípios, e que ambos deram o mesmo diagnóstico, encaminhando a mulher para atendimento de urgência, devido à gravidade do quadro. Quatro dias após sua cirurgia de catarata durante o mutirão, seu globo ocular estourou e ela teve que passar por cirurgia de evisceração (retirada do globo ocular).
O juiz Wilson Neves fundamentou a decisão com base no artigo 37, §6º da Constituição Federal e no artigo 43 do Código Civil, que diz que o ente público é objetivamente responsável pelos danos causados por seus agentes ou por prestadores de serviço contratados.
Também destacou que a autora buscou atendimento médico particular e relatou não ter recebido atendimento adequado na rede pública, nem exames complementares após relatar os sintomas. Ele observou que ao menos outras 17 pessoas também foram diagnosticadas com o mesmo problema após o mutirão, o que reforça a gravidade do caso e a falha sistemática do serviço prestado.
“Diante dos elementos reunidos, vislumbro que o dano sofrido pela vítima possui nexo de causalidade com a conduta negligente do réu, que não fiscalizou adequadamente o fornecimento do serviço médico prestado no âmbito de suas atribuições, não havendo qualquer elemento que rompa o nexo de causalidade”, argumentou o magistrado.
Testado em camundongos, imunizante foi capaz ativar sistema imunológico e provocar regressão de tumores. Estudo é conduzido por pesquisadores da Universidade da Flórida
Uma vacina teve resultados iniciais animadores no combate ao câncer, sugere um estudo publicado na revista científica Nature Biomedical Engineering, conduzido por pesquisadores da Universidade da Flórida (EUA).
Trata-se de uma vacina genérica de RNA mensageiro que foi capaz, nos testes, de ativar o sistema imunológico e provocar regressão de tumores.
O que os resultados dos testes indicam?
O resultado da formulação de caráter experimental foi uma reação de defesa que impulsionou o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células cancerígenas, provocando regressão de tumores.
O que é uma vacina genérica de RNA mensageiro?
As vacina genéricas são diferente das vacinas personalizadas – neste caso, aquelas criadas a partir das células tumorais de cada paciente ou as que miram proteínas específicas presentes nos tumores. A proposta dos cientistas foi usar uma nova frente: vacinas não direcionadas, mas com potencial para acionar o organismo como se ele estivesse sob ataque.
Mesmo não mirando um tumor ou vírus específico, desde que seja uma vacina de RNA mensageiro – isto é, utiliza uma porção do material genético do vírus para “ensinar” o corpo a produzir uma proteína que desencadeia uma resposta imune -, ela pode gerar efeitos contra o câncer.
Qual novo caminho foi testado para esta vacina?
Ao invés do combate a uma proteína tida como alvo, os pesquisadores escolheram como caminho neste estudo o estímulo da proteína PD-L1, que está presente dentro dos tumores. Essa estratégia possivelmente tornou-os mais receptivos ao tratamento, segundo o estudo.
Os pesquisadores descobriram que ao usar uma vacina projetada não para atingir especificamente o câncer, mas sim para estimular uma forte resposta imunológica, conseguiram induzir uma reação muito forte com potencial para ser amplamente utilizada em pacientes com câncer.
Já foram feitos testes em seres humanos? Qual o próximo passo?
Os testes foram feitos apenas em animais (camundongos, neste caso). Agora, os próximos passos focam na adaptação da formulação para testes em humanos, além da avaliação da eficácia e segurança em pacientes oncológicos.
Com o objetivo de otimizar os serviços de saúde, reduzir o tempo de espera e diminuir as filas na urgência, a Prefeitura de Parnamirim, de forma pioneira no Estado, implementou uma nova estratégia na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Esperança. A iniciativa consiste na adoção do modelo “Fast Track”, voltado exclusivamente para os pacientes classificados como casos de menor complexidade (códigos azul e verde). Só nesta quinta-feira (17), cerca de 50 pacientes foram atendidos no novo espaço.
A partir de agora, os usuários que se enquadrarem nesses perfis clínicos serão direcionados para uma sala específica, onde passarão por avaliação médica e, se necessário, receberão medicação no próprio local, de forma mais rápida e eficaz.
A medida tem se mostrado positiva desde o início da sua implantação, contribuindo significativamente para a fluidez no atendimento e permitindo que os casos mais graves recebam a devida prioridade. A iniciativa integra o conjunto de ações da gestão municipal para qualificar ainda mais os serviços prestados à população e oferecer respostas mais eficientes nas unidades de saúde.
O boletim semanal InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro, pela Fundação Oswaldo Cruz, indica diminuição do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maior parte do país, embora permaneçam altos.
O estudo também mostra que crianças pequenas são as mais afetadas pela SRAG, com o vírus sincicial respiratório (VSR) como principal causador.
