Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave aumentam e afetam crianças, adultos e idosos

A sensação de peso no peito e a dificuldade para respirar são dois dos sintomas mais característicos de um quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), condição em que uma infecção respiratória inicial afeta os pulmões de forma severa, dificultando a respiração e podendo levar à insuficiência. A SRAG não é uma doença em si, mas uma complicação ocasionada por diversas infecções virais. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os casos têm atingido níveis de incidência de moderada a muito alta em jovens, adultos e idosos, com forte incidência em crianças pequenas e idosos.
A SRAG pode ser causada por vírus, bactérias e fungos. Os principais vírus relacionados à síndrome são Influenza, Sars-CoV-2 (Covid-19) e o vírus sincicial respiratório. Já as bactérias são o pneumococo, Staphylococcus aureus e o micoplasma. “Foi observado pelo Ministério da Saúde um aumento nos casos de síndrome respiratória aguda por casos de vírus sincicial e influenza, que ocorrem especialmente no período de inverno”, observa Thiago Dantas, pneumologista do Hospital Onofre Lopes (HUOL).
A Fiocruz projeta um crescimento do número de casos em todo Brasil. O boletim InfoGripe, divulgado em fevereiro, aponta que, dos mais de 16 mil casos de SRAG viral positivos, no mês de janeiro, 79,5% foram causados pelo coronavírus e 10,6% por Influenza A. Os números crescentes acarretaram na lotação de hospitais públicos e privados do país.
Thiago Dantas explica que a SRAG é caracterizada por um processo inflamatório pulmonar que causa a redução da entrada de oxigênio para os vasos sanguíneos pulmonares durante o processo da respiração, levando à redução da quantidade de oxigênio presente no organismo, e aumento do esforço que os músculos respiratórios fazem para poder captar mais ar para dentro dos pulmões.
O aumento de casos no Brasil tem grande relação com a Influenza A, que oferece risco maior à população idosa, e o vírus sincicial respiratório, que afeta mais as crianças e bebês, sendo a principal causa de internação por infecção respiratória em menores de 1 ano. O pneumologista explica que a vulnerabilidade é ocasionada pela imunidade mais baixa, redução das reservas funcionais respiratórias e o maior estado pró-inflamatório.
“Os grupos mais vulneráveis são recém-nascidos e crianças com menos de cinco anos, idosos com mais de 70 anos, obesos, gestantes, pessoas em tratamento para câncer, transplantados, diabéticos não controlados, e pacientes com doenças respiratórias crônicas e cardiopatas”, completa. A gripe (Influenza A, em particular) é uma das principais causas de óbitos por SRAG em idosos.
Os sintomas iniciais são muitas vezes semelhantes aos de uma gripe comum, como febre, tosse e dor de garganta. No entanto, a SRAG se caracteriza pela progressão de sintomas mais graves. Entre os sinais de alerta, segundo o médico, estão: aumento da frequência respiratória, ponta dos dedos e lábios roxos (cianose), cansaço para realizar os mínimos esforços, pressão mais baixa do que o normal, aprofundamento dos espaços entre as costelas e acima do esterno (osso do peito) e respiração com muito uso do abdomen. Em crianças, pode ocorrer também falta de ar, aumento da frequência respiratória, desidratação e diminuição de apetite.
Especificamente em território potiguar, Thiago Dantas acredita que o período de chuvas pode contribuir para aumento de quadros de SRAG, o que deve inspirar cuidados. “É o que favorece a aglomeração e a permanência em ambientes fechados, levando à maior propagação dos vírus respiratórios entre a população, por isso que nós temos um aumento na incidência das infecções respiratórias nesse período”, ressalta.
O diagnóstico clínico, segundo Thiago, é feito pela piora clínica progressiva de uma síndrome gripal associada aos sinais de alerta já mencionados. Somando isso à realização de exames como hemograma, proteína C reativa, gasometria arterial (avaliação da quantidade real de oxigênio e gás carbônico do sangue), raio X ou tomografia de tórax, além do swab nasal para a identificação dos vírus respiratórios.

