Governo Trump diz que vai usar ‘toda a força’ contra Maduro na Venezuela; EUA deslocam navios de guerra para a costa do país

A porta-voz do governo Trump, dos EUA, Karoline Leavitt, disse nesta terça-feira (19) que vai usar “toda a força” contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.

“Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um fugitivo e chefe de um cartel narcoterrorista acusado nos EUA de tráfico de drogas. Trump está preparado para usar toda a força americana para deter o tráfico de drogas”, disse Leavitt, a jornalistas, na Casa Branca.

O termo em inglês usado por Leavitt, “power”, pode ser traduzido como “força” ou “poder”.

Nesta semana, os EUA deslocaram três navios de guerra para o sul do Caribe, perto da costa da Venezuela, sob a alegação de conter ameaças de cartéis de tráfico de drogas. O presidente Trump afirmou que iria usar forças militares para perseguir o tráfico organizado, cujos grupos foram designados como organizações terroristas globais por Washington.

De acordo com a Reuters, os navios deslocados são destróiers com sistemas de mísseis guiados Aegis: USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson. A agência diz que mais de 4.000 militares serão posicionados na região.

O Ministério das Comunicações da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters. Sem se referir aos navios de guerra, o presidente venezuelano disse na segunda-feira (18), em um discurso, que a Venezuela “defenderá nossos mares, nossos céus e nossas terras”. Ele aludiu ao que chamou de “a ameaça bizarra e absurda de um império em declínio”.

Recompensa

No último dia 7, os EUA anunciaram que irão pagar até US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro. O valor é maior do que o oferecido por detalhes do paradeiro de Osama Bin Laden após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Segundo a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, Maduro é um dos “maiores narcotraficantes do mundo” e representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos.

Acusação formal sob Trump

Os EUA acusam formalmente Maduro de narcoterrorismo desde março de 2020, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Na época, o governo passou a oferecer uma recompensa de US$ 15 milhões (cerca de R$ 75 milhões).

Esse valor foi aumentado para US$ 25 milhões em janeiro de 2025, já sob o governo de Joe Biden, como retaliação à posse de Maduro para um novo mandato como presidente. Agora, a recompensa foi dobrada e chegou a US$ 50 milhões.

O novo montante ultrapassa o valor oferecido pelos EUA por Osama Bin Laden logo após os atentados de 11 de setembro. À época, o governo americano anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões pelo líder da Al-Qaeda, e ele passou a ser o homem mais procurado do planeta.

O Senado dos EUA chegou a aprovar a elevação desse valor para US$ 50 milhões, em 2007, mas não há registros de que a mudança tenha sido oficializada. Registros do Departamento de Estado indicam que a recompensa ficou em US$ 25 milhões.

Bin Laden foi morto em maio de 2011, durante uma operação da Marinha dos EUA no Paquistão. Segundo a imprensa americana, nenhuma recompensa foi paga, já que o líder da Al-Qaeda foi localizado por meio de dados da inteligência norte-americana.

Antes mesmo da morte de Bin Laden, em 2003, os Estados Unidos já haviam pagado uma recompensa superior — mas referente a dois alvos. Na ocasião, um homem recebeu US$ 30 milhões por fornecer informações sobre o paradeiro de Uday e Qusay Hussein, filhos do então ditador iraquiano Saddam Hussein.

Buscas por Maduro

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, Nicolás Maduro é acusado de envolvimento em conspiração com o narcoterrorismo, tráfico de drogas, importação de cocaína e uso de armas em apoio a crimes relacionados ao tráfico.

Maduro também é apontado pelo governo americano como líder do suposto Cartel de los Soles, grupo classificado recentemente pelos EUA como organização terrorista internacional.

Ao anunciar a recompensa de US$ 50 milhões, o governo americano afirmou que já apreendeu mais de US$ 700 milhões em bens ligados ao venezuelano, incluindo dois jatos particulares e nove veículos.

Ainda de acordo com o governo, as autoridades interceptaram 30 toneladas de cocaína ligadas a Maduro e seus aliados — quase 7 toneladas diretamente relacionadas ao presidente.

