O paciente de 32 anos com suspeita de intoxicação por metanol morreu na tarde deste sábado (4) no Hospital de Trauma de Campina Grande. Natural de Baraúna, ele havia dado entrada no Hospital Regional de Picuí e foi transferido em estado crítico, com suporte de múltiplos aparelhos. Durante o trajeto e na chegada ao Trauma, sofreu duas paradas cardíacas.
Segundo a SES, o paciente apresentava quadro clínico grave, compatível com ingestão de bebida com possível presença de metanol. Foram adotadas medidas de suporte intensivo e uso de antídoto específico, conforme os protocolos clínicos, mas o quadro se agravou e ele não resistiu.
“Apesar de todos os esforços das equipes médicas das duas unidades hospitalares, o paciente apresentou agravamento progressivo do quadro e não resistiu às complicações”, diz a nota.
A Secretaria informou ainda que a Polícia Civil e a Agevisa já estão em Baraúna, cidade de origem do paciente, para investigar a procedência da bebida e adotar as medidas sanitárias cabíveis.
Como resposta à gravidade do caso, a SES-PB criou um Grupo de Trabalho Interdisciplinar para reforçar a fiscalização e o monitoramento da possível circulação de bebidas adulteradas no estado.
O número de óbitos confirmados por intoxicação com metanol em São Paulo subiu para dois, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. As vítimas são dois homens de 46 e 54 anos, residentes da cidade de capital.
De acordo com o Ministério da Saúde, o país soma 127 casos notificados de intoxicação, dos quais 11 foram confirmados. Outros 15 já foram descartados em São Paulo. Até sexta-feira (3), eram 113 notificações e 11 confirmações.
Aumento de casos suspeitos
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou durante coletiva em Teresina (PI) que houve aumento de casos suspeitos.
O Ministério afirmou que 4300 ampolas de um estoque estratégico de etanol farmacêutico – que serve como antídoto para a intoxicação por Metanol – chegará na próxima semana e será distribuído por todo o país. Além isso, 609 farmácias brasileiras tem a capacidade de produzir o composto.
Na coletiva, Padilha afirmou ainda que o Ministério da Saúde fez a aquisição de 2500 tratamentos de Fomepizol, vindas do exterior e que também tem previsão de chegada para esta semana. O medicamento é uma outra alternativa de antídoto para os casos de intoxicação.
O Brasil passou da marca de 100 casos suspeitos de intoxicação por metanol. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, são 113 casos suspeitos em todo o país. A informação foi dada em entrevista à CNN nesta sexta-feira (3).
São cinco estados com casos suspeitos – São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul – além do Distrito Federal.
“Número de casos suspeitos e presentes em outros estados reforça a participação da Polícia Federal na investigação por ser uma situação interestadual”, disse Padilha.
País tem uma morte confirmada como provocada em razão do metanol. O ministro não detalhou se essa morte teve relação com o consumo de bebida alcoólica. Outros 11 óbitos ainda estão sob investigação em todo o território nacional
Solidariedade é fundamental em áreas como a imunização
Vacinação de países vizinhos também impacta o Brasil, diz OpasO representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Cristian Morales, alertou nesta quarta-feira 1 que a vacinação é uma das áreas da saúde pública que revela a solidariedade entre países como algo fundamental. Morales elogiou o lançamento da campanha de multivacinação pelo Ministério da Saúde e ressaltou seu impacto regional.
“O que acontece no Brasil, um país maior, com intercâmbio e trocas comerciais muito fortes, com turismo, tem uma influência nos outros países das Américas e do mundo”, disse, durante coletiva de imprensa na sede do Ministério da Saúde, em Brasília.
“Mas o Brasil também está exposto ao que acontece em países vizinhos. Por isso, temos que colocar, no centro de nossas ações, também o multilateralismo. Esse enfoque permite aos países lutarem juntos contra perigos como as doenças imunopreveníveis e forcarem na proteção além das fronteiras”, completou Morales.
Para o representante da Opas, a campanha de multivacinação brasileira traz benefícios não apenas para a população local, mas também para outros países da região. “Estamos numa época em que, infelizmente, tem se instalado uma visão, em algumas pessoas e em parcelas da sociedade, em que a hesitação vacinal prevalece”, lembrou.
“Isso é algo contra o qual temos que lutar todos – mídias, organismos internacionais, ministérios, sociedade civil. Todos temos que voltar a pensar a importância de colocar evidências científicas e dados comprobatórios no centro da tomada de decisões. A nível coletivo, como em políticas públicas, mas também em tomadas de decisões a nível individual e das famílias.”
“É muito importante que todos colaboremos para esclarecer, por meio de dados comprobatórios, com evidências, a importância das vacinas. Dentre as intervenções de saúde pública, talvez seja a mais custo-efetiva que podemos imaginar, em que protegemos com um esforço sempre muito importante, mas cujos ganhos que vamos ter em termos de vidas salvas são incríveis”, concluiu.
O Hospital Regional da Mulher Parteira Maria Correia recebeu nesta sexta-feira (26) o primeiro grupo de mulheres que vão passar por cirurgias eletivas na unidade a partir do dia 8 de outubro. Aproximadamente 70 mulheres do Oeste, Alto Oeste e Vale do Açu foram atendidas em consultas pré-operatórias e avaliação de exames no ambulatório, iniciando a inserção do Hospital da Mulher no programa de cirurgias eletivas do Governo do Estado.
“O início das cirurgias eletivas é um legado humanitário sem tamanho que o Hospital da Mulher vem trazendo para toda essa região. Mais um serviço aberto, o que nos deixa muito feliz”, disse a governadora Fátima Bezerra.
Com mais esse avanço, o Hospital da Mulher passa a realizar laqueadura, histerectomia, perineoplastia, retirada de cisto e outros procedimentos, se somando aos serviços de cirurgias de emergência, que já atenderam mais de 600 pessoas. Todos os procedimentos eletivos são organizados pelo sistema Regula Cirurgia da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
O trabalho de recebimento das pacientes foi acompanhado pelo secretário de Estado da Saúde Pública Alexandre Motta. “O maior bem que temos é a saúde. E podermos oferecer mais esse serviço para as mulheres do nosso estado é uma alegria imensa”, comentou Motta.
A gestão da unidade, a partir da abertura das cirurgias eletivas, já planeja os próximos passos. “O objetivo central é zerar as filas, para que ninguém mais espere. E buscamos poder ampliar para os procedimentos de endometriose logo mais”, apontou a diretora-geral do Hospital da Mulher, Elenimar Bezerra.
Expectativa do Ministério da Saúde é de que as intervenções e estímulos a esses pacientes ocorram antes mesmo do diagnóstico ser fechado
Profissionais da atenção primária vão passar a realizar o teste que detecta sinais de transtorno do espectro autista (TEA) em todas as crianças com idade entre 16 e 30 meses, como parte da rotina de avaliação do desenvolvimento. A orientação consta na nova linha de cuidado para TEA, lançada nesta quinta-feira (18) pelo Ministério da Saúde.
A expectativa, segundo a pasta, é que as intervenções e estímulos a esses pacientes ocorram antes mesmo do diagnóstico ser fechado. “A atuação precoce é fundamental para a autonomia e a interação social futura”, destacou o ministério em nota.
“Pela primeira vez, o ministério estabelece uma linha de cuidado para o TEA. O centro dela, a recomendação mais importante, é o esforço do diagnóstico precoce no início dos cuidados e intervenções”, avaliou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Para o ministro, a nova linha de cuidados é um instrumento potente e abrangente.
“Para que a gente faça não só o diagnóstico mais precoce possível, mas o cuidado e as intervenções mais precocemente. Não precisa fechar o diagnóstico para começar as ações. Tem um impacto muito grande no desenvolvimento dessas crianças”, completou.
Números
O governo estima que 1% da população brasileira viva com TEA. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 71% dessa população apresentam ainda outras deficiências, o que, de acordo com o ministério, reforça a necessidade de ações integradas via Sistema Único de Saúde (SUS).
“A nova linha de cuidado lançada pelo Ministério da Saúde orienta gestores e profissionais de saúde sobre como deve funcionar a rede, da atenção primária aos serviços especializados, com foco no rastreio precoce e no início imediato da assistência”, reforçou o ministério.
Os hospitais públicos do Rio Grande do Norte enfrentam uma situação crítica no fornecimento de alimentação devido à greve de trabalhadores terceirizados, motivada por atrasos salariais e de benefícios. Com a paralisação, alguns hospitais enfrentam a suspensão das refeições, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde/RN). Nesta segunda-feira (22), os profissionais da saúde vão fazer uma paralisação em frente ao Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, às 10h, em Natal.Play Video
Segundo a categoria, os funcionários terceirizados do Walfredo Gurgel estão sem receber o salário referente ao mês de agosto e têm cerca de cinco meses de auxílio-alimentação atrasados. Em razão disso, parte dos serviços foi paralisada, afetando diretamente a distribuição de refeições. “A situação é crítica para os acompanhantes de pacientes, em sua maioria vindos do interior, sem condições financeiras. Há relatos de pessoas que não comem há dois dias e de famílias que precisam dividir uma única quentinha entre três pessoas”, afirmou o sindicato.