Prevenção
Entre as medidas preventivas mais eficazes para evitar uma síndrome respiratória aguda, estão uma alimentação saudável e balanceada, a prática de exercícios físicos, não fumar e não consumir bebidas alcoólicas, beber água corretamente, controlar as doenças crônicas como diabetes e hipertensão, a perda de peso e o uso de máscaras em pacientes de risco.
Há mais um item especialmente importante: manter o calendário vacinal em dia. A vacinação é a principal e mais eficaz forma de prevenção contra a SRAG, pois protege contra as doenças que podem evoluir para o quadro grave, como a Influenza e a Covid-19, reduzindo significativamente os riscos de evoluir para suas complicações e, inclusive, a necessidade de internação. A vacinação também ajuda a reduzir a circulação dos vírus, protegendo indiretamente aqueles que não podem ser vacinados.
As principais formas de tratamento são o uso de antibióticos e antivirais. “São as principais ferramentas de acordo com o agente etiológico, além de oxigênio para os pacientes que estão com a baixa oxigenação do sangue, fisioterapia respiratória, dispositivos inalatórios (as famosas bombinhas)”, explica o pneumologista. E, em alguns casos mais graves, pode haver a necessidade do uso da ventilação mecânica invasiva.
Atualmente, segundo Thiago Dantas, foram observados também novos casos de Covid-19, o que é compatível com a menor cobertura vacinal que é observada junto à população. “O grande desafio está em desfazer vários estigmas e mitos existentes com relação aos quadros infecciosos, vacinação e os tratamentos, como a necessidade de intubação que pode ocorrer em casos mais graves, além da dificuldade que a população tem em acessar os serviços de saúde quando temos os surtos epidemiológicos destas doenças”, afirma.
A Sociedade Brasileira de Infectologia recomenda que os pacientes só busquem por atendimentos presenciais caso apresentem sintomas como falta de ar, baixa saturação, febre recorrente e cansaço. Além disso, a organização aconselha que as pessoas com sintomas leves recorram a teleconsulta a fim de reduzir aglomerações nos hospitais e clínicas.

por Tribuna do Norte

Fiocruz e Panamá vão ampliar a capacidade de produção de vacinas

Com a finalidade de impulsionar a cooperação científica e tecnológica na área de imunobiológicos, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o governo do Panamá assinaram um memorando de entendimento. A parceria foi oficializada nesta sexta-feira (12) durante a inauguração do Centro Regional de Inovação em Vacinas e Biofármacos panamenho (CRIVB AIP), que nasce com a missão de fortalecer a capacidade regional de pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas e biofármacos.Play Video

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu no final de agosto o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, em visita oficial ao Brasil. No encontro, no Palácio do Planalto, Lula disse que a agenda marcava o recomeço de uma relação entre os países, com o fortalecimento dos laços de cooperação e amizade entre duas nações democráticas, multiculturais e ricas em biodiversidade.

“A Fiocruz vai ampliar a capacidade panamenha de produção de vacinas e contribuir para o estabelecimento de um polo farmacêutico regional”, disse Lula durante a visita de Mulino.

O memorando de entendimento agora assinado pelo governo panamenho com a Fiocruz constitui uma consequência direta desse encontro bilateral conduzido pelo presidente Lula.

“A assinatura deste documento consolida o compromisso da Fiocruz com parcerias que favoreçam o fortalecimento dos sistemas de saúde na América Latina e Caribe, promovendo a integração científica, tecnológica e capacidade local de produção, iniciativa fundamental para a soberania e segurança sanitária dos nossos países”, disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

O CRIVB AIP é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Panamá que visa posicionar o país como um polo regional de inovação em saúde, com atuação em pesquisa translacional, desenvolvimento clínico, produção local de imunobiológicos e formação de profissionais.

A estrutura do centro inclui uma planta de produção de vacinas, laboratórios de diagnóstico e desenvolvimento de produtos, além de programas de capacitação e cooperação regulatória.

“Esperamos avançar em projetos de grande impacto para a saúde pública regional, reafirmando a nossa vocação de instituições que trabalham pela ciência e pela equidade no acesso a vacinas e biofármacos”, disse o vice-diretor de Inovação de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Ricardo de Godoi.

O desenvolvimento de parcerias com o novo centro no Panamá tem como objetivo ampliar a presença estratégica da Fiocruz na América Latina e reforçar a soberania da região. A localização geográfica privilegiada do país, somada à sua infraestrutura logística robusta, poderá permitir uma distribuição mais ágil de vacinas em toda a região, fortalecendo o acesso equitativo e a rápida resposta a emergências de saúde.

por Tribuna do Norte

Mais pessoas estão usando IA para tratar saúde mental: será que isso funciona? Especialistas alertam

Durante todo o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo reforça a importância do cuidado com a saúde mental e enfatiza a prevenção ao suicídio. Entre sentimentos e inovações tecnológicas, o debate atual é até que ponto a Inteligência Artificial pode analisar emoções humanas. Para entender melhor o tema, a TRIBUNA DO NORTE conversou com profissionais da psicologia e tecnologia, buscando respostas sobre a viabilidade da autoterapia digital e os limites da IA. A mestre em psicologia Emmanuela Pimenta é enfática: não há como substituir a psicoterapia por IA.

