Julgamento foi retomado na terça-feira (9) e deve terminar na próxima sexta-feira (12). Além de Bolsonaro, também são réus: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto.
Veja abaixo como está a votação dos ministros da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista.
Até esta quarta-feira (10), concluíram os votos os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O ministro Luiz Fux ainda está votando, em uma sessão que já ultrapassa 10 horas.
Até a última atualização, Fux votou para absolver Bolsonaro, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno em todos os crimes. O Placar está 2 a 1. Com o voto de Fux, o STF formou maioria pelas condenações de Mauro Cid e de Braga Netto por abolição do Estado de Direito. O ministro ainda votará sobre os outros réus.
Na quinta-feira (11), ainda votarão os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou nesta quarta-feira (10) a Operação Viúva Negra, voltada à investigação de atividades ligadas a jogos de azar e lavagem de dinheiro. A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada na Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DECCOR-LD).
Segundo informações da corporação, foram cumpridas medidas cautelares que resultaram no bloqueio judicial de aproximadamente R$ 2 milhões em contas bancárias, além do sequestro de quatro imóveis em Parnamirim e Mossoró, e da apreensão de veículos de médio e alto padrão. Também foram recolhidos documentos, equipamentos eletrônicos e outros materiais considerados relevantes para o inquérito.
As investigações tiveram início a partir de relatórios da Delegacia de Combate à Corrupção e de comunicações encaminhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). De acordo com a polícia, foram identificadas movimentações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada de pessoas investigadas, além da aquisição de bens de luxo e imóveis pagos em espécie.
A apuração aponta que os suspeitos utilizavam plataformas virtuais de jogos de azar, conhecidas popularmente como “jogo do tigrinho”, divulgadas em redes sociais. O modelo de atuação incluía a divulgação por influenciadoras digitais, que, segundo a investigação, utilizavam conteúdos com apelos visuais e ostentação de padrão de vida elevado para atrair seguidores às plataformas.
O inquérito também indica que os valores movimentados eram rapidamente convertidos em bens ou transferidos por meio de empresas de fachada e serviços de pagamento, em possível tentativa de ocultação de patrimônio.
A operação contou com o apoio de equipes da DEICOR, do 2º Núcleo de Investigação Qualificada, da 51ª Delegacia de Polícia de Jucurutu, da 73ª Delegacia de Umarizal, da 7ª Delegacia Regional de Patu e da 3ª Delegacia Regional de Caicó.
Durante todo o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo reforça a importância do cuidado com a saúde mental e enfatiza a prevenção ao suicídio. Entre sentimentos e inovações tecnológicas, o debate atual é até que ponto a Inteligência Artificial pode analisar emoções humanas. Para entender melhor o tema, a TRIBUNA DO NORTE conversou com profissionais da psicologia e tecnologia, buscando respostas sobre a viabilidade da autoterapia digital e os limites da IA. A mestre em psicologia Emmanuela Pimenta é enfática: não há como substituir a psicoterapia por IA.
Segundo dados da agência de comportamento Talk Inc., mais de 12 milhões de brasileiros já utilizam chatbots de Inteligência Artificial para apoio psicológico, sendo que 6 milhões recorrem especificamente ao ChatGPT, modelo de linguagem capaz de simular conversas humanas. A preocupação se intensifica neste Dia de Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta quarta-feira (10), em meio à repercussão de episódios trágicos relacionados ao tema.
Emmanuela Pimenta explica que a interação com a Inteligência Artificial é apenas uma conversa, não uma relação. Segundo ela, a IA não consegue compreender os sentimentos humanos, pois, ao falar uma frase, o ser humano também utiliza outros elementos — como tom de voz, expressão corporal e facial — fundamentais para a interpretação emocional.
“A principal questão é o perigo, porque a pessoa vai estar conversando com uma IA que não possui a leitura de um ser humano. Ela não consegue captar, inclusive nas entrelinhas, o que o paciente traz. A IA, por si só, tende a validar tudo que você diz, independentemente do conteúdo. Se pegarmos um paciente em crise, com pensamentos suicidas, e ele afirmar que vai fazer algo, a IA pode validar, pois não tem consciência do processo”, relatou.
Emmanuela Pimenta é mestre em psicologia e possui formação em terapia cognitivo-comportamental, ela explica que não há como substituir a psicoterapia por IA | Foto: TN Play
No dia 26 de agosto deste ano, os pais de um jovem residente em São Francisco, nos Estados Unidos, processaram a OpenAI por supostamente “contribuir” para o ato de suicídio do filho. O adolescente teria recebido orientações negativas fornecidas pelo ChatGPT, com formas de autoagressão, o que possivelmente levou à consumação da morte. Após o caso, a empresa afirmou que planeja implementar controles parentais e explorar formas de incentivar usuários em crise a buscar ajuda humana.
