Operação interestadual investiga grupo suspeito de golpes em vendas de carros na internet; vítimas no RN perderam R$ 50 mil

Operação Fake Broker cumpriu quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão no Mato Grosso e em Santa Catarina.

Uma operação interestadual comandada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte investiga um grupo suspeito de realizar golpes envolvendo anúncios falsos de venda de carros na internet. Os suspeitos são investigados por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A “Operação Fake Broker” foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (17) pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes Cibernéticos do RN e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, sendo seis no estado do Mato Grosso e um em Joinville, Santa Catarina, em parceria com as policias locais.

A Justiça do Rio Grande do Norte também emitiu quatro mandados de prisão, que foram cumpridos no Mato Grosso.

Segundo a corporação, os investigadores apuravam inicialmente um golpe de cerca de R$ 50 mil envolvendo duas vítimas do Rio Grande do Norte.

No entanto, a polícia constatou que dois criminosos teriam movimentado quase R$ 3 milhões em um curto período de tempo. A delegacia ainda apura se há mais vítimas em outros estados do país.

As investigações tiveram início a partir da denúncia de uma vítima do RN que caiu no golpe em uma plataforma de vendas online.

Segundo a polícia, o grupo criminoso utilizava anúncios reais de veículos, que eram clonados e republicados em plataformas digitais, com valores abaixo do mercado para atrair as vítimas.

Após a demonstração de interesse, os suspeitos mantinham contato com os compradores por aplicativo de mensagens, enviando documentos falsificados e comprovantes adulterados.

Convencidas da veracidade do negócio, as vítimas realizavam transferências bancárias para contas vinculadas ao grupo criminoso, mas não recebiam o produto.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos mais de 20 cartões bancários.

por g1RN

VEJA VÍDEO: Lula grava pronunciamento em rede nacional sobre tarifaço

Vídeo deve ser veiculado nesta quinta-feira (17)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) grava pronunciamento oficial na noite desta quarta-feira (16) sobre as tarifas impostas pelo presidente americano, Donald Trump.

O vídeo deve ser veiculado na quinta-feira (17) em rede nacional de rádio e televisão.

Na última semana, a CNN antecipou a intenção do presidente em gravar um pronunciamento.

Fontes no Palácio do Planalto afirmaram que o tom não deverá fugir à nota publicada por Lula em resposta a Trump. No comunicado oficial, o presidente defendeu a soberania brasileira e a aplicação de medidas recíprocas aos Estados Unidos.

“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, afirmou o presidente em publicação nas redes sociais.

O decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica foi publicado no DOU (Diário Oficial da União) na terça-feira (15) com a assinatura de Lula.

Aprovada pelo Congresso Nacional em 2 de abril, a Lei da Reciprocidade estabelece critérios de proporcionalidade para a adoção de medidas em resposta a barreiras impostas a produtos e interesses brasileiros. A norma deve ser usada como retaliação às medidas de Trump.

por CNN

Análise: IOF não vai fazer justiça tributária; MEI vai pagar o dobro

Mudança na tarifa do Imposto sobre Operações Financeiras afetará diretamente microempreendedores individuais e empresas do Simples em transações como pessoa jurídica

O governo federal validou o decreto que estabelece o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que impactará significativamente microempreendedores e pequenas empresas.

A alteração determina a duplicação da tarifa do IOF para operações diárias realizadas por pessoas jurídicas. A mudança atinge diretamente os microempreendedores individuais (MEIs) e empresas optantes pelo Simples Nacional.

Segundo a avaliação da analista de Economia da CNN Thais Herédia, na prática, quando estes empresários realizarem operações financeiras como pessoa jurídica, incluindo a tomada de empréstimos, terão que arcar com uma tributação duas vezes maior que a atual.