Segundo dados da agência de comportamento Talk Inc., mais de 12 milhões de brasileiros já utilizam chatbots de Inteligência Artificial para apoio psicológico, sendo que 6 milhões recorrem especificamente ao ChatGPT, modelo de linguagem capaz de simular conversas humanas. A preocupação se intensifica neste Dia de Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta quarta-feira (10), em meio à repercussão de episódios trágicos relacionados ao tema.

Emmanuela Pimenta explica que a interação com a Inteligência Artificial é apenas uma conversa, não uma relação. Segundo ela, a IA não consegue compreender os sentimentos humanos, pois, ao falar uma frase, o ser humano também utiliza outros elementos — como tom de voz, expressão corporal e facial — fundamentais para a interpretação emocional.

“A principal questão é o perigo, porque a pessoa vai estar conversando com uma IA que não possui a leitura de um ser humano. Ela não consegue captar, inclusive nas entrelinhas, o que o paciente traz. A IA, por si só, tende a validar tudo que você diz, independentemente do conteúdo. Se pegarmos um paciente em crise, com pensamentos suicidas, e ele afirmar que vai fazer algo, a IA pode validar, pois não tem consciência do processo”, relatou.

Emmanuela Pimenta é mestre em psicologia e possui formação em terapia cognitivo-comportamental, ela explica que não há como substituir a psicoterapia por IA | Foto: TN Play

No dia 26 de agosto deste ano, os pais de um jovem residente em São Francisco, nos Estados Unidos, processaram a OpenAI por supostamente “contribuir” para o ato de suicídio do filho. O adolescente teria recebido orientações negativas fornecidas pelo ChatGPT, com formas de autoagressão, o que possivelmente levou à consumação da morte. Após o caso, a empresa afirmou que planeja implementar controles parentais e explorar formas de incentivar usuários em crise a buscar ajuda humana.

O episódio acende um alerta, especialmente no Brasil, onde cerca de 18 milhões de pessoas — 9,3% da população — convivem com transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O caso levanta debates sobre até que ponto a IA pode concordar e ajudar em situações críticas.

Entendendo a Inteligência Artificial

A validação da ferramenta acontece porque ela opera com base em estatísticas, e não na verdade, buscando agradar o usuário e manter a interação. Esse conceito é defendido por Raniery Pimenta, diretor regional do Senac e especialista em IA.

“Ele [ChatGPT] faz cálculos e análises, como se fosse o corretor do seu celular. Tenta entender qual é a palavra que você está querendo dizer, mas de forma mais ampla: compreende a sentença inteira, às vezes o contexto, fazendo milhões de cálculos em frações de segundos”, explicou.

Segundo Raniery, os dados utilizados pelos chatbots vêm de sites públicos, livros de domínio público, artigos, transcrições de vídeos, redes sociais e interações em plataformas digitais abertas. “Com base nisso, ele aprende, entende, compreende e utiliza essas informações para gerar respostas que parecem conversas naturais, mas são cálculos elaborados”, completou.

Ele também ressalta que os limites da IA são definidos por cada empresa, estabelecendo critérios de ética sobre o que deve ou não ser compartilhado.

Diretor regional do Senac, Raniery Pimenta também é especialista em IA e estudioso da transformação digital no mundo do trabalho e na educação | Foto: TN Play

IA não substitui psicoterapia

Os profissionais da psicologia possuem carga horária de trabalho diária e valor fixo por consulta. Com a Inteligência Artificial, fazer autoterapia digital é gratuito e pode ser realizado a qualquer hora do dia. Porém, essas vantagens não são suficientes para ter os mesmos resultados de uma consulta humana. Emmanuela Pimenta acredita que não tem como substituir um tratamento com um terapeuta pela conversa com a IA.

“As pessoas que não fazem terapia, quando usam a IA em casos leves — depressão ou ansiedade — apresentam melhora imediata, o que não podemos negar. Mas esse alívio é passageiro e não tem continuidade, fazendo com que o quadro clínico acabe regredindo. Por isso, não é interessante utilizá-la como substituta do profissional”, disse.

O uso constante da ferramenta pode gerar dependência psicológica, impedindo que o paciente tome decisões sozinho.

