Durante o Agosto Dourado, mês dedicado à conscientização sobre a amamentação, a fonoaudióloga e consultora de amamentação, Lorena Magalhães, esclarece um aspecto essencial do aleitamento materno: a pega correta. Para explicar de forma prática, ela compara o ato de amamentar ao simples movimento de morder um sanduíche.
“Quando vamos morder um sanduíche maior que a boca, damos uma amassada para facilitar e abocanhamos de baixo para cima. Assim como fazemos com o sanduíche para facilitar a mordida, as mães devem pressionar levemente o peito para ajudar o bebê a fazer a pega correta, que deve ser de baixo para cima, com o queixo próximo ao seio e o nariz livre para respirar”, detalha Lorena Magalhães.
Segundo a especialista, a pega correta evita dores e fissuras nos seios da mãe e garante que o bebê consiga retirar leite suficiente para se desenvolver. Já a pega incorreta, chamada de superficial, pode trazer problemas tanto para a mãe quanto para a criança. “Se o bebê pega apenas o mamilo, além de causar dor e até sangramento, ele não estimula a produção de leite de forma adequada. Isso pode levar à redução da produção do leite materno e à dificuldade de ganho de peso do bebê”, explica.
Além da nutrição, a pega correta contribui para o desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Durante a sucção, o bebê exercita músculos faciais importantes para a mastigação, a fala e até a respiração. “Quando não há estímulo suficiente, pode ocorrer flacidez nos músculos do rosto, impactando na alimentação e favorecendo a respiração pela boca, que prejudica a oxigenação adequada do cérebro”, acrescenta a consultora de amamentação.
Lorena Magalhães orienta que sinais como boca bem aberta, lábios voltados para fora, queixo encostado no seio e nariz livre indicam que a mamada está acontecendo da forma correta. Ela também lembra que o início da amamentação pode ser desafiador: “No começo parece que não vai dar certo, que a dor nunca vai passar e que o bebê nunca vai pegar correto. Mas mãe e filho estão aprendendo juntos. Com paciência, prática e apoio, as coisas vão se ajustando.”
A fonoaudióloga reforça a importância da rede de apoio no período do puerpério. “Se a mãe deseja amamentar, é essencial que familiares e pessoas próximas ofereçam suporte emocional e prático. E, caso a dificuldade na amamentação persista, procurar um profissional capacitado faz toda a diferença”, ressalta.
O Agosto Dourado lembra que a amamentação é fundamental para a saúde do recém-nascido e fortalece os vínculos entre mãe e filho, sendo a pega correta um dos pilares para tornar esse processo mais saudável e prazeroso para ambos.
por Tribuna do Norte