Apesar disso, a recompensa oferecida pelos EUA tem efeito prático limitado e é vista como gesto político. Maduro segue no comando da Venezuela, e a medida não equivale a um pedido internacional de prisão.

Como estratégia, para se blindar, Maduro continua mantendo relações diplomáticas com aliados estratégicos como Rússia, China e Irã.

Por g1

Filho de princesa da Noruega é acusado de estuprar mulheres e pode pegar até 10 anos de prisão

Marius Borg Hoiby será julgado em janeiro e, se condenado, poderá pegar até dez anos de prisão por crimes como estupro de quatro mulheres, violência contra ex-parceiras e filmagens ilegais íntimas.

O filho da princesa herdeira da Noruega, Marius Borg Hoiby, de 28 anos, foi denunciado por 32 crimes, incluindo quatro acusações de estupro, informou nesta segunda-feira (18) um promotor envolvido no caso. Ele deverá ser julgado em janeiro de 2026 e, se condenado, poderá pegar até dez anos de prisão.

Hoiby é filho de uma relação anterior ao casamento da princesa herdeira Mette-Marit com o príncipe herdeiro Haakon, futuro rei da Noruega. Ele não tem título real e está fora da linha de sucessão. “Cabe aos tribunais considerar esta questão e chegar a uma decisão. Não temos mais comentários a fazer”, afirmou a corte real norueguesa.

Ele foi detido em agosto de 2024, por suspeita de agressão à companheira. A prisão desencadeou uma série de outras denúncias, de várias vítimas.

Entre elas, estão a de estupro de quatro mulheres, violência contra uma ex-parceira e filmagem ilegal de várias mulheres, incluindo suas partes íntimas, sem o conhecimento ou consentimento delas.

Entre elas, estão a de estupro de quatro mulheres, violência contra uma ex-parceira e filmagem ilegal de várias mulheres, incluindo suas partes íntimas, sem o conhecimento ou consentimento delas.

Os supostos estupros teriam acontecido entre 2018 e novembro de 2024 —o último após o início da investigação policial. Todas as supostas agressões teriam ocorrido após relações sexuais consensuais, enquanto as mulheres dormiam.

Em junho, quando Hoiby foi acusado de 23 crimes, incluindo três acusações de estupro, sua defesa sustentou que o acusado rejeta as acusações de violação.

Ele é também investigado por conduta sexual criminosa, abuso em relacionamento íntimo e lesão corporal, além de danos intencionais, ameaças à polícia e infrações de trânsito, acrescentou a polícia.

Hoiby tem um histórico controverso. De acordo com relatos da mídia norueguesa, ele convivia com membros de gangues, motociclistas do Hells Angels e membros da máfia albanesa de Oslo.

Em 2023, a polícia entrou em contato com ele para uma conversa cautelar depois que ele foi visto frequentando os mesmos círculos que “criminosos notórios”.

No ano passado, veio à toda a notícia de Hoiby já havia sido preso em 2017 por usar cocaína em um festival de música.

Por Deutsche Welle

Trump ordena ação do Pentágono contra alvos na América Latina

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou que o Pentágono prepare opções para o uso de força militar contra cartéis de drogas na América Latina, conforme revelou o Wall Street Journal nesta quinta-feira (8). A medida marca uma escalada preocupante na militarização da chamada “guerra às drogas” e levanta alertas sobre o possível uso político dessas ações para desestabilizar governos considerados adversários de Washington.

Segundo a reportagem, Trump tem priorizado, desde sua volta à Casa Branca neste ano, o combate a organizações criminosas que operam o tráfico de drogas – especialmente o fentanil – rumo ao território norte-americano. Algumas dessas organizações latino-americanas foram formalmente designadas pela Casa Branca como organizações terroristas estrangeiras, o que amplia as possibilidades legais para ações militares e operações secretas.

“A principal prioridade do presidente Trump é proteger o território nacional, por isso ele deu o passo ousado de designar diversos cartéis e gangues como organizações terroristas”, disse a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly.