“Enquanto terapeutas, buscamos dar autonomia ao paciente, ensinando estratégias para que ele se torne seu próprio terapeuta. Com a IA, a pessoa se torna dependente: sempre que houver um problema, perguntará à ferramenta ‘o que eu faço?’. Na psicologia, nosso objetivo é justamente a autonomia do sujeito”, reforçou Emmanuela.

Como a IA deve ser usada

Para evitar que a IA valide tudo automaticamente, é necessário treiná-la para criar senso crítico nas respostas, utilizando-a principalmente para pesquisas gerais, não para análise de sentimentos. Raniery Pimenta também alerta para a importância de checar a veracidade das informações. “O que ela [IA] quer é dar uma resposta. Devemos ter cuidado, porque somos responsáveis pelo uso dessas informações”, disse.

Em linhas gerais, plataformas como o ChatGPT são criadas para analisar perguntas e gerar respostas úteis, claras e criativas, sendo eficazes para trabalho e vida pessoal, mas sempre com limites e consciência do usuário.

“É muito importante que você não queira necessariamente fazer da ferramenta de IA uma ferramenta de perguntas e respostas, ela é uma ferramenta que vai potencializar as suas entregas. Então a minha dica é que converse, interaja, critique, discuta e peça fontes, como faria com qualquer ser humano inteligente”, completou.

Emmanuela defende que a IA pode ser aliada dos psicólogos, auxiliando na personalização do atendimento e no monitoramento dos pacientes. “A IA não deve ser concorrente, mas favorecedora, desde que usada de …

Sesap amplia vacinação contra a dengue para todos os municípios do RN

A vacinação contra a dengue no Rio Grande do Norte foi ampliada neste mês de setembro. Com a inclusão de 58 municípios, agora todas as 167 cidades do estado passam a ter doses disponíveis para a imunização contra a doença viral.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) destinou 10.500 doses para os novos municípios. A ampliação contempla cidades do Sertão Central, passando pelo Vale do Açu, Litoral Norte, Agreste e chegando até o Alto Oeste.

A medida visa ampliar o potencial de proteção contra a dengue em todo o território potiguar, seguindo também uma orientação do Ministério da Saúde.

Além das doses para ampliação das cidades, outras 17.420 vacinas foram destinadas, nessa atual rodada de distribuição, a outros 46 municípios que já tinham iniciado o esquema vacinal anteriormente.

A vacina é indicada para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade, independentemente de infecção prévia por dengue. O esquema vacinal recomendado é de duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Até esta primeira semana de setembro, o estado aplicou pouco mais de 120 mil vacinas contra a dengue.…

Covid-19 não desapareceu e casos continuam ocorrendo, alerta médico

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou nesta sexta-feira (5) que há um cenário no Brasil no qual a covid-19 continua acontecendo. 

“Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu. No momento, vivemos um aumento de casos em várias cidades brasileiras”, disse em uma das mesas da 27ª Jornada Nacional de Imunizações, na capital paulista. 

Com o mote Vacinando gerações: um compromisso de todos, o evento, organizado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), contou com 90 atividades e palestrantes brasileiros e estrangeiros.

Segundo Chebabo, no momento a covid-19 atinge populações muito específicas, principalmente crianças abaixo de 2 anos de idade, que não foram expostas ao vírus e que, se não forem vacinadas, serão impactadas de forma semelhante ao que ocorreu na pandemia, aumentando o risco de complicação e de internação hospitalar. 

“Hoje, dois terços das crianças internam. Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.

Os idosos acima de 60 anos de idade também são uma população sensível aos riscos da covid-19, já que com o próprio envelhecimento do sistema imune, o organismo perde a capacidade de resposta e de proteção. 

“Essa população é a de mais risco de complicações e óbito. A maior parte dos óbitos acontece na população dos mais idosos. As gestantes também estão no grupo dos mais suscetíveis e sua vacinação é importante porque também protege a criança até que ela tenha a idade para conseguir ser revacinada”, explicou.

“Como estratégia de saúde pública, com os recursos financeiros que temos, talvez ela não seja importante para a maioria da população, mas para alguns grupos é fundamental. Então, para os idosos, para os imuno-suprimidos, para reduzir o risco de complicações, internação hospitalar e morte, a testagem é fundamental”, defendeu.

No caso dos grupos que já foram vacinados e têm menor risco de complicações, Chebabo recomenda como medida individual, caso a pessoa queira, fazer o teste na farmácia ou no laboratório. A ação vale para avaliar uma possível associação em caso de complicações futuras, facilitando o entendimento do quadro de saúde.

