
Após vídeo de Felca, juíza alerta sobre perigo de redes sociais para crianças: ‘Internet é lugar público e perigoso’
Na última quarta-feira (6), o youtuber Felca, com mais de 4 milhões de inscritos, publicou em seu canal um vídeo intitulado “Adultização”, em que denuncia o influenciador paraibano Hytalo Santos por exploração de menores e alertando sobre os riscos das redes sociais para crianças e adolescentes.
O conteúdo viralizou e reacendeu o debate público sobre exposição infantil e direitos na internet.
A conta de Hytalo Santos saiu do ar no Instagram — ainda não há confirmação sobre relação com a denúncia de Felca. O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apura, desde 2024, outras denúncias contra o paraibano também por exploração de menores.
Em entrevista ao Conexão GloboNews na manhã desta segunda-feira (11), a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, falou sobre urgência do assunto.
“A internet é um lugar público e perigoso. Então, da mesma forma que você não vai imprimir mil fotos do seu filho e sair distribuindo para qualquer estranho que passar na rua, você também não deve postar essas fotos no ambiente digital”, comenta a juíza.
A juíza alertou que, muitas vezes, a publicação de imagens de crianças e adolescentes nas redes sociais pode facilitar o acesso de criminosos, que utilizam esses conteúdos para cometer crimes.
“Quando um pai e uma mãe postam fotos e vídeos dos filhos pequenos em perfis de redes sociais abertos ou mesmo fechados, eles estão entregando esse material de bandeja para predadores sexuais, para pedófilos”, alerta.
Ela também falou sobre o conceito de sharenting, a exposição de conteúdos pelos pais na internet: “É importante lembrar que a imagem dos filhos pertence aos filhos, não aos pais. Nós não somos donos dos conteúdos dos nossos filhos, e é injusto a gente usar essa imagem só porque eles são pequenos”.
Ainda segundo Vanessa, o Brasil precisa voltar a atenção para a regulação das big techs. “A gente precisa continuar falando na regulação da atividade das redes sociais, das big techs, no ambiente digital para a proteção de crianças e adolescentes”, diz.
por redação G1