Cooperação forçada com o México

Ainda de acordo com o Wall Street Journal, o plano contempla operações com forças especiais, apoio de inteligência e ataques de precisão. Uma autoridade do governo norte-americano afirmou que qualquer intervenção militar seria coordenada com o México e outros parceiros internacionais. No entanto, os termos dessa “coordenação” têm gerado tensões diplomáticas.

Em abril, Trump pressionou a presidente mexicana Claudia Sheinbaum por telefone para permitir maior envolvimento militar dos EUA em território mexicano, segundo fontes com conhecimento das conversas. A presidente, no entanto, resistiu à proposta e defendeu a soberania nacional.

“Trata-se do país deles, não tem a ver com nosso território”, afirmou Sheinbaum. “Os EUA não virão ao México com suas forças armadas.”

Apesar disso, Sheinbaum confirmou que os Estados Unidos informaram sua diretriz ao Pentágono e que um acordo está sendo negociado, com foco na troca de inteligência e coordenação operacional, desde que haja respeito ao território mexicano.

Operações secretas e objetivos políticos

Nos bastidores, a CIA tem intensificado o uso de drones para vigilância sobre o México, elevando o grau de coleta de informações aéreas sobre os cartéis. Fontes ouvidas pelo jornal revelam que o governo Trump estuda um modelo de atuação inspirado nas operações contra os cartéis colombianos nas décadas passadas, o que inclui ações secretas lideradas por agentes de inteligência e militares americanos operando com forças locais.

A estratégia, porém, não se limita ao combate ao tráfico. A classificação de cartéis como terroristas pode abrir margem para justificar ações militares em territórios estrangeiros sob o pretexto da segurança nacional, criando precedentes perigosos. Em um cenário geopolítico instável, essas medidas podem ser usadas como instrumento de pressão ou interferência política em governos da região que não se alinham com os interesses de Washington.

O próprio secretário de Estado, Marco Rubio, defendeu publicamente essa abordagem mais agressiva: “Não podemos continuar tratando esses grupos como gangues locais. Eles têm as mesmas armas e táticas de terroristas e militares”, afirmou à emissora católica EWTN. Ele concluiu: “Não é mais uma questão policial. É uma questão de segurança nacional.”

Militares americanos em solo mexicano

Apesar da resistência do governo mexicano a ações armadas em seu território, uma comissão do Senado do México autorizou este ano a entrada de membros das Forças Especiais dos EUA para treinamento de fuzileiros navais mexicanos em uma base na Península de Yucatán. Oficialmente, os militares norte-americanos atuarão apenas como instrutores.

Em fevereiro, o chefe do Comando Norte dos EUA solicitou ao Congresso poderes ampliados para permitir que forças especiais norte-americanas trabalhem mais diretamente com os militares mexicanos em operações contra os cartéis.

A maior mudança desde o 11 de Setembro

A decisão de Trump também se apoia em um relatório do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional, publicado em março, que apontou o tráfico de drogas na fronteira sul como o maior desafio de segurança nacional dos EUA, superando ameaças de China, Rússia, Irã e Coreia do Norte. Em maio, a diretora Tulsi Gabbard declarou: “Essa é a maior mudança nas prioridades de coleta de inteligência desde os ataques de 11 de setembro”.

Analistas alertam que a retórica e as ações de Trump podem acirrar tensões diplomáticas, comprometer a soberania de países latino-americanos e gerar instabilidade regional. A militarização do combate às drogas, sob um viés político e geoestratégico, sinaliza um novo capítulo na já complexa relação entre os Estados Unidos e seus vizinhos ao sul.

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Após testes, Rússia envia 1º lote de mísseis hipersônicos ao Exército

Segundo fontes russas, o armamento é capaz de atingir a maior parte da Europa e até mesmo a costa dos EUA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na sexta-feira (1º) que o primeiro lote de mísseis balísticos Oreshnik produzidos em massa foi entregue ao Exército.

Esse tipo de armamento foi testado em 2024 e surge em um momento estratégico da ofensiva russa em meio à pressão internacional para o fim da guerra no leste europeu.

Anteriormente, Putin pontuou que o míssil balístico viaja a 10 vezes a velocidade do som e, portanto, não pode ser interceptado. Fontes russas disseram à agência de notícias Reuters que o alcance é de 5 mil quilômetros, permitindo que a Rússia ataque a maior parte da Europa e até mesmo costa oeste dos Estados Unidos.

O líder russo conversava com o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko durante uma visita à Ilha de Valaam, próximo de São Petersburgo.

Putin disse que suas forças estavam avançando por toda a linha de frente na Ucrânia, apesar do desejo do Ocidente de interromper a ofensiva. Ele também disse que o exército russo havia tomado o controle da cidade de Chasiv Yar, na região de Donetsk, na Ucrânia, há alguns dias, uma afirmação que Kiev negou anteriormente.

Segundo especialistas militares, além de serem usados pelos russos, os mísseis balísticos também devem ser implantados na Bielorrúsia até o final do ano.

por CNN

Além do tarifaço, Brasil pode sofrer sanções dos EUA por comércio com a Rússia, dizem senadores que viajaram a Washington

Os senadores brasileiros que viajaram a Washington para tentar abrir um canal de diálogo com o Congresso e com o setor privado norte-americano afirmaram nesta quarta-feira (30) que a relação comercial do Brasil com a Rússia pode gerar uma nova tensão com os EUA.

“Há outra crise pior que pode nos atingir em 90 dias”, afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG) a jornalistas.

“Tanto republicanos quanto democratas foram firmes em dizer que vão aprovar uma lei que vai criar sanções automáticas para todos os países que fazem negócios com a Rússia”, completou.

A comitiva reforçou que esse é um dos pontos que serão abordados com o governo brasileiro, reiterando que a leitura dos parlamentares norte-americanos é que os países que continuam a fazer negócio com Putin estão ajudando a intensificar o conflito entre Moscou e a Ucrânia.

“Eles estão preocupados em acabar com a guerra [com a Ucrânia], e eles acham que quem compra da Rússia dá munição para a guerra continuar”, afirmou a senadora Tereza Cristina (PP-MS).

A importação de combustível da Rússia por parte de vários países pelo mundo tem sido um tema sensível entre republicanos e democratas nos Estados Unidos. No caso do Brasil, a maior importação diz respeito a combustíveis e fertilizantes.

Mais cedo nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs uma “multa” à Índia como forma de penalidade pelas negociações de equipamentos militares e energia do país com a Rússia.

“Embora a Índia seja nossa amiga, ao longo dos anos fizemos relativamente poucos negócios com eles porque suas tarifas são altíssimas, entre as mais altas do mundo, e eles têm barreiras comerciais não monetárias mais rigorosas e incômodas do que qualquer país”, afirmou o republicano em uma publicação no Truth Social.

Trump afirmou, ainda, que a Índia também sempre comprou a grande maioria de seus equipamentos militares e de energia da Rússia, juntamente com a China, reiterando que o comércio entre os dois países acontece mesmo em um momento em que o mundo quer que Moscou “pare com a matança na Ucrânia”.

“Tudo isso não é bom! A Índia, portanto, pagará uma tarifa de 25% mais uma multa pelo citado acima, começando a partir de 1º de agosto”, completou o republicano.

Por g1

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Quais países já fecharam acordos tarifários com Trump?

Neste domingo, 27, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, firmou um acordo com a União Europeia e passará a cobrar uma tarifa de 15% sobre as exportações do bloco. O desfecho da negociação ocorreu após uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O pacto sela a estratégia do governo americano de renegociar seus acordos de taxação para tentar reduzir o déficit comercial dos EUA. E a sombra de tarifas gigantescas forçou diferentes países a tentarem acordos mais leves – o Brasil, no entanto, deve encarar a taxa mais alta, de 50%.

A menos de 5 dias para o início do tarifaço, veja os países que já conseguiram negociar com os EUA.

União Europeia

A nova tarifa, de 15%, representa uma diminuição significativa em relação aos 30% que estavam sendo praticados anteriormente. Segundo Trump, o acordo foi selado após um anúncio de que o bloco europeu concordou em gastar US$ 750 bilhões do setor de energia e investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos.

O acordo irá “reequilibrar, e possibilitar o comércio para ambos os lados”, disse Ursula von der Leyen.

Japão

Na terça-feira, 22, o presidente dos Estados Unidos comunicou um acordo com o Japão para reduzir a alíquota tarifária de 25%, imposta no começo de julho, para 15%. Em contrapartida, o país asiático se compromete a investir US$ 550 bilhões nos EUA, além de abrir seu mercado a produtos agrícolas e automotivos americanos.

O aço e o alumínio japonês foram excluídos do documento e permanecem com a tarifa anterior, de 25%. A divulgação ocorreu em publicação em sua rede, a Truth Social. Posteriormente, em evento na Casa Branca, Trump disse que o acordo com o Japão “pode ser o maior da história” e criará centenas de milhares de empregos.

Indonésia

Também na terça-feira, a Casa Branca confirmou um acordo comercial com a Indonésia que prevê a “eliminação de 99% das barreiras tarifárias do país asiático para produtos americanos”, enquanto os EUA vão reduzir a tarifa de 32% para 19% para os produtos do país entrarem no mercado americano.

A Indonésia também se comprometeu a comprar cerca de US$ 15 bilhões em produtos dos EUA nos próximos dois anos e eliminar algumas barreiras técnicas e sanitárias que limitavam a entrada de produtos americanos.

Filipinas

O acordo firmado entre os governo americano e as Filipinas determina que produtos oriundos do país do sudeste asiático sejam taxados em 19%, o que está abaixo da média de 25% a 50% que foi imposta a países sem acordo. Por outro lado, produtos norte-americanos exportados às Filipinas terão isenção total de tarifa e os dois países reforçaram um compromisso de cooperação militar.

Vietnã

O governo americano determinou uma tarifa de 20% sobre produtos vietnamitas importados, abaixo dos 46% anunciados anteriormente, e uma taxa de 40% aos produtos que passam pelo Vietnã, mas são originários de outros países. Além disso, o Vietnã concederá aos EUA acesso total aos seus mercados comerciais e não vai taxar exportações de produtos americanos.

Reino Unido

O primeiro acordo tarifário do segundo mandato de Donald Trump foi com o Reino Unido. Anunciado em 8 de maio, ele determina uma taxação base de 10% dos EUA sobre produtos britânicos e uma isenção total de tarifas para componentes e produtos aeroespaciais britânicos dentro da cota acordada. Em troca, a Grã-Bretanha reduziu a tarifa média sobre bens americanos de 5,1% para cerca de 1,8% e existirá simplificação aduaneira para as exportações americanas.

Trégua com a China

Os Estados Unidos e a China firmaram uma trégua tarifária, que deve ser prorrogada por mais 90 dias. A trégua foi firmada depois que Trump anunciou o aumento das tarifas de produtos chineses para um mínimo de 145%, o que paralisou parte do comércio entre os países. A expectativa é que os países voltem a se reunir na próxima semana.

Durante a trégua, Washington impôs uma tarifa-base contra os produtos chineses em 30%, no lugar dos 145%. Já o país asiático colocou taxas de 10% sobre os produtos americanos até novo acordo ser fechado.

Acordos em negociação

O presidente Donald Trump disse que a maioria dos acordos, “se não todos”, será concluída até agosto. Muitos países ainda não conseguiram chegar a um desfecho, mas vários deles estão em negociações com os EUA.

No início de julho, a Bloomberg noticiou que os Estados Unidos estão trabalhando em um acordo com a Índia que pode reduzir as tarifas propostas para menos de 20%. Em contrapartida, a Índia reduziria tarifas sobre produtos agrícolas oriundos dos EUA.

O gabinete presidencial da Coreia do Sul disse que entregará um pacote comercial “mutuamente aceitável” na próxima semana. Segundo o anúncio, a proposta incluirá uma cooperação na construção naval e uma tentativa na redução das tarifas de 25% que o país enfrenta atualmente.

Alinhada ideologicamente com os EUA, a Argentina ainda não formalizou um acordo, mas tenta reverter a imposição de tarifas sobre importação siderúrgica do país. Segundo o jornal Clarin, o governo argentino trabalha com a expectativa de ter tarifa zero sobre 80% do comércio bilateral.