Vacinas combinadas

Segundo o professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Expedito Luna, a comunidade científica tem discutido a possibilidade de combinar a vacina contra influenza com a vacina contra a covid-19, o que permitiria que as pessoas ficassem imunizadas com apenas uma vacina. Entretanto, segundo ele, alguns obstáculos ainda apontam que por enquanto ainda não há essa possibilidade.

“No caso da gripe, as vacinas são atualizadas todo ano. Para o mundo, duas vezes por ano, porque tem uma vacina para o Hemisfério Sul e outra para o Hemisfério Norte. Esse processo foi pactuado entre a Organização Mundial da Saúde, de forma que, mesmo com indústrias diferentes, concorrentes entre si, elas produzem a mesma vacina todo ano, porque elas seguem a recomendação de composição da vacina que é padronizada pela OMS”, explicou.

De acordo com Luna, o vírus do SARS-CoV-2 tem uma taxa de mutação muito alta, assim como o vírus da influenza, porém na influenza já se conhece o comportamento, que é sazonal, permitindo que a vacinação seja feita antes do período de maior incidência. 

“Com relação à covid-19, tudo isso é muito recente e o dado mundial nos mostra que ela ainda não tem esse comportamento sazonal claro. Aqui no Brasil, estamos vendo dois picos no ano. Então, não valeria a pena termos uma vacina que tem as duas coisas juntas, quando os vírus ocorrem separadamente”, observou.

Luna lembrou que a política atual do Ministério da Saúde recomenda para os grupos de risco para a covid-19 duas doses da vacina por ano, uma a cada 6 meses, o que seria complicado se a vacina fosse combinada. 

“Com essas evidências, se estivesse na posição de decidir pelo Brasil, eu decidiria não usar a vacina combinada, continuar com as duas separadas, que dá mais oportunidades de ganhos tanto para uma quanto para outra”, disse.

Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar do Brasil, apontam aumento dos casos de covid-19 no país nas últimas dez semanas de referência. O índice de positividade chegou a 13,2%, o maior desde março deste ano.

Segundo o patologista clínico e líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, Alex Galoro, a alta da covid-19 é explicada pela queda natural dos anticorpos e pelo surgimento de variantes, mesmo em uma população já imunizada.

“As infecções respiratórias têm comportamento cíclico, influenciadas pela transmissibilidade e pela imunidade da população. O inverno favorece aglomerações em ambientes fechados, o que aumenta a transmissão. Porém, a imunidade, gerada por infecções prévias e pela vacinação, ajuda a evitar grandes aumentos”, explicou.

por Agência Brasil

Hospital Varela Santiago cancela cirurgias em meio à greve dos médicos de Natal

Segundo a direção da unidade até o momento nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas se apresentou para realizar os atendimentos

O Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, informou nesta quinta-feira 4 que não houve avanço na retomada das cirurgias eletivas, contrariando informações divulgadas anteriormente. De acordo com unidade, desde a terça-feira 2 procedimentos cirúrgicos precisaram ser cancelados.

Conforme o hospital, foram 72 cirurgias suspensas até a manhã desta sexta-feira 5, até a última atualização deste texto.

Segundo a direção, o contrato do hospital é com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, e até o momento nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas se apresentou para realizar os atendimentos.

O hospital segue em busca de soluções junto às autoridades competentes para restabelecer a normalidade dos procedimentos cirúrgicos o quanto antes, garantindo a qualidade do atendimento às crianças e adolescentes.

Número de procedimentos cancelados

Terça – 26
Quarta – 13
Quinta – 12
Sexta – 21

Entenda

Uma greve dos médicos foi iniciada no dia 1º de setembro, após aprovação em assembleia do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed‑RN). O movimento ocorre em protesto contra a substituição da Cooperativa Médica do RN (Coopmed‑RN) por duas empresas terceirizadas — Justiz e Proseg — em um processo de dispensa de licitação estimado em R$ 208 milhões para um ano de prestação de serviços.

O Sinmed-RN alega que os contratos fechados com a Justiz e a Proseg são ilegais e tem orientado médicos a não trabalharem para as novas empresas – que tentam absorver os profissionais da Coopmed nos novos contratos.

A Prefeitura do Natal obteve aval judicial em segunda instância para seguir com a contratação dessas empresas, após questionamentos judiciais e pedido de republicação do edital.

A Secretaria Municipal de Saúde condena a greve e acusa o Sinmed‑RN de promover um “movimento irresponsável” que exerce “coação” sobre médicos dispostos a migrar para os novos contratos, prejudicando o atendimento ao cidadão.