Impacto nas pequenas empresas

A nova medida contrasta com o discurso oficial sobre justiça tributária, uma vez que impõe um ônus adicional justamente sobre o segmento dos pequenos negócios. O aumento da carga tributária para este setor pode representar um obstáculo significativo para o desenvolvimento e a sustentabilidade das micro e pequenas empresas.

A elevação do IOF surge em um momento em que muitos pequenos empresários já enfrentam desafios financeiros consideráveis. Com a duplicação da tarifa, o acesso ao crédito e outras operações financeiras se tornará mais oneroso para este segmento do mercado, que tem papel fundamental na geração de empregos e renda no país.

por CNN

Alta do IOF deixa mercado mais cético quanto a possível controle de capital

O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) vai voltar a incidir com as alíquotas mais elevadas determinadas pelo governo federal, o que deve reavivar incertezas numa série de aspectos, segundo analistas ouvidos pela CNN.

Com a volta do decreto, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira (16), o envio de remessas ao exterior, operações com cartões internacionais e com câmbio e moeda em espécie enfrentarão alíquotas mais duras.

O movimento deixa o mercado mais cético quanto a um possível controle de capital, relembra Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos. Quando baixado o decreto, o temor já havia sido sinalizado por alguns, o que leva o investidor a se proteger aumentando o investimento no exterior, até temendo uma potencial nova majoração.

“A partir do momento que você tributa a saída de capital, o efeito não é entrar mais capital, é justamente sair mais capital, ocorre o efeito inverso. Quando o brasileiro fica mais cético em relação ao provável controle de capitais que o Brasil começa a fazer, implementando o IOF para saída de dinheiro, o brasileiro tira mais dinheiro ainda.”

Moraes derrubou apenas a cobrança sobre o risco sacado, argumentando que o governo teria extrapolado suas competências. No mais, as determinações da gestão Lula são válidas para aportes em seguros de vida, operações de crédito empresarial e outros.

Uma incerteza destacada por Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, é para o investidor em VGBL, que busca se organizar e planejar seu futuro de modo a garantir a manutenção de seu padrão de vida na aposentadoria.

Almeida explica que segue com “a perspectiva de que [a medida] é negativa para o setor [de seguros e aposentadoria]”, uma vez que “o investidor é penalizado e desestimulado, […] já que o IOF vai trazer um custo adicional para quem se preocupa com o seu futuro”.

Ademais, o IOF mais elevado torna a vigorar com efeito retroativo, ou seja, operações realizadas desde o dia de sua derrubada pelo Congresso — 27 de junho — que o texto prevê tributação acabarão sendo taxadas.

Rodrigo Totino, advogado tributarista e sócio da MBT Advogados Associados, retoma que “com a suspensão, diversas instituições financeiras passaram a realizar operações sem aplicar as novas alíquotas, entendendo que o decreto havia perdido sua eficácia”.

“Agora, com a decisão do STF restabelecendo os efeitos do decreto presidencial de forma retroativa, abre-se um vácuo normativo de cerca de duas semanas, durante as quais foram praticados inúmeros fatos geradores com alíquotas divergentes. Isso cria um cenário de insegurança jurídica relevante, que exigirá um posicionamento claro por parte das autoridades fiscais para evitar conflitos entre contribuintes e o Fisco.”

A insegurança, contudo, não se restringe ao campo técnico. Para Beto Saadia, a retomada do decreto “traz insegurança para o mercado em especial porque não teve sucesso a tentativa de conciliação entre Congresso e governo”.

Em entrevista ao WW, Murillo de Aragão, cientista político e presidente da consultoria Arko Advice, observa que o clima entre Legislativo e Executivo não foi pacificado com a decisão de Moraes. Do contrário, pondera que o futuro deve aguardar retaliação por parte do Congresso – na forma de entraves a pautas da situação.

Além disso, Aragão ressalta que “fica no ar um ranço dentro do Congresso em relação ao Judiciário, principalmente num momento em que o Brasil enfrenta muitos desafios”.

Por CNN – William Waack