O Sindsaúde informou que hospitais como o Giselda Trigueiro e o Hospital de São José de Mipibu estão sem fornecimento de alimentação desde 15 de setembro. No Walfredo Gurgel, o serviço foi suspenso em 16 de setembro, e no Hospital Santa Catarina, no dia 18.…
Vacina atua na prevenção de cânceres de colo do útero, vulva, pênis, garganta e pescoço e está disponível pela primeira vez para pessoas dessa faixa etária.
Pela primeira vez, a vacina contra o HPV está disponível para jovens com idades entre 15 e 19 anos na rede pública de saúde do Rio Grande do Norte. A disponibilização vale até dezembro de 2025.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que seguiu as recomendações do Ministério da Saúde para ampliar o público-alvo da vacinação.
A vacina contra o Papiloma vírus humano (HPV) é segura e necessária na prevenção de cânceres de colo do útero, vulva, pênis, garganta e pescoço.
Segundo as autoridades, a ampliação da faixa etária permite alcançar indivíduos que não foram imunizados anteriormente e contribui para a proteção individual e coletiva.
Natal amplia vacinação contra HPV para pessoas com até 19 anos
Desde 2024, o Ministério da Saúde passou a adotar a dose única da vacina contra o HPV para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, substituindo o modelo anterior de duas aplicações e simplificando o acesso à imunização.
A medida segue recomendações internacionais e reforça o compromisso do país de eliminar o câncer de colo do útero até 2030.
Desde o início da campanha, em maio, o Rio Grande do Norte já vacinou 4.934 adolescentes entre 15 e 19 anos e 29.094 crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos.
“O Brasil tem registros de 7 mil óbitos por ano por câncer de colo do útero e a vacina é fundamental para conter o avanço da doença. No dia 18 de outubro acontece o dia “D” uma mobilização nacional de multivacinação e vamos enfatizar também a vacinação contra o HPV para os adolescentes”, explicou Laiane Graziela, coordenadora do Programa Estadual de Imunização.
Estudo da Universidade da Califórnia associa biomarcadores no sangue a declínio cognitivo, abrindo caminho para diagnóstico mais rápido e acessível do Alzheimer
Cientistas da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia encontraram uma ligação entre o declínio cognitivo (como demência e Alzheimer) e biomarcadores sanguíneos em adultos hispânicos e latinos que moram nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, essa descoberta pode abrir caminho para um simples exame de sangue capaz de ajudar no diagnóstico da doença de Alzheimer e de outras demências relacionadas.
A abordagem seria mais veloz, menos invasiva e mais acessível do outras ferramentas já existentes. Os resultados foram publicados na revista JAMA Network Open no início deste mês.
“Precisamos de formas de identificar doenças neurodegenerativas subjacentes mais cedo em pacientes com sintomas cognitivos”, disse um dos autores do estudo, Freddie Márquez, pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Neurociências da universidade, em comunicado à imprensa.
Márquez afirma que o estudo mostra o potencial que os biomarcadores sanguíneos possuem como ferramenta, especialmente em populações que são pouco contempladas pelos métodos tradicionais.
Atualmente, existe somente um único exame de sangue aprovado pela agência regulatória dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), que pode colaborar no diagnóstico da doença de Alzheimer. Com o nome de “Lumipulse G pTau217/Aβ42 plasma ratio”, ele detecta se há proteínas associadas ao Alzheimer no sangue, porém tem um custo elevado com disponibilidade somente em centros de atendimento especializados.
Vale destacar que apesar dos avanços e do estudo publicado recentemente, ainda não se sabe se o sangue pode ser utilizado de forma confiável para identificação da doença em larga escala.
Entenda o estudo
Para entender a questão, os pesquisadores utilizaram dados de um estudo clínico que analisou a neurocognição em um subconjunto de participantes do Hispanic Community Health Study/Study of Latinos (Estudo da Saúde da Comunidade Hispânica/Estudo dos Latinos, em tradução livre) que até então é o maior e mais abrangente estudo de longo prazo sobre saúde e doenças de hispânicos e latinos nos Estados Unidos.
“Adultos hispânicos e latinos parecem ter maior probabilidade de desenvolver Alzheimer e demências relacionadas, e esse grupo deve registrar os maiores aumentos de prevalência da doença nas próximas décadas”, disse outro autor da pesquisa, Hector González, professor do Departamento de Neurociências.
Ele ressalta que apesar disso, o grupo tende a ser pouco representado em pesquisas sobre Alzheimer e demência frequentemente, algo que o estudo da Universidade da Califórnia tentou corrigir.
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Os pesquisadores analisaram o sangue de 5.712 adultos hispânicos e/ou latinos com idades entre 50 e 86 anos, em busca de proteínas presentes no cérebro de pessoas com Alzheimer, como beta-amiloide e tau.
Segundo a pesquisa, os resultados apontam que:
Níveis mais altos de NfL, um marcador de lesão nos neurônios, e de GFAP, ligado à inflamação cerebral, estavam relacionados a mais queixas de dificuldades no raciocínio, no planejamento e no desempenho cognitivo em geral.
Níveis elevados de NfL e da proteína tau (ptau-181) apareceram associados a relatos mais frequentes de perda de memória.
Por outro lado, a dosagem no sangue da proteína beta-amiloide (Aβ42/40), que costuma estar envolvida no desenvolvimento do Alzheimer no cérebro, não mostrou relação com queixas de declínio cognitivo.
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Os cientistas destacaram que, mesmo em pessoas cognitivamente saudáveis, a relação entre níveis mais altos de NfL e relatos de declínio cognitivo se manteve. Isso sugere que esse marcador pode ser útil para identificar sinais muito iniciais de alterações cerebrais.
O estudo também reforça a ideia de que biomarcadores no sangue podem ajudar no diagnóstico precoce do Alzheimer e de outras demências. Outro ponto valorizado pelos pesquisadores foi a diversidade da amostra, considerada um diferencial importante para dar mais robustez aos resultados.
“Ao incluir participantes de comunidades sub-representadas, conseguimos compreender melhor como determinantes sociais de saúde e comorbidades podem influenciar trajetórias cognitivas e risco de demência”, acrescentou Márquez. “Isso torna nossos achados especialmente relevantes em contextos do mundo real”.
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Os autores reforçam que serão necessários mais estudos até que essa abordagem chegue à prática clínica. Mesmo quando isso acontecer, o exame será apenas uma ferramenta a mais no arsenal diagnóstico de um médico.…
A sensação de peso no peito e a dificuldade para respirar são dois dos sintomas mais característicos de um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), condição em que uma infecção respiratória inicial afeta os pulmões de forma severa, dificultando a respiração e podendo levar à insuficiência. A SRAG não é uma doença em si, mas uma complicação ocasionada por diversas infecções virais. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os casos têm atingido níveis de incidência de moderada a muito alta em jovens, adultos e idosos, com forte incidência em crianças pequenas e idosos. A SRAG pode ser causada por vírus, bactérias e fungos. Os principais vírus relacionados à síndrome são Influenza, Sars-CoV-2 (Covid-19) e o vírus sincicial respiratório. Já as bactérias são o pneumococo, Staphylococcus aureus e o micoplasma. “Foi observado pelo Ministério da Saúde um aumento nos casos de síndrome respiratória aguda por casos de vírus sincicial e influenza, que ocorrem especialmente no período de inverno”, observa Thiago Dantas, pneumologista do Hospital Onofre Lopes (HUOL). A Fiocruz projeta um crescimento do número de casos em todo Brasil. O boletim InfoGripe, divulgado em fevereiro, aponta que, dos mais de 16 mil casos de SRAG viral positivos, no mês de janeiro, 79,5% foram causados pelo coronavírus e 10,6% por Influenza A. Os números crescentes acarretaram na lotação de hospitais públicos e privados do país. Thiago Dantas explica que a SRAG é caracterizada por um processo inflamatório pulmonar que causa a redução da entrada de oxigênio para os vasos sanguíneos pulmonares durante o processo da respiração, levando à redução da quantidade de oxigênio presente no organismo, e aumento do esforço que os músculos respiratórios fazem para poder captar mais ar para dentro dos pulmões. O aumento de casos no Brasil tem grande relação com a Influenza A, que oferece risco maior à população idosa, e o vírus sincicial respiratório, que afeta mais as crianças e bebês, sendo a principal causa de internação por infecção respiratória em menores de 1 ano. O pneumologista explica que a vulnerabilidade é ocasionada pela imunidade mais baixa, redução das reservas funcionais respiratórias e o maior estado pró-inflamatório. “Os grupos mais vulneráveis são recém-nascidos e crianças com menos de cinco anos, idosos com mais de 70 anos, obesos, gestantes, pessoas em tratamento para câncer, transplantados, diabéticos não controlados, e pacientes com doenças respiratórias crônicas e cardiopatas”, completa. A