STF diz que recreio integra jornada de professores

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (13), em Brasília, que o intervalo de recreio escolar integra a jornada de trabalho de professores de escolas e faculdades particulares.

Pelo entendimento dos ministros, a regra é que o recreio faz parte da jornada. Contudo, os empregadores poderão comprovar na Justiça do Trabalho casos em que os profissionais se dedicam exclusivamente a atividades pessoais durante o intervalo e não fazem atendimentos aos alunos ou outras tarefas.

Antes da decisão, o recreio deveria ser computado obrigatoriamente, sem exceções, como parte da jornada de trabalho, ou seja, tempo à disposição do empregador.

A partir de agora, no caso de uma eventual disputa judicial, o tempo à disposição deve ser comprovado em cada caso concreto.

Constitucionalidade

O STF julgou a constitucionalidade de decisões da justiça trabalhista que reconheceram que o período de recreio sempre faz parte da jornada de trabalho dos profissionais. 

O caso chegou ao STF por meio de um recurso protocolado pela Associação Brasileira das Mantenedoras de Faculdades (Abrafi). A entidade questiona decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre a questão. 

Discordância

A votação do caso foi iniciada na sessão de ontem (12), quando o relator, ministro Gilmar Mendes, discordou do entendimento de que o período de recreio deve ser computado obrigatoriamente. 

Na sessão de hoje, o Supremo finalizou o julgamento e o entendimento do relator foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Dias Toffoli e Cármen Lúcia.

O presidente do STF, Edson Fachin, que tinha votado sobre a questão, foi o único vencido. Para ele, os intervalos devem ser computados como tempo à disposição das escolas. 

Em março do ano passado, Gilmar Mendes determinou a suspensão nacional de todos os processos que tratam do tema para aguardar o posicionamento final do STF sobre a questão. Com o fim do julgamento, os processos vão ser retomados e deverão seguir o novo entendimento da Corte. 

Por Agência Brasil

Desesperado, morador de Mãe Luiza pede socorro e relata rotina de guerra no bairro

O clima de tensão que se instalou em Mãe Luiza nas últimas semanas tem deixado moradores em situação de pânico. Confrontos armados, rajadas de tiros e a disputa entre facções rivais transformaram a comunidade em um território marcado pelo medo diário. Quem vive no bairro relata que a violência atingiu um nível jamais visto, com cenas que lembram zonas de conflito.

Segundo relatos enviados ao Blog do BG, moradores têm passado noites em claro, acuados dentro de casa. A presença policial é considerada insuficiente e vista como apenas pontual, já que, após operações realizadas pela manhã, o bairro volta a ficar vulnerável ao domínio de criminosos. A sensação entre os moradores é de abandono e de completa falta de garantia de segurança — inclusive sobre a própria delegacia e o posto policial da região, que já foram alvos de tiros e precisaram reforçar suas estruturas.

A situação levou um morador, pai de família, a enviar um apelo desesperado ao Blog, pedindo que a realidade vivida pela comunidade siga sendo mostrada para que as autoridades não ignorem o cenário de medo extremo. O bairro, afirma ele, está “sangrando” e precisa de atenção urgente, com policiamento efetivo e permanente.

A seguir, o relato na íntegra enviado ao Blog do BG:

“BG, venho pedir, de coração aberto e em nome de muitas famílias que hoje estão desesperadas em Mãe Luiza, que o seu blog continue mostrando o que estamos vivendo. Sou pai de família, nascido e criado aqui, e nunca senti tanto medo dentro da minha própria casa como estou sentindo agora.

Nos últimos dias, nossa comunidade virou um campo de guerra. São tiros a qualquer hora, casas perfuradas, crianças se escondendo debaixo da cama, mães chorando em silêncio para não desesperar ainda mais os filhos. Temos idosos que não conseguem mais dormir, famílias inteiras passando a madrugada acordadas com medo de que uma bala perdida atravesse a porta ou acerte alguém dentro de casa.

BG, vc sabe da força que o seu blog tem. Quando vocês mostram, o Estado escuta. Quando vocês falam, a população presta atenção. Estamos implorando: não deixem esse assunto esfriar. Não deixem que amanhã vire só mais um dia de medo e abandono para nós. Precisamos que a situação continue sendo mostrada, que o problema ganhe voz, que as autoridades sejam pressionadas, que a população veja o que está acontecendo aqui. Nossa comunidade está clamando por socorro. Nosso bairro tem 1 delegacia e um posto policial, onde o mesmo já foi alvejado diversas vezes e recentemente suas paredes foram reforçadas por medo de novos ataques. Precisamos de policia presente não de visita, onde faz operação de manhã e deixa o resto do dia para os bandidos fazerem o que estão fazendo.

Mãe Luiza está sangrando, está implorando por paz, e a única forma de sermos ouvidos é mantendo essa situação viva nos noticiários. A comunidade precisa que alguém dê voz à nossa dor, ao nosso desespero e à nossa sensação de abandono.

Eu escrevo como pai, como trabalhador, como alguém que ama seu bairro, mas que hoje olha para os próