Indicação de Jorge Messias reduz média de idade do STF

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A escolha de Jorge Messias para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal diminuiu a média de idade da Corte para 58,9 anos — antes, com Barroso, era de 60,9. Aos 45 anos, o atual advogado-geral da União poderá se tornar o ministro mais jovem do tribunal e permanecer por quase três décadas, até atingir a idade máxima de 75 anos.

Nos últimos anos, a indicação de quadros abaixo dos 50 anos tem se tornado recorrente entre diferentes governos. Cinco dos seis últimos escolhidos por Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula chegaram ao STF antes de completar cinco décadas de vida, com exceção de Flávio Dino, nomeado aos 55. Hoje, seis dos dez ministros da Corte são “sub-50”, tendência que ganhou força desde a redemocratização, embora não seja inédita — Dias Toffoli segue como o mais jovem nomeado nesse período, aos 41 anos.

Messias, porém, chega ao tribunal com uma trajetória marcada por cargos-chave no Executivo. Procurador de carreira, atuou no Banco Central, na Fazenda Nacional e no Ministério da Educação durante a gestão de Aloizio Mercadante, período em que se aproximou do PT. Ganhou projeção nacional na crise de 2016, quando seu nome apareceu na ligação entre Dilma Rousseff e Lula divulgada pela Lava Jato — episódio posteriormente classificado como ilegal pelo próprio STF.

Após atuar no Senado e integrar o grupo de transição do governo Lula em 2022, Messias consolidou influência na Esplanada, especialmente com Rui Costa, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Esther Dweck e Paulo Teixeira. Caso tenha o nome confirmado pelo Senado, somará juventude ao colegiado e reforçará a tendência recente de um Supremo composto por ministros com potencial de longa permanência no tribunal.

Por O Globo

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