gripe (Influenza A, em particular) é uma das principais causas de óbitos por SRAG em idosos. Os sintomas iniciais são muitas vezes semelhantes aos de uma gripe comum, como febre, tosse e dor de garganta. No entanto, a SRAG se caracteriza pela progressão de sintomas mais graves. Entre os sinais de alerta, segundo o médico, estão: aumento da frequência respiratória, ponta dos dedos e lábios roxos (cianose), cansaço para realizar os mínimos esforços, pressão mais baixa do que o normal, aprofundamento dos espaços entre as costelas e acima do esterno (osso do peito) e respiração com muito uso do abdomen. Em crianças, pode ocorrer também falta de ar, aumento da frequência respiratória, desidratação e diminuição de apetite. Especificamente em território potiguar, Thiago Dantas acredita que o período de chuvas pode contribuir para aumento de quadros de SRAG, o que deve inspirar cuidados. “É o que favorece a aglomeração e a permanência em ambientes fechados, levando à maior propagação dos vírus respiratórios entre a população, por isso que nós temos um aumento na incidência das infecções respiratórias nesse período”, ressalta. O diagnóstico clínico, segundo Thiago, é feito pela piora clínica progressiva de uma síndrome gripal associada aos sinais de alerta já mencionados. Somando isso à realização de exames como hemograma, proteína C reativa, gasometria arterial (avaliação da quantidade real de oxigênio e gás carbônico do sangue), raio X ou tomografia de tórax, além do swab nasal para a identificação dos vírus respiratórios.
Prevenção Entre as medidas preventivas mais eficazes para evitar uma síndrome respiratória aguda, estão uma alimentação saudável e balanceada, a prática de exercícios físicos, não fumar e não consumir bebidas alcoólicas, beber água corretamente, controlar as doenças crônicas como diabetes e hipertensão, a perda de peso e o uso de máscaras em pacientes de risco. Há mais um item especialmente importante: manter o calendário vacinal em dia. A vacinação é a principal e mais eficaz forma de prevenção contra a SRAG, pois protege contra as doenças que podem evoluir para o quadro grave, como a Influenza e a Covid-19, reduzindo significativamente os riscos de evoluir para suas complicações e, inclusive, a necessidade de internação. A vacinação também ajuda a reduzir a circulação dos vírus, protegendo indiretamente aqueles que não podem ser vacinados. As principais formas de tratamento são o uso de antibióticos e antivirais. “São as principais ferramentas de acordo com o agente etiológico, além de oxigênio para os pacientes que estão com a baixa oxigenação do sangue, fisioterapia respiratória, dispositivos inalatórios (as famosas bombinhas)”, explica o pneumologista. E, em alguns casos mais graves, pode haver a necessidade do uso da ventilação mecânica invasiva. Atualmente, segundo Thiago Dantas, foram observados também novos casos de Covid-19, o que é compatível com a menor cobertura vacinal que é observada junto à população. “O grande desafio está em desfazer vários estigmas e mitos existentes com relação aos quadros infecciosos, vacinação e os tratamentos, como a necessidade de intubação que pode ocorrer em casos mais graves, além da dificuldade que a população tem em acessar os serviços de saúde quando temos os surtos epidemiológicos destas doenças”, afirma. A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que os pacientes só busquem por atendimentos presenciais caso apresentem sintomas como falta de ar, baixa saturação, febre recorrente e cansaço. Além disso, a organização aconselha que as pessoas com sintomas leves recorram a teleconsulta a fim de reduzir aglomerações nos hospitais e clínicas.
Com a finalidade de impulsionar a cooperação científica e tecnológica na área de imunobiológicos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo do Panamá assinaram um memorando de entendimento. A parceria foi oficializada nesta sexta-feira (12) durante a inauguração do Centro Regional de Inovação em Vacinas e Biofármacos panamenho (CRIVB AIP), que nasce com a missão de fortalecer a capacidade regional de pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas e biofármacos.Play Video
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no final de agosto o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, em visita oficial ao Brasil. No encontro, no Palácio do Planalto, Lula disse que a agenda marcava o recomeço de uma relação entre os países, com o fortalecimento dos laços de cooperação e amizade entre duas nações democráticas, multiculturais e ricas em biodiversidade.
“A Fiocruz vai ampliar a capacidade panamenha de produção de vacinas e contribuir para o estabelecimento de um polo farmacêutico regional”, disse Lula durante a visita de Mulino.