A análise verificou que, entre os idosos, a influenza A é a principal responsável por hospitalizações e óbitos. Desde o início do ano, 7.660 pessoas morreram vítimas de SRAG no Brasil.
A pesquisadora do InfoGripe, Tatiana Portella, diz que, apesar da diminuição dos casos de SRAG associados à influenza A e VSR na maior parte do país, a incidência de SRAG continua elevada: “Por isso a vacina contra a gripe é fundamental para que a gente consiga reduzir ainda mais o número de casos graves provocados pelo vírus”, argumenta.
Os dados mostram que o VSR segue como o principal vírus associado aos casos de SRAG em crianças pequenas, seguido do rinovírus e da Influenza A. Nos idosos, a Influenza A é o principal motivo de hospitalizações e óbitos por SRAG. O vírus também se destaca na incidência e mortalidade nas crianças pequenas.
Embora o rinovírus supere a influenza A em número de internações entre crianças e adolescentes de 5 a 14 anos, o VSR continua sendo o principal responsável por casos graves em crianças.
Apesar de apresentar sinais de estabilização ou redução em alguns locais, os casos associados ao VSR permanecem em níveis elevados de incidência na maioria dos estados, com exceção do Piauí, Tocantins e Distrito Federal, onde a situação apresenta melhora.
Morte entre idosos A mortalidade por SRAG é mais elevada entre os idosos, especialmente devido à influenza A, que segue como a principal causa de hospitalizações e óbitos nessa faixa etária. Apesar da tendência geral de redução, há sinais de retomada do crescimento de casos de SRAG em idosos em Minas Gerais e no Pará, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável por esse aumento nesses estados.
Entre os estados, os casos de SRAG nos idosos associados à influenza A seguem em níveis de incidência de moderado a alto na maioria das unidades da região Centro-Sul (exceto Goiás, Distrito Federal e Rio de Janeiro), além de alguns estados do Norte (Amapá, Pará, Rondônia e Roraima) e do Nordeste (Alagoas, Sergipe, Maranhão e Paraíba).
Estados Todas as 27 unidades da federação apresentaram tendência de queda ou estabilidade nos casos de SRAG nas últimas seis semanas. No entanto, a maioria delas ainda registra incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, com destaque para os estados da Região Norte, como Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima; do Nordeste, como Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe; e do Centro-Sul, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar da maioria dos estados apresentarem tendência de queda, Roraima é o único estado onde ainda há aumento de SRAG nas crianças pequenas, associado ao VSR. Na Paraíba, observa-se aumento de SRAG nos idosos, associado à influenza A.
Em Alagoas, há sinais de retomada do crescimento de SRAG em crianças, também associado ao VSR. Além disso, Minas Gerais e Pará mostram indícios de retomada ou início de aumento de SRAG nos idosos, embora ainda não seja possível identificar o vírus responsável.
Observa-se um leve aumento de Síndrome Respiratória Aguda Grave por Covid-19 entre os idosos no Rio de Janeiro, porém sem impacto no total de hospitalizações. “Esse aumento ainda é leve. Precisamos aguardar para ver se ele vai se sustentar. Reforçamos a importância da vacinação contra a Covid-19, fundamental para mantermos baixos os níveis de hospitalizações e óbitos caso ocorra uma nova onda. Lembrando que alguns grupos como idosos e imunocomprometidos precisam tomar doses de reforço a cada seis meses”, argumenta Tatiana Portella.
Mortes no país Até agora, em 2025, houve 7.660 óbitos por SRAG no país. Destes, 4.112 (53,7%) foram positivos para algum vírus respiratório, 2.828 (36,9%) tiveram resultado negativo e 154 (2%) ainda aguardam confirmação laboratorial.
Entre os óbitos, a maioria (54,7%) foi causada por influenza A, seguida por Covid-19 (23,3%), VSR (10,7%), rinovírus (10,2%) e influenza B (1,7%).
Estudo também mostra que é possível diagnosticar as condições com medidas simples, abrindo caminho para o maior acesso ao diagnóstico
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em parceria com a University College London, no Reino Unido, concluiu que o acúmulo de gordura abdominal associado à perda de massa muscular representa um aumento de 83% no risco de morte em comparação a pessoas que não apresentam as duas condições.
A combinação é tão perigosa que, de acordo com o estudo, identifica um problema ainda maior, conhecido como obesidade sarcopênica e caracterizado pela perda de massa muscular, ao mesmo tempo em que ocorre o ganho de gordura em todo o corpo. Trata-se de uma condição difícil de ser diagnosticada e está relacionada à perda de autonomia e piora na qualidade de vida da pessoa idosa, à chamada síndrome da fragilidade e ao aumento do risco de quedas, entre outras comorbidades.