O ministro de comércio da Malásia, Anwar Ibrahim, afirmou que está em negociações para reduzir as tarifas para abaixo de 20%. Atualmente, uma delegação comercial do Taiwan está em Washington para tentar um acordo tarifário. E o Bangladesh encomendou 25 aviões da Boeing como um esforço para acalmar as tensões comerciais e evitar um aumento de 35% nas tarifas.

E o Brasil?

Na quinta-feira, 24, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, revelou ter conversado com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Escalado para liderar essas negociações, Alckmin disse que uma das propostas passa por dobrar a relação bilateral com os EUA nos próximos cinco anos.

Empresários estão preocupados com a possibilidade do Brasil retaliar os Estados Unidos adotando sobretarifas aos produtos americanos. A expectativa do setor é que as negociações sejam feitas com cautela e que, à princípio, o governo consiga pelo menos um adiamento das tarifas para depois do 1º de agosto. Assim, teriam mais …

Maduro não é o presidente da Venezuela e seu governo é ilegítimo, dizem EUA

O Departamento de Estados dos Estados Unidos afirmou em um comunicado neste domingo (27) que o ditador Nicolás Maduro não é o presidente da Venezuela e que seu regime não é o governo legítimo. O texto é assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

O comunicado marca o aniversário de um ano desde que Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais, em 28 de julho de 2024. A oposição alega ter vencido o pleito, e o resultado foi amplamente contestado por observadores internacionais.

Rubio também faz referência às eleições municipais que acontecem neste domingo.” Ao agendar as eleições municipais na véspera do aniversário da eleição presidencial roubada de 28 de julho, o regime mais uma vez pretende mobilizar militares e policiais para reprimir a vontade do povo venezuelano”, afirma o secretário.

Além de denunciar o resultado divulgado pelas autoridades eleitorais, aliadas a Maduro, nas eleições presidenciais do ano passado, o secretário também alega que Maduro é líder do grupo Cartel de Los Soles, designado como terrorista pelos Estados Unidos esta semana.

“Ele é responsável pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e Europa. Maduro, atualmente indiciado por nossa nação, corrompeu as instituições da Venezuela para auxiliar o esquema criminoso de narcotráfico do cartel para os Estados Unidos”, diz Rubio.

Por fim, o comunicado reforça que os Estados Unidos continuarão os esforços para responsabilizar o “regime corrupto, criminoso e ilegítimo de Maduro”.

Por CNN Brasil

Venezuela passa a taxar produtos brasileiros que antes eram isentos

Venezuela iniciou a cobrança de impostos sobre produtos importados do Brasil, contrariando um acordo de complementação econômica firmado em 2014, que isentava tais taxas no comércio entre os dois países. Até o momento, não foram divulgadas as razões para essa decisão, que não foi comunicada oficialmente ao governo brasileiro.

Os Ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento estão cientes das dificuldades que os exportadores brasileiros estão enfrentando. “O Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Roraima informa que já iniciou apurações internas para identificar as dificuldades quanto à aceitação dos Certificados de Origem de produtos brasileiros por parte das autoridades venezuelanas”, afirmou a federação em nota.

A Embaixada do Brasil em Caracas está investigando a situação para entender melhor o que está ocorrendo. O Acordo de Complementação Econômica nº 69 proíbe a imposição de impostos de importação entre Brasil e Venezuela.

Os exportadores brasileiros estão encontrando problemas com o reconhecimento de seus certificados de origem na Venezuela, o que impede a aplicação do acordo mencionado. O estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, é o mais impactado, uma vez que a nação vizinha é seu principal parceiro comercial. A Federação das Indústrias do Estado de Roraima está em contato com as autoridades para buscar soluções para essa situação.

Em 2024, o comércio entre Brasil e Venezuela alcançou a marca de US$ 1,6 bilhão, sendo que as exportações brasileiras totalizaram US$ 1,2 bilhão, o que representa 0,4% do total exportado pelo Brasil. Os produtos mais exportados incluem açúcares, alimentos e milho, que são essenciais para a economia local.

por Grupo Jovem Pan

Trump diz que tarifa de 50% é para países que não têm se dado bem com EUA

Líder americano afirmou que nações que são alvos de taxações maiores são “fechadas” para negociações

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (23) que a taxa de 50% é para países que não têm se dado bem com EUA.