O memorando de entendimento agora assinado pelo governo panamenho com a Fiocruz constitui uma consequência direta desse encontro bilateral conduzido pelo presidente Lula.
“A assinatura deste documento consolida o compromisso da Fiocruz com parcerias que favoreçam o fortalecimento dos sistemas de saúde na América Latina e Caribe, promovendo a integração científica, tecnológica e capacidade local de produção, iniciativa fundamental para a soberania e segurança sanitária dos nossos países”, disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.
O CRIVB AIP é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Panamá que visa posicionar o país como um polo regional de inovação em saúde, com atuação em pesquisa translacional, desenvolvimento clínico, produção local de imunobiológicos e formação de profissionais.
A estrutura do centro inclui uma planta de produção de vacinas, laboratórios de diagnóstico e desenvolvimento de produtos, além de programas de capacitação e cooperação regulatória.
“Esperamos avançar em projetos de grande impacto para a saúde pública regional, reafirmando a nossa vocação de instituições que trabalham pela ciência e pela equidade no acesso a vacinas e biofármacos”, disse o vice-diretor de Inovação de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Ricardo de Godoi.
O desenvolvimento de parcerias com o novo centro no Panamá tem como objetivo ampliar a presença estratégica da Fiocruz na América Latina e reforçar a soberania da região. A localização geográfica privilegiada do país, somada à sua infraestrutura logística robusta, poderá permitir uma distribuição mais ágil de vacinas em toda a região, fortalecendo o acesso equitativo e a rápida resposta a emergências de saúde.
Durante todo o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo reforça a importância do cuidado com a saúde mental e enfatiza a prevenção ao suicídio. Entre sentimentos e inovações tecnológicas, o debate atual é até que ponto a Inteligência Artificial pode analisar emoções humanas. Para entender melhor o tema, a TRIBUNA DO NORTE conversou com profissionais da psicologia e tecnologia, buscando respostas sobre a viabilidade da autoterapia digital e os limites da IA. A mestre em psicologia Emmanuela Pimenta é enfática: não há como substituir a psicoterapia por IA.
Segundo dados da agência de comportamento Talk Inc., mais de 12 milhões de brasileiros já utilizam chatbots de Inteligência Artificial para apoio psicológico, sendo que 6 milhões recorrem especificamente ao ChatGPT, modelo de linguagem capaz de simular conversas humanas. A preocupação se intensifica neste Dia de Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta quarta-feira (10), em meio à repercussão de episódios trágicos relacionados ao tema.
Emmanuela Pimenta explica que a interação com a Inteligência Artificial é apenas uma conversa, não uma relação. Segundo ela, a IA não consegue compreender os sentimentos humanos, pois, ao falar uma frase, o ser humano também utiliza outros elementos — como tom de voz, expressão corporal e facial — fundamentais para a interpretação emocional.
“A principal questão é o perigo, porque a pessoa vai estar conversando com uma IA que não possui a leitura de um ser humano. Ela não consegue captar, inclusive nas entrelinhas, o que o paciente traz. A IA, por si só, tende a validar tudo que você diz, independentemente do conteúdo. Se pegarmos um paciente em crise, com pensamentos suicidas, e ele afirmar que vai fazer algo, a IA pode validar, pois não tem consciência do processo”, relatou.
Emmanuela Pimenta é mestre em psicologia e possui formação em terapia cognitivo-comportamental, ela explica que não há como substituir a psicoterapia por IA | Foto: TN Play
No dia 26 de agosto deste ano, os pais de um jovem residente em São Francisco, nos Estados Unidos, processaram a OpenAI por supostamente “contribuir” para o ato de suicídio do filho. O adolescente teria recebido orientações negativas fornecidas pelo ChatGPT, com formas de autoagressão, o que possivelmente levou à consumação da morte. Após o caso, a empresa afirmou que planeja implementar controles parentais e explorar formas de incentivar usuários em crise a buscar ajuda humana.
O episódio acende um alerta, especialmente no Brasil, onde cerca de 18 milhões de pessoas — 9,3% da população — convivem com transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O caso levanta debates sobre até que ponto a IA pode concordar e ajudar em situações críticas.
Entendendo a Inteligência Artificial
A validação da ferramenta acontece porque ela opera com base em estatísticas, e não na verdade, buscando agradar o usuário e manter a interação. Esse conceito é defendido por Raniery Pimenta, diretor regional do Senac e especialista em IA.
“Ele [ChatGPT] faz cálculos e análises, como se fosse o corretor do seu celular. Tenta entender qual é a palavra que você está querendo dizer, mas de forma mais ampla: compreende a sentença inteira, às vezes o contexto, fazendo milhões de cálculos em frações de segundos”, explicou.
