Pelo menos dois acusados pela execução do corretor de imóveis Antonio Vinicius Gritzbach, que ficou popularmente conhecido como “delator do PCC”, foram monitorados nos últimos meses pela Polícia Civil de São Paulo em comunidades do Rio de Janeiro, e foragidos foram protegidos pelo alto escalão do Comando Vermelho (CV).
A execução no aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP), completa um ano neste sábado (8).
Imagens que constam na investigação do acompanhamento dos foragidos, obtidas com exclusividade pela GloboNews, mostram Kauê Amaral – apontado como olheiro que indicou a saída do alvo do saguão do desembarque – em uma casa na Vila Cruzeiro, que fica no Complexo da Penha.
Ele foi gravado mais de uma vez por drones, em uma laje com piscina. Em alguns momentos, estava sem camiseta e fazendo refeições. Do lado de fora, os policiais que monitoraram por drones a movimentação relataram a presença ostensiva de homens armados em uma escada que dava acesso ao imóvel, pontos de venda de drogas e diversas barricadas.
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As imagens indicam que uma possível incursão para a captura do olheiro era perigosa e arriscada, já que a rua estreita impedia a entrada de carros blindados. Emílio Carlos Gongorra, o “Cigarreira” – apontado como traficante e mandante do crime –, também está foragido e, segundo a polícia paulista, foi protegido pelo CV na mesma região desde a véspera da execução, quando fretou um avião particular de Jundiaí (SP) até a cidade do Rio.
Dois drones da Polícia Civil de São Paulo foram abatidos por criminosos durante o trabalho de investigação no estado do Rio. “Cigarreira” e Kauê se abrigam na comunidade que foi alvo de uma megaoperação da Polícia Civil do Rio de Janeiro na semana passada, que tinha como alvos traficantes e chefes da facção carioca.
Por Isabela Leite, GloboNews — São Paulo