“Então, simplesmente dizemos: vamos pagar 50%. É assim que funciona”, disse o republicano em um evento em Washington.

O líder americano detalhou ainda que tem tarifas simples e diretas, entre 15% e 50%, e disse que nações que são alvos de taxações maiores são “fechadas” para negociações. Ele afirmou que os EUA cobrariam tarifas diretas da “maior parte do resto do mundo”, sem especificar novas medidas.

“A abertura de um país é muito importante para nós. Temos vários países que abriram suas portas. Acabamos de fazer algumas transações incríveis”, disse o chefe de Estado.

Segundo Trump, as discussões com a China estão em andamento e devem resultar em um acordo comercial.

Falando em um evento sobre inteligência artificial, Trump também disse que estava em negociações comerciais sérias com a União Europeia e estabeleceria tarifas mais baixas para o bloco caso haja abertura para empresas americanas.

Negociações entre Brasil e EUA

Após o presidente americano determinar tarifas de 50% para produtos brasileiros, autoridades tentam efetivar uma negociação.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo federal discute a medida diretamente com secretários do governo dos Estados Unidos, cargo equivalente a ministro no Brasil.

“Estamos fazendo tentativas de contato reiteradas, mas há uma concentração de informações na Casa Branca. Alckmin está tendo contato com secretários. No nosso caso da Fazenda, temos contato com a equipe técnica do Tesouro americano, mas não com o secretário”, disse Haddad na portaria do ministério da Fazenda.

por Reuters

Especialistas e setor produtivo temem caos se Brasil escalar tensão com EUA

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos contra o Brasil vem gerando estresse tanto no setor público, como no privado, que buscam maneiras para deixar o episódio para trás. A realidade praticamente consensual é de que a alíquota não voltará aos 10% estabelecidos em abril, mas os negociadores nacionais ainda buscam amenizar o máximo possível a situação.

O que se observa, contudo, é que a questão econômico-comercial das tarifas é contaminada pela desavença político-ideológica entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao anunciar a alíquota no dia 9 de julho, o republicano deixou claro que qualquer resposta “belicosa” sofreria retaliação. E, “caso tenha uma escalada, a palavra para descrever o cenário seria ‘caótico’”, diz Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).

Presente na reunião interministerial com o empresariado, capitaneada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), Pupo traz a avaliação de um setor que afirma, em nota, enfrentar “um início de colapso” com a alíquota de 50%.

À CNN, o empresário relata que o setor madeireiro “já entrou num compasso de total instabilidade”, uma vez que “o importador norte-americano olha o mapa mundial e vê um ponto vermelho chamado Brasil. Por tanto, se escalonar, perdemos todo o mercado e não recuperamos, o setor não sobrevive se vier a deteriorar ainda mais”.

Esse é um ponto de vista que não se limita ao empresariado. José Luiz Niemeyer, economista e professor de Relações Internacionais do Ibmec-RJ, elenca que a tarifa trará “desdobramentos no campo do emprego, do investimento internacional direto em empresas brasileiras e das empresas norte-americanas que atuam no Brasil”.

Ao olhar para a política que contamina o debate técnico, Niemeyer avalia que “se nós deixarmos essas negociações apenas a partir de uma ação do presidente Trump e de reação do presidente Lula, nós não vamos chegar a bom termo. Vai escalar para problemas incontroláveis”.

Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pondera que “todas as sanções aventadas ali são extremamente graves e com muitas consequências para economia brasileira. São bastante exageradas, e algumas os EUA nunca utilizaram nem contra Irã ou Rússia”.

Um representante de exportadores do agro ouvido anonimamente disse que há no setor uma preocupação após as movimentações feitas junto do Executivo de que comentários mais agressivos que acirrem os ânimos.

O empresário afirma que a preocupação é compartilhada por importadores norte-americanos, que reiteram que alimentar a intriga política será ruim pra todos. Para ele, o momento é de deixar de lado certos comentários e focar no econômico.

Por CNN

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