A crise da segurança pública no país passa por análise pela bancada federal do Rio Grande do Norte, diante da operação policial que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro. É o caso do secretário nacional do PL, senador Rogério Marinho, que considera o debate importante porque “mostra visão de país, de estado e de sociedade, de um lado, o governo do PT e os partidos aliados de esquerda, que consideram o uso da força como desproporcional, pois pessoas são torturadas, mortas e extorquidas, como se não houvesse desproporcionalidade de força do crime contra cidadãos brasileiros”.
Para Rogério Marinho “não dá para continuar passando a mão na cabeça de criminosos, o governo é contra classificar facções criminosas como terroristas e comemora o fato de que a polícia faz o trabalho nas ruas e mais de 50% desse trabalho é perdido nas audiências de custódia”.
Marinho disse que a população do Rio de Janeiro, como a população brasileira de uma maneira geral, “infelizmente, em várias partes do seu território, é governada pelas facções criminosas, quase 20% da população ou 42 milhões de brasileiros, vivem em territórios onde o crime, na verdade, administra, onde a polícia não consegue adentrar, onde os serviços públicos são capturados e a população é chantageada para se submeter a essa ação deletéria, cruel, perversa e progressiva de bandidos que se comportam como se fossem um país inimigo no nosso território”.
O senador potiguar defendeu o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pelas críticas que vem recebendo da esquerda e de setores da sociedade. “É evidente que essa ação por si só não vai resolver o problema, é necessário que haja uma integração entre o Estado, entre o governo federal, entre os municípios, entre a sociedade, para combater isso, com ações inclusive muito mais impactantes que não apenas o enfrentamento. Mas ele é necessário para lembrar a sociedade que ainda existe Estado no Brasil”.
Segundo Marinho, discursos que “assistimos mostram que a prática é completamente distinta da narrativa, da propaganda. O governo apresenta uma PEC da segurança. O principal objetivo dessa PEC da segurança é centralizar as ações contra o crime organizado em Brasília”.
Marinho avalia que o governo “trata o tempo todo dos direito do prisioneiro, do encarcerado, do cidadão que é vítima da sociedade. Basta relembrar a célebre frase do presidente Lula de que roubar um celular, crime cometido, por um jovem não poderia ser motivo para prendê-lo, para eventualmente encarcerá-lo, porque ele o faz para tomar uma cervejinha e ele é uma vítima da sociedade”.
Rogério Marinho disse, ainda que o Rio de Janeiro também “é vítima de uma intervenção absolutamente indevida do Supremo Tribunal Federal, que ao trazer para suas mãos a gestão praticamente da segurança pública através da ADPF 635, que durante mais de cinco anos, possibilitou o fortalecimento do crime organizado no Rio de Janeiro, porque a polícia estava impedida de adentrar as comunidades com helicópteros, com armamentos, sem avisar de antemão uma série de instrumentos do Estado, o que significava que eles estavam avisados”.
Agora, critica Marinho, o ministro Alexandre de Moraes, manda 12 itens diferentes para o governador Cláudio Castro, pedindo para que se explique, nos mínimos detalhes, o que aconteceu. Tudo bem, acho que o governador tem que explicar o que aconteceu. Mas tem que dar uma satisfação à sociedade de que não ficou inerte, de que não se omitiu. E esse momento é de solidariedade ao governador e ao que ele está representando nesse momento, que é o sentimento da sociedade de que nós não podemos ficar mais nesse processo de banalizar esse estado de coisas”.
Proibição
O deputado federal General Girão (PL) também lembrou que a ADPF 635, na época da pandemia, gerou esta proibição da polícia de subir nos morros cariocas. “Eu morei lá por 16 anos e tenho parentes na cidade. Infelizmente, as forças policiais do Rio de Janeiro não são numerosas para enfrentar o total de bandidos que ali estão. O presidente da República não autorizou o emprego das Forças Armadas”.
O General Girão destacou que o Rio de Janeiro “não precisa de discursos, precisa de ação e precisa de apoio a quem está constitucionalmente no cargo de governador. O que a gente está vendo são cobranças ao governador Cláudio Castro de uma resposta sobre por que ele fez a operação. Há um Estado dentro do Estado. Nós estamos com a subversão da ordem. É um poder que se instalou lá dentro”.
“O Rio de Janeiro precisa anular este discurso deste descondenado, que disse que os traficantes são vítimas dos usuários”, destacou Girão, referindo-se à recente fala do presidente Lula, lembrando que no Ceará “já teve incêndio de ônibus, que é uma das formas de ataque que os terroristas usam contra a sociedade, além do “salve”. “Fecha tudo. Ninguém vende mais nada hoje.”
Celular
Já o deputado federal Sargento Gonçalves (PL) declarou “se hoje temos essa realidade no Rio de Janeiro, a culpa é das decisões do STF, aparelhado, infelizmente, pela esquerda, deste governo que vai ao exterior, de um presidente que diz que a culpa pelo tráfico de drogas não é do traficante, mas do usuário, de um presidente que diz que o bandido rouba um celular para tomar uma cervejinha. E o reflexo é esse – bandidos do Rio Grande do Norte saem do Estado para se especializar nas comunidades do Rio de Janeiro, que se transformaram, na verdade, em quartéis-generais do crime organizado”.
Gonçalves ainda se posicionou contra a proposta apresentada na PEC 18/2025 que quer centralizar ainda mais o poder na mão do Governo Federal: “Nós temos, na Comissão de Segurança Pública, a proposta já pronta, formada e elaborada por verdadeiros especialistas. E não são especialistas do ar-condicionado, não. Policiais com décadas de experiência na segurança pública, que hoje são parlamentares, é que prepararam este projeto do marco legal de combate ao crime organizado”, defendeu.
Gonçalves informou que já solicitou urgência para votação do PL nº 2.646/2025, que “é o marco legal de combate a facções criminosas, …