Segundo Raniery, os dados utilizados pelos chatbots vêm de sites públicos, livros de domínio público, artigos, transcrições de vídeos, redes sociais e interações em plataformas digitais abertas. “Com base nisso, ele aprende, entende, compreende e utiliza essas informações para gerar respostas que parecem conversas naturais, mas são cálculos elaborados”, completou.
Ele também ressalta que os limites da IA são definidos por cada empresa, estabelecendo critérios de ética sobre o que deve ou não ser compartilhado.
Diretor regional do Senac, Raniery Pimenta também é especialista em IA e estudioso da transformação digital no mundo do trabalho e na educação | Foto: TN Play
IA não substitui psicoterapia
Os profissionais da psicologia possuem carga horária de trabalho diária e valor fixo por consulta. Com a Inteligência Artificial, fazer autoterapia digital é gratuito e pode ser realizado a qualquer hora do dia. Porém, essas vantagens não são suficientes para ter os mesmos resultados de uma consulta humana. Emmanuela Pimenta acredita que não tem como substituir um tratamento com um terapeuta pela conversa com a IA.
“As pessoas que não fazem terapia, quando usam a IA em casos leves — depressão ou ansiedade — apresentam melhora imediata, o que não podemos negar. Mas esse alívio é passageiro e não tem continuidade, fazendo com que o quadro clínico acabe regredindo. Por isso, não é interessante utilizá-la como substituta do profissional”, disse.
O uso constante da ferramenta pode gerar dependência psicológica, impedindo que o paciente tome decisões sozinho.
“Enquanto terapeutas, buscamos dar autonomia ao paciente, ensinando estratégias para que ele se torne seu próprio terapeuta. Com a IA, a pessoa se torna dependente: sempre que houver um problema, perguntará à ferramenta ‘o que eu faço?’. Na psicologia, nosso objetivo é justamente a autonomia do sujeito”, reforçou Emmanuela.
Como a IA deve ser usada
Para evitar que a IA valide tudo automaticamente, é necessário treiná-la para criar senso crítico nas respostas, utilizando-a principalmente para pesquisas gerais, não para análise de sentimentos. Raniery Pimenta também alerta para a importância de checar a veracidade das informações. “O que ela [IA] quer é dar uma resposta. Devemos ter cuidado, porque somos responsáveis pelo uso dessas informações”, disse.
Em linhas gerais, plataformas como o ChatGPT são criadas para analisar perguntas e gerar respostas úteis, claras e criativas, sendo eficazes para trabalho e vida pessoal, mas sempre com limites e consciência do usuário.
“É muito importante que você não queira necessariamente fazer da ferramenta de IA uma ferramenta de perguntas e respostas, ela é uma ferramenta que vai potencializar as suas entregas. Então a minha dica é que converse, interaja, critique, discuta e peça fontes, como faria com qualquer ser humano inteligente”, completou.
Emmanuela defende que a IA pode ser aliada dos psicólogos, auxiliando na personalização do atendimento e no monitoramento dos pacientes. “A IA não deve ser concorrente, mas favorecedora, desde que usada de …
A vacinação contra a dengue no Rio Grande do Norte foi ampliada neste mês de setembro. Com a inclusão de 58 municípios, agora todas as 167 cidades do estado passam a ter doses disponíveis para a imunização contra a doença viral.
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) destinou 10.500 doses para os novos municípios. A ampliação contempla cidades do Sertão Central, passando pelo Vale do Açu, Litoral Norte, Agreste e chegando até o Alto Oeste.
A medida visa ampliar o potencial de proteção contra a dengue em todo o território potiguar, seguindo também uma orientação do Ministério da Saúde.
Além das doses para ampliação das cidades, outras 17.420 vacinas foram destinadas, nessa atual rodada de distribuição, a outros 46 municípios que já tinham iniciado o esquema vacinal anteriormente.
A vacina é indicada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, independentemente de infecção prévia por dengue. O esquema vacinal recomendado é de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Até esta primeira semana de setembro, o estado aplicou pouco mais de 120 mil vacinas contra a dengue.…
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou nesta sexta-feira (5) que há um cenário no Brasil no qual a covid-19 continua acontecendo.
“Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu. No momento, vivemos um aumento de casos em várias cidades brasileiras”, disse em uma das mesas da 27ª Jornada Nacional de Imunizações, na capital paulista.
Com o mote Vacinando gerações: um compromisso de todos, o evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.
Segundo Chebabo, no momento a covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar.
“Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.
Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da covid-19, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção.
“Essa população é a de mais risco de complicações e óbito. A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.
“Como estratégia de saúde pública, com os recursos financeiros que temos, talvez ela não seja importante para a maioria da população, mas para alguns grupos é fundamental. Então, para os idosos, para os imuno-suprimidos, para reduzir o risco de complicações, internação hospitalar e morte, a testagem é fundamental”, defendeu.
No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.
Vacinas combinadas
Segundo o professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Expedito Luna, a comunidade científica tem discutido a possibilidade de combinar a vacina contra influenza com a vacina contra a covid-19, o que permitiria que as pessoas ficassem imunizadas com apenas uma vacina. Entretanto, segundo ele, alguns obstáculos ainda apontam que por enquanto ainda não há essa possibilidade.
“No caso da gripe, as vacinas são atualizadas todo ano. Para o mundo, duas vezes por ano, porque tem uma vacina para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Esse processo foi pactuado entre a Organização Mundial da Saúde, de forma que, mesmo com indústrias diferentes, concorrentes entre si, elas produzem a mesma vacina todo ano, porque elas seguem a recomendação de composição da vacina que é padronizada pela OMS”, explicou.
De acordo com Luna, o vírus do SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito alta, assim como o vírus da influenza, porém na influenza já se conhece o comportamento, que é sazonal, permitindo que a vacinação seja feita antes do período de maior incidência.
“Com relação à covid-19, tudo isso é muito recente e o dado mundial nos mostra que ela ainda não tem esse comportamento sazonal claro. Aqui no Brasil, estamos vendo dois picos no ano. Então, não valeria a pena termos uma vacina que tem as duas coisas juntas, quando os vírus ocorrem separadamente”, observou.
Luna lembrou que a política atual do Ministério da Saúde recomenda para os grupos de risco para a covid-19 duas doses da vacina por ano, uma a cada 6 meses, o que seria complicado se a vacina fosse combinada.
“Com essas evidências, se estivesse na posição de decidir pelo Brasil, eu decidiria não usar a vacina combinada, continuar com as duas separadas, que dá mais oportunidades de ganhos tanto para uma quanto para outra”, disse.
Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam aumento dos casos de covid-19 no país nas últimas dez semanas de referência. O índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.
Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada.
“As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.
Segundo a direção da unidade até o momento nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas se apresentou para realizar os atendimentos
O Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, informou nesta quinta-feira 4 que não houve avanço na retomada das cirurgias eletivas, contrariando informações divulgadas anteriormente. De acordo com unidade, desde a terça-feira 2 procedimentos cirúrgicos precisaram ser cancelados.
Conforme o hospital, foram 72 cirurgias suspensas até a manhã desta sexta-feira 5, até a última atualização deste texto.
Segundo a direção, o contrato do hospital é com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, e até o momento nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas se apresentou para realizar os atendimentos.
O hospital segue em busca de soluções junto às autoridades competentes para restabelecer a normalidade dos procedimentos cirúrgicos o quanto antes, garantindo a qualidade do atendimento às crianças e adolescentes.
Número de procedimentos cancelados
Terça – 26 Quarta – 13 Quinta – 12 Sexta – 21
Entenda
Uma greve dos médicos foi iniciada no dia 1º de setembro, após aprovação em assembleia do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed‑RN). O movimento ocorre em protesto contra a substituição da Cooperativa Médica do RN (Coopmed‑RN) por duas empresas terceirizadas — Justiz e Proseg — em um processo de dispensa de licitação estimado em R$ 208 milhões para um ano de prestação de serviços.
O Sinmed-RN alega que os contratos fechados com a Justiz e a Proseg são ilegais e tem orientado médicos a não trabalharem para as novas empresas – que tentam absorver os profissionais da Coopmed nos novos contratos.
A Prefeitura do Natal obteve aval judicial em segunda instância para seguir com a contratação dessas empresas, após questionamentos judiciais e pedido de republicação do edital.
A Secretaria Municipal de Saúde condena a greve e acusa o Sinmed‑RN de promover um “movimento irresponsável” que exerce “coação” sobre médicos dispostos a migrar para os novos contratos, prejudicando o atendimento ao cidadão.
Segundo o secretário Geraldo Pinho, os médicos estão sendo ameaçados com eventuais retaliações junto ao Conselho Regional de Medicina (Cremern) caso interrompam a paralisação.
A Prefeitura também ressalta que a formalização dos novos contratos corrige a precariedade jurídica da Coopmed, que atuava sem contrato formal desde junho de 2023.