Segundo o secretário Geraldo Pinho, os médicos estão sendo ameaçados com eventuais retaliações junto ao Conselho Regional de Medicina (Cremern) caso interrompam a paralisação.

A Prefeitura também ressalta que a formalização dos novos contratos corrige a precariedade jurídica da Coopmed, que atuava sem contrato formal desde junho de 2023.

por Agora RN

Abertura de postos de saúde à noite vai desafogar UPA de Assú, destaca prefeito

Prefeitura iniciou projeto para abrir Unidades Básicas de Saúde em horário estendido, ampliando atenção primária

O prefeito de Assú, Lula Soares (Republicanos), afirmou que as melhorias implementadas na atenção básica vão aliviar a demanda por atendimentos de urgência. De acordo com ele, a iniciativa de abrir Unidades Básicas de Saúde (UBS) em horário estendido, por exemplo, vai desafogar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.

“Vai melhorar os nossos indicadores de saúde. Vai melhorar o nosso atendimento, aumentar a nossa cobertura de atendimento. Eu fico muito feliz com esses programas que nós lançamos, com essa atenção que nós damos, porque eu participei da reconstrução da saúde de Assú”, disse, durante entrevista à rádio Princesa FM.

Ele explicou que muitas vezes os pacientes procuram a UPA por problemas que poderiam ser resolvidos na atenção primária. “Essas pessoas só podiam ir na UPA. Às vezes nem é o caso de necessitar ir à UPA naquele momento. Às vezes, está precisando só da atenção primária. 70% dos problemas de saúde podem ser resolvidos em um atendimento primário, como agora está sendo ofertado no horário da noite. Isso deixa muito feliz, diria realizado”, enfatizou Lula.

O prefeito lançou nesta semana o programa Mais Saúde na Comunidade, que amplia o atendimento noturno nas Unidades Básicas de Saúde. “Nós estamos ofertando esse serviço oportunizando que as pessoas possam ser atendidas num horário estendido através de agendamento com os agentes de saúde e sempre pensando na melhor qualidade de atenção básica, de atenção primária para os nossos açuenses”, explicou.

Segundo Lula, a iniciativa começou no bairro Vertentes e será expandida. “O projeto que foi um compromisso cumprido. Graças a Deus, estamos conseguindo manter e vamos ampliar. Tem outras unidades que estão na programação, inclusive uma comunidade rural, para que possamos garantir esse atendimento para os nossos assuenses que trabalham o dia todo e garantir esse atendimento à noite.”

O prefeito, que foi secretário de Saúde na gestão anterior, relembrou as dificuldades enfrentadas antes da atual administração. “Em 2017, as UBS porte 1 e porte dois estavam abandonadas. A UPA com obra abandonada. E nós, além de garantirmos a construção, a finalização, a inauguração, e o atendimento, que é o custeio, agora podermos ampliar esse atendimento a um horário noturno. Eu fico muito feliz porque estamos atingindo outro público.”

Lula Soares citou outros investimentos e defendeu a abertura da UPA como fundamental para reorganizar a rede. “Na hora que o pronto-socorro saiu e se abriu a UPA, o hospital pôde ser reformado, receber um investimento de R$ 15 milhões. Hoje, nós temos cirurgias ortopédicas em Assú. Quem diria isso lá atrás?”

Ele reforçou a importância da descentralização. “Eu sou um entusiasta da descentralização. Nada mais justo que a atenção básica se descentralizar do centro da cidade para as comunidades, para os bairros, e que é isso que esse programa oferta. Quantas vezes eu estive durante a minha caminhada, o ano passado, na várzea, e as pessoas dizendo que, para poder chegar à UPA, se gastava R$ 50, R$ 60. Para quem ganha o Bolsa Família, isso faz falta no final do mês. Por isso que é importante essa descentralização.”

Novos serviços e equipamentos

O prefeito destacou ainda novos serviços disponíveis em Assú, a partir da ação e articulação da Prefeitura. Ele citou a abertura da Clínica Equilibrium na cidade, que oferece serviços como tomografia, em parceria com o SUS. “Quando os proprietários nos procuraram, esse tomógrafo seria em outra cidade. Eu disse: ‘Não, eu acho que Assú já comporta’. Eu disse: ‘Traga para cá, que eu garanto que eu vou com você de prefeito em prefeito e a gente consegue’. E assim foi feito. Vai diminuir a nossa quantidade de carros viajando”, disse Lula Soares, sobre a parceria da clínica com a Associação dos Municípios da Região Central e Vale do Açu (Amcevale).