“Além de avaliar o risco de morte associado à obesidade abdominal e à baixa massa muscular, conseguimos comprovar que com métodos simples é possível detectar a obesidade sarcopênica. Isso é importante, pois a falta de consenso sobre critérios diagnósticos dessa doença dificulta sua detecção e tratamento”, afirma Tiago da Silva Alexandre, professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e um dos autores do estudo, apoiado pela Fapesp. “Dessa forma, nossos achados permitem ampliar o acesso das pessoas idosas a intervenções antecipadas, como acompanhamento nutricional e exercícios físicos, garantindo melhora na qualidade de vida.”
Os resultados, publicados na revista Aging Clinical and Experimental Research, foram obtidos a partir do acompanhamento durante 12 anos de 5.440 participantes do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA) com 50 anos ou mais de idade.
Uma menina de 12 anos grávida de oito meses, morreu durante um parto de emergência no último domingo 13 em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O bebê sobreviveu e está internado em estado estável, segundo a prefeitura.
A adolescente fazia parte de uma comunidade indígena venezuelana que vive na cidade. A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso, que é investigado como estupro de vulnerável. O nome do pai da criança não foi divulgado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a menina procurou atendimento pela primeira vez na rede pública no dia 10 de julho, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Estava acompanhada da mãe e da tia, mas se recusou a responder às perguntas da equipe médica. A tia informou que ela sentia enjoo. A menina foi medicada, e os exames de pré-natal foram agendados para segunda-feira 14.
Na sexta-feira 11, a adolescente voltou acompanhada dos pais e deu entrada no Centro Materno-Infantil em estado grave. Ela foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva) e morreu na madrugada de domingo 13. Segundo a prefeitura, a causa foi choque refratário, quando o corpo não responde aos tratamentos.
A gestão municipal informou que acionou o Conselho Tutelar e o Ministério Público e ofereceu atendimento psicológico à família.
A Promotoria disse que acompanha o caso e aguarda a conclusão do inquérito para definir providências. O Conselho Tutelar foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Mudança na tarifa do Imposto sobre Operações Financeiras afetará diretamente microempreendedores individuais e empresas do Simples em transações como pessoa jurídica
O governo federal validou o decreto que estabelece o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que impactará significativamente microempreendedores e pequenas empresas.
A alteração determina a duplicação da tarifa do IOF para operações diárias realizadas por pessoas jurídicas. A mudança atinge diretamente os microempreendedores individuais (MEIs) e empresas optantes pelo Simples Nacional.
Segundo a avaliação da analista de Economia da CNN Thais Herédia, na prática, quando estes empresários realizarem operações financeiras como pessoa jurídica, incluindo a tomada de empréstimos, terão que arcar com uma tributação duas vezes maior que a atual.
Impacto nas pequenas empresas
A nova medida contrasta com o discurso oficial sobre justiça tributária, uma vez que impõe um ônus adicional justamente sobre o segmento dos pequenos negócios. O aumento da carga tributária para este setor pode representar um obstáculo significativo para o desenvolvimento e a sustentabilidade das micro e pequenas empresas.
A elevação do IOF surge em um momento em que muitos pequenos empresários já enfrentam desafios financeiros consideráveis. Com a duplicação da tarifa, o acesso ao crédito e outras operações financeiras se tornará mais oneroso para este segmento do mercado, que tem papel fundamental na geração de empregos e renda no país.
Objetivo de repassar a administração das UPAs para Organizações Sociais de Saúde (OSS) é melhorar a qualidade dos serviços e diminuir a burocracia na administração pública, afirma Geraldo Pinho
A Prefeitura do Natal espera economizar até R$ 18 milhões por ano com a terceirização da gestão das quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. De acordo com o secretário de Saúde, Geraldo Pinho, o objetivo de repassar a administração das UPAs para Organizações Sociais de Saúde (OSS) é melhorar a qualidade dos serviços e diminuir a burocracia na administração pública. Ele afirma que a adoção do modelo de OSS segue uma tendência nacional e busca garantir eficiência e sustentabilidade na gestão dos recursos.
“Estimamos que vamos ter uma economia de R$ 15 a R$ 18 milhões por ano nas nossas quatro UPAs. Além da economicidade, dar mais celeridade e agilidade nos processos, segurança de dados, segurança do atendimento. A questão do abastecimento de insumos vai ser melhor trabalhada”, disse Pinho, em coletiva de imprensa nesta terça-feira 15. “No Nordeste, eu acho que de capital, Natal é a última a aderir a esse tipo de gestão, que traz facilidade, celeridade, agilidade”.