O episódio acende um alerta, especialmente no Brasil, onde cerca de 18 milhões de pessoas — 9,3% da população — convivem com transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O caso levanta debates sobre até que ponto a IA pode concordar e ajudar em situações críticas.
Entendendo a Inteligência Artificial
A validação da ferramenta acontece porque ela opera com base em estatísticas, e não na verdade, buscando agradar o usuário e manter a interação. Esse conceito é defendido por Raniery Pimenta, diretor regional do Senac e especialista em IA.
“Ele [ChatGPT] faz cálculos e análises, como se fosse o corretor do seu celular. Tenta entender qual é a palavra que você está querendo dizer, mas de forma mais ampla: compreende a sentença inteira, às vezes o contexto, fazendo milhões de cálculos em frações de segundos”, explicou.
Segundo Raniery, os dados utilizados pelos chatbots vêm de sites públicos, livros de domínio público, artigos, transcrições de vídeos, redes sociais e interações em plataformas digitais abertas. “Com base nisso, ele aprende, entende, compreende e utiliza essas informações para gerar respostas que parecem conversas naturais, mas são cálculos elaborados”, completou.
Ele também ressalta que os limites da IA são definidos por cada empresa, estabelecendo critérios de ética sobre o que deve ou não ser compartilhado.
Diretor regional do Senac, Raniery Pimenta também é especialista em IA e estudioso da transformação digital no mundo do trabalho e na educação | Foto: TN Play
IA não substitui psicoterapia
Os profissionais da psicologia possuem carga horária de trabalho diária e valor fixo por consulta. Com a Inteligência Artificial, fazer autoterapia digital é gratuito e pode ser realizado a qualquer hora do dia. Porém, essas vantagens não são suficientes para ter os mesmos resultados de uma consulta humana. Emmanuela Pimenta acredita que não tem como substituir um tratamento com um terapeuta pela conversa com a IA.
“As pessoas que não fazem terapia, quando usam a IA em casos leves — depressão ou ansiedade — apresentam melhora imediata, o que não podemos negar. Mas esse alívio é passageiro e não tem continuidade, fazendo com que o quadro clínico acabe regredindo. Por isso, não é interessante utilizá-la como substituta do profissional”, disse.
O uso constante da ferramenta pode gerar dependência psicológica, impedindo que o paciente tome decisões sozinho.
“Enquanto terapeutas, buscamos dar autonomia ao paciente, ensinando estratégias para que ele se torne seu próprio terapeuta. Com a IA, a pessoa se torna dependente: sempre que houver um problema, perguntará à ferramenta ‘o que eu faço?’. Na psicologia, nosso objetivo é justamente a autonomia do sujeito”, reforçou Emmanuela.
Como a IA deve ser usada
Para evitar que a IA valide tudo automaticamente, é necessário treiná-la para criar senso crítico nas respostas, utilizando-a principalmente para pesquisas gerais, não para análise de sentimentos. Raniery Pimenta também alerta para a importância de checar a veracidade das informações. “O que ela [IA] quer é dar uma resposta. Devemos ter cuidado, porque somos responsáveis pelo uso dessas informações”, disse.
Em linhas gerais, plataformas como o ChatGPT são criadas para analisar perguntas e gerar respostas úteis, claras e criativas, sendo eficazes para trabalho e vida pessoal, mas sempre com limites e consciência do usuário.
“É muito importante que você não queira necessariamente fazer da ferramenta de IA uma ferramenta de perguntas e respostas, ela é uma ferramenta que vai potencializar as suas entregas. Então a minha dica é que converse, interaja, critique, discuta e peça fontes, como faria com qualquer ser humano inteligente”, completou.
Emmanuela defende que a IA pode ser aliada dos psicólogos, auxiliando na personalização do atendimento e no monitoramento dos pacientes. “A IA não deve ser concorrente, mas favorecedora, desde que usada de …
vanilson Oliveira se filia ao MDB e disputará reeleição em 2026 pelo partido liderado por Walter Alves
O MDB do Rio Grande do Norte anunciou nesta quarta-feira 10 a filiação do deputado estadual Ivanilson Oliveira. O parlamentar vai deixar o União Brasil. Em nota, o MDB informou que o parlamentar aceitou o convite do vice-governador e presidente estadual da legenda, Walter Alves, e vai oficializar sua entrada no partido.
Por ser deputado estadual, Ivanilson Oliveira precisa de autorização do seu atual partido, o União Brasil, para se filiar a outra sigla. A saída sem aval pode resultar na perda do mandato. Segundo o MDB, Ivanilson vai fazer a solicitação formal da carta de anuência ao presidente da sigla, José Agripino Maia. Caso não receba o aval, ele terá de aguardar até março de 2026, quando será aberta a janela partidária – quando parlamentares podem trocar de legenda sem receberem punição.
