Novo relatório da PF sacramenta condenação de Bolsonaro, avaliam ministros

Documento aponta articulação para asilo na Argentina e descumprimento de cautelares

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) avaliam que o relatório da PF (Polícia Federal) enviado à Corte nesta quarta-feira sacramenta a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela tentativa de golpe de Estado.

O julgamento está previsto para começar em 2 de setembro na Primeira Turma do STF. Se um resultado desfavorável a Bolsonaro já era considerado certo nos bastidores, as novas informações reforçaram essa percepção.

A PF aponta, por exemplo, que Bolsonaro planejou pedir asilo político à Argentina após ser alvo de operação em fevereiro do ano passado, quando teve seu passaporte apreendido e foi proibido de manter contato com aliados.

Para ministros da Corte, isso evidencia que Bolsonaro tinha a intenção de fugir do Brasil para escapar do avanço das investigações sobre a trama golpista. Além disso, há registro de descumprimento de medidas cautelares.

A PF aponta, por exemplo, que Bolsonaro e Braga Netto teriam driblado a proibição de manter contato menos de 24h após a imposição da medida. O general, que teve o celular apreendido, enviou mensagem ao ex-presidente de um novo número.

Bolsonaro e Eduardo foram indiciados devido à atuação do parlamentar nos Estados Unidos, financiada pelo pai. Para a PF, há evidências de que os dois estariam atuando em conluio para chantagear as instituições brasileiras.

Ao incitar o governo norte-americano a aplicar sanções contra o Brasil e, mais especificamente, contra o ministro Alexandre de Moraes, ambos estariam tentando impedir o desenrolar da ação sobre o plano de golpe.

O relatório diz que, com ajuda do pastor Silas Malafaia, pai e filho orquestraram ações “voltadas a coagir membros do Poder Judiciário” e também do Legislativo, ao condicionar o fim das sanções à pauta da anistia.

Chamou a atenção dos ministros o trecho em que a PF diz que Bolsonaro e Eduardo tentam “subjugar os respectivos Chefes de Poderes aos anseios do grupo criminoso, com a finalidade de obtenção de vantagem indevida”.

“Os investigados praticam, de forma reiterada, atos atentatórios à soberania nacional, visando objetivos pessoais, no caso, atos de coação a autoridades brasileiras com o objetivo de obter situação jurídica de impunidade”, diz a PF.

O relatório ainda será enviado por Moraes à PGR (Procuradoria-Geral da República), a quem cabe oferecer denúncia contra os indiciados. Contudo, ministros disseram a auxiliares que não há dúvidas de que o documento será mencionado no julgamento de setembro.

Para essas fontes, as novas informações demonstram, de forma ainda mais contundente do que já se tinha conhecimento, a gravidade do quadro e a necessidade de fixar penas severas aos réus do “núcleo 1”.

por CNN

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