Como mostrou o AGORA RN, a Prefeitura vai terceirizar a administração das quatro UPAs do município: Satélite (Zona Sul), Esperança (Zona Oeste), Potengi e Pajuçara (Zona Norte). A partir de setembro, as UPAs serão administradas por OSS, que serão responsáveis por todo o funcionamento dos serviços, com equipes atuando 24 horas por dia, todos os dias da semana. Atualmente, a gestão das UPAs cabe à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Os editais com as regras de escolha das entidades foram publicados na última segunda-feira 14 em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM). A previsão é que os novos contratos tenham duração inicial de dois anos, com possibilidade de prorrogação por igual período, até o limite de dez anos – desde que demonstrado que as metas pactuadas foram alcançadas. A troca de gestão está programada para ocorrer já a partir de 15 de setembro.
Redução da burocracia
O novo modelo permitirá que as empresas contratadas comprem insumos e equipamentos em escala e com mais agilidade. “No momento que eu trago uma empresa para fazer uma gestão plena de um equipamento de saúde, ela consegue fazer uma compra de um equipamento mais barato que a gestão pública, mais rápida. Todos os contratos da gestão pública têm aquele custo público. Então, sempre é mais caro, tem o risco de não receber, tem o risco do atraso”, declarou Geraldo Pinho.
O secretário de Saúde explicou ainda que o modelo permite contratações diretas, sem uso de cooperativas. “Médicos vão ser contratados diretamente pela sua PJ, pela sua empresa. Uma contratação pessoal e não de forma cooperativa, como a gente costuma ver mais comum”, declarou. A mudança ainda poderá ajudar a enfrentar o déficit atual de profissionais. “Hoje temos um déficit de 33% de profissionais de saúde. Essa medida também visa isso. Vamos passar de déficit para superávit”, afirmou.
Ele ressaltou que as OSS farão contratações para todos os níveis da equipe: “É gestão plena. Então, eles vão contratar aquele que a gente costuma chamar de bata branca, inclusive os médicos, como também aquele que a gente costuma chamar de bata cinza – o auxiliar de serviços gerais, o porteiro, o maqueiro, o higienista”.
Geraldo Pinho pontuou que os servidores efetivos do município atualmente lotados nas UPAs não serão demitidos com a entrada das OSS. O secretário afirmou que vários profissionais efetivos poderão ser remanejados para suprir carências em outras unidades da rede municipal: comunidades básicas de saúde, policlínicas, CAPS.
Modelo de contratação
O secretário garantiu que todo o processo de contratação está amparado pela legislação. “A contratação das Organizações Sociais de Saúde passa pela lei municipal, que já existe. Houve um decreto, fazendo alguns detalhes para poder fazer a comissão e qualificar essas OSS, como também de fazer a escolha desses projetos”, explicou.
A seleção das empresas seguiu critérios técnicos rigorosos, segundo o secretário. “Não é qualquer empresa que está habilitada a participar: 10 empresas não conseguiram a qualificação para poder participar deste chamamento público. Seis foram selecionadas dentro de critérios clínicos, técnicos, financeiros, de experiência”.
Podem disputar os editais apenas organizações sociais com experiência comprovada na gestão de unidades de saúde que funcionem 24 horas. As entidades devem apresentar um plano detalhado de como pretendem administrar as UPAs, com metas claras de desempenho e indicadores de qualidade. Também precisam estar com toda a documentação fiscal e financeira regularizada.
Valores da contratação
O modelo adotado pela Prefeitura transfere para entidades sem fins lucrativos a responsabilidade de contratar funcionários, manter insumos e garantir o atendimento nas UPAs. A Prefeitura continuará financiando o serviço por meio de repasses mensais.
Os valores máximos reservados para os contratos são os seguintes: UPA Satélite: até R$ 2,2 milhões por mês; UPA Esperança: até R$ 2,9 milhões por mês; UPA Potengi: até R$ 2,2 milhões por mês; UPA Pajuçara: até R$ 2,2 milhões por mês.
Esses repasses servirão para cobrir todos os custos operacionais das unidades. O pagamento será feito em parcelas mensais, sendo 80% fixos e 20% condicionados ao cumprimento de metas quantitativas e qualitativas. Nos seis primeiros meses, o pagamento será integral, sem desconto, mesmo sem avaliação de metas, por se tratar do período de transição.
Mudança no Cartão SUS deve reduzir pressão sobre sistema
Juntas, as quatro UPAs somam uma média de 40 mil atendimentos por mês. “Estamos investindo quase R$ 10 milhões por mês nesses atendimentos, com algumas dificuldades de superlotação, dificuldades de atendimento, de severidade, até de economia”, afirmou o secretário de Saúde.
Segundo Pinho, parte significativa da sobrecarga é causada pela demanda de pacientes de outros municípios. “Natal tem uma particularidade. Apesar de ter 788 mil habitantes no último censo do IBGE, tem 1 milhão e meio de cartão SUS de Natal. Atendemos todo mês, em média, de 35% a 40% de pessoas declaradamente não natalenses”, explicou.
Pinho afirmou que o atendimento seguirá universal, independentemente da origem do paciente. “Entre as …