Ele também falou da chegada da oncologia. “A Liga contra o Câncer, quando abrir, as pessoas que fazem tratamento oncológico, que precisavam se deslocar para Natal, para Mossoró, vai ser feito aqui.”

Outro avanço destacado foi a possibilidade de criar uma barreira ortopédica no hospital regional. “Você já imaginou, quem sofrer acidente em Assú, de pequeno porte, não precisa ir a Mossoró, não precisa ficar internado em Mossoró? Já fica internado aqui em Assú e na mesma semana ser operado? Já pensou que ganho é isso para a população de Assú?”

Lula ressaltou ainda o uso da tecnologia como ferramenta de inovação na saúde. Ele enfatizou que Assú já dispõe, há três meses, de teleconsulta. Já foram atendidas mais de 20 pessoas. “Com profissionais qualificados de São Paulo, através do Hospital Moinhos de Vento. Isso é uma novidade muito importante. Investir na transformação digital também é um compromisso da gestão do nosso prefeito”, disse Viviane Lima, secretária de Saúde, que também participou da entrevista.

Avaliação da gestão

Ao fazer um balanço, Lula ressaltou a prioridade em saúde e assistência. “Sempre pensando, buscando o melhor para a nossa cidade. É a função que o povo do Assú me concedeu, essa confiança”, declarou.

Ele concluiu destacando o compromisso da gestão. “Muitas vezes as pessoas acham que, ao abrir um serviço, vai gerar uma despesa. Não, isso vai gerar um investimento. Agora, tudo isso com planejamento, com cuidado, entendendo o que está fazendo. Estamos muito felizes com esses primeiros resultados, que ainda tem muita coisa, tem muito Assú pra avançar ainda.”

por Agora RN

Campanha pede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana campanha nacional pela inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de fármacos que combatem a obesidade.

O movimento conta com apoio da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), entre outras.

Em nota, a Sbem informou que a proposta é mobilizar a sociedade, sensibilizar autoridades e pressionar por políticas públicas que garantam acesso a tratamento adequado, sobretudo medicamentoso, na rede pública.

O comunicado cita que a obesidade, embora reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica multifatorial, permanece como uma das únicas sem tratamento medicamentoso incorporado ao SUS.

“Enquanto pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, aqueles que vivem com obesidade permanecem sem qualquer alternativa terapêutica na rede pública”, destacou a Sbem.

A entidade ressalta que, até o momento, nenhum fármaco para perda de peso foi incorporado ao SUS – nem mesmo medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras.

“Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para o tratamento da obesidade foram submetidos à análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram sua incorporação negada: orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida.”

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Números

Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), indicam que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade, enquanto 68% têm sobrepeso – o que significa que quase sete em cada 10 vivem com excesso de peso.

As projeções indicam que, se nada for feito, até 2044 quase metade da população adulta brasileira (48%) estará obesa.

O relatório revela ainda que mais de 60 mil mortes prematuras no Brasil são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade por sua associação a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC).

“Além do impacto humano, o problema traz custos expressivos para o sistema de saúde”, destacou a Sbem, ao citar estimativas de estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que apontam que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão.

Já as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, segundo o estudo, podem chegar a US$ 20 bilhões.

Agência Brasil

Vacina contra herpes-zóster pode reduzir risco de infarto e AVC, aponta estudo

Meta-análise global sugere queda de até 18% nos eventos cardiovasculares; especialista alerta que dados ainda são observacionais e reforça necessidade de mais pesquisas.

Um estudo global apresentado nesta quinta-feira (28) no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC 2025), em Madri, aponta que a vacinação contra o herpes-zóster — popularmente conhecido como cobreiro — está associada a uma redução significativa no risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

A pesquisa avaliou dados de quase duas décadas de estudos e encontrou uma diminuição de 18% nos eventos cardiovasculares em adultos acima de 18 anos e de 16% entre pessoas com mais de 50 anos.

O que mostra o estudo

A meta-análise reuniu 19 trabalhos científicos (incluindo ensaios clínicos e estudos observacionais) e é a primeira a compilar evidências globais sobre o impacto da vacina do zóster na saúde cardiovascular.

De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, a aplicação da vacina — seja a versão recombinante ou a atenuada — foi associada a 1,2 a 2,2 eventos cardiovasculares a menos por mil pessoas vacinadas por ano. Na prática, isso significa que, a cada mil pessoas vacinadas, de 1 a 2 casos de infarto ou AVC deixam de acontecer por ano.

Apesar dos resultados, os autores destacam que a maior parte das evidências vem de estudos observacionais, sujeitos a viés. Isso significa que, embora exista associação, ainda não é possível afirmar que a vacina seja a causa direta da redução de infartos e AVCs.

Como isso acontece?

Para o médico infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o trabalho reforça um conceito já observado com outras vacinas, como a da gripe:

“Essas doenças virais podem aumentar a resposta inflamatória do organismo e desencadear complicações cardiovasculares. Prevenir essas infecções é também uma forma de proteger o coração.”

Segundo ele, o processo inflamatório gerado por vírus como influenza, coronavírus, vírus sincicial respiratório e o próprio herpes-zóster pode desestabilizar placas de gordura nas artérias, favorecendo o desprendimento e levando a eventos graves como AVC e infarto.

Ainda assim, Kfouri pondera: “É preciso considerar que se trata de um estudo financiado pelo produtor da vacina, o que exige uma leitura crítica. Mas é um dado importante que fortalece a visão de que a vacinação é parte da estratégia de prevenção cardiovascular”.

Situação no Brasil

Atualmente, a vacina contra o zóster está disponível no Brasil apenas na rede privada. A SBIm recomenda a aplicação rotineira a partir dos 60 anos e considera a partir dos 50. Já para pessoas imunocomprometidas — como transplantados, pacientes em diálise ou que usam imunossupressores — a indicação pode começar aos 18 anos.

A inclusão no Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda não tem previsão. “É uma vacina cara e, se for introduzida, provavelmente começará pelos grupos mais vulneráveis, como os imunossuprimidos e idosos”, explica Kfouri.

Por que isso importa

Doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo, responsáveis por mais de 3 milhões de óbitos por ano, segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia.

A entidade publicou em 2025 um consenso clínico defendendo que as vacinas passem a ser consideradas o “quarto pilar” da prevenção cardiovascular, ao lado de medicamentos contra hipertensão, colesterol e diabetes.

Por g1

Amamentar é como morder um sanduíche: entenda o segredo da pega correta para mães e bebês

Durante o Agosto Dourado, mês dedicado à conscientização sobre a amamentação, a fonoaudióloga e consultora de amamentação, Lorena Magalhães, esclarece um aspecto essencial do aleitamento materno: a pega correta. Para explicar de forma prática, ela compara o ato de amamentar ao simples movimento de morder um sanduíche.

“Quando vamos morder um sanduíche maior que a boca, damos uma amassada para facilitar e abocanhamos de baixo para cima. Assim como fazemos com o sanduíche para facilitar a mordida, as mães devem pressionar levemente o peito para ajudar o bebê a fazer a pega correta, que deve ser de baixo para cima, com o queixo próximo ao seio e o nariz livre para respirar”, detalha Lorena Magalhães.

Segundo a especialista, a pega correta evita dores e fissuras nos seios da mãe e garante que o bebê consiga retirar leite suficiente para se desenvolver. Já a pega incorreta, chamada de superficial, pode trazer problemas tanto para a mãe quanto para a criança. “Se o bebê pega apenas o mamilo, além de causar dor e até sangramento, ele não estimula a produção de leite de forma adequada. Isso pode levar à redução da produção do leite materno e à dificuldade de ganho de peso do bebê”, explica.

Além da nutrição, a pega correta contribui para o desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Durante a sucção, o bebê exercita músculos faciais importantes para a mastigação, a fala e até a respiração. “Quando não há estímulo suficiente, pode ocorrer flacidez nos músculos do rosto, impactando na alimentação e favorecendo a respiração pela boca, que prejudica a oxigenação adequada do cérebro”, acrescenta a consultora de amamentação.

Lorena Magalhães orienta que sinais como boca bem aberta, lábios voltados para fora, queixo encostado no seio e nariz livre indicam que a mamada está acontecendo da forma correta. Ela também lembra que o início da amamentação pode ser desafiador: “No começo parece que não vai dar certo, que a dor nunca vai passar e que o bebê nunca vai pegar correto. Mas mãe e filho estão aprendendo juntos. Com paciência, prática e apoio, as coisas vão se ajustando.”

A fonoaudióloga reforça a importância da rede de apoio no período do puerpério. “Se a mãe deseja amamentar, é essencial que familiares e pessoas próximas ofereçam suporte emocional e prático. E, caso a dificuldade na amamentação persista, procurar um profissional capacitado faz toda a diferença”, ressalta.

O Agosto Dourado lembra que a amamentação é fundamental para a saúde do recém-nascido e fortalece os vínculos entre mãe e filho, sendo a pega correta um dos pilares para tornar esse processo mais saudável e prazeroso para ambos.

por Tribuna do Norte