Com a filiação, Ivanilson confirma que disputará a reeleição em 2026 pela nominata do MDB.
O presidente estadual do MDB, Walter Alves, destacou a importância da chegada do parlamentar. “Ivanilson é um ótimo reforço para os quadros do MDB. Temos certeza de que sua atuação contribuirá ainda mais para o fortalecimento do nosso partido e para a defesa dos interesses do Rio Grande do Norte”, afirmou.
Ivanilson Oliveira foi eleito deputado estadual para o primeiro mandato nas Eleições 2022 quando obteve 27.426 votos, pelo União Brasil. “Estou feliz em fazer parte do MDB, um partido com história e força no Rio Grande do Norte. Chego para somar, contribuir com o projeto do partido e continuar trabalhando em defesa da população potiguar”, disse o deputado.
Ministro entendeu que o ex-presidente não integrou organização criminosa
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira 10 pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro em todos os cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Com a decisão, o placar do julgamento está em 2 a 1 pela condenação, já que os ministros Alexandre de Moraes, relator, e Flávio Dino se manifestaram anteriormente pela condenação. Ainda faltam votar as ministras Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Assim como havia feito no julgamento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Fux entendeu que o ex-presidente não integrou organização criminosa.
Crimes relacionados ao 8 de Janeiro
Sobre os crimes de dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, atribuídos a Bolsonaro pela PGR em razão das depredações de 8 de janeiro de 2023, Fux afirmou não haver provas de que o ex-presidente tenha ordenado a destruição dos prédios públicos.
Para o ministro, “seria necessário demonstrar que o resultado [o 8 de Janeiro] é consequência” dos discursos e comportamentos de Bolsonaro nos meses anteriores, o que, segundo ele, a acusação não comprovou. “Falta nexo de causalidade”, disse.
O magistrado também já havia votado pela absolvição de Cid e Garnier nesses mesmos crimes, desvinculando os atos golpistas daquela data dos réus atualmente em julgamento no STF. No entanto, Fux votou pela condenação de Mauro Cid por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que já formou maioria nesse ponto.
Crimes contra a democracia
Em relação aos dois crimes contra a democracia denunciados pela PGR — tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito —, Fux também votou pela absolvição de Bolsonaro.
Ele avaliou três pontos levantados pela acusação: uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades, discursos contra as urnas eletrônicas e suposta adesão a planos golpistas.
Sobre a Abin, afirmou que o software FirstMile deixou de ser usado em maio de 2021, antes do período indicado pela PGR como início dos crimes, em julho de 2021. Para o ministro, a Procuradoria não comprovou quais leis teriam sido violadas com o uso do programa.
Quanto aos discursos, disse que “a simples defesa de mudança do sistema de votação não pode ser considerada narrativa subversiva”. Já sobre supostos planos golpistas, avaliou que não há provas de atos executórios por parte de Bolsonaro.
Minuta golpista e depoimento de Cid
Fux citou a minuta encontrada que previa a decretação de estado de sítio para suspender a sucessão eleitoral, discutida em reuniões no Palácio da Alvorada. “Se é minuta, é mera cogitação, jamais poderia se afirmar que houve execução. O estado de sítio depende de prévia autorização do Congresso Nacional”, declarou.
“Qualquer ato executório envolvendo as Forças Armadas dependeria de um decreto formal assinado pelo presidente da República. Entretanto, Jair Bolsonaro jamais procedeu nesse sentido, limitando-se, segundo as provas dos autos, a atos preparatórios”, concluiu.
Segundo o ministro, até o próprio Mauro Cid afirmou em sua delação premiada que Bolsonaro não assinaria decretos de estado de exceção. Ele também acolheu o argumento da defesa de que não há provas de que a minuta previa prisão de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes. Para Fux, essa versão surgiu apenas na colaboração de Cid.
Planos Punhal Verde Amarelo e Copa 2022
Sobre o plano denominado Punhal Verde Amarelo, cujo arquivo foi apreendido com o general Mário Fernandes, o ministro disse que não há evidências de que Bolsonaro tivesse conhecimento do documento.
Ele questionou a afirmação da Polícia Federal de que o arquivo teria sido impresso no Palácio do Planalto por Fernandes. “As provas são insuficientes de que essa minuta tenha chegado a ser apresentada ao réu Jair Bolsonaro”, afirmou.
“Ao contrário do que sugere o Ministério Público, [um áudio entre Fernandes e Cid, em 8 de dezembro de 2022] não sugere que a ação violenta era previamente autorizada” pelo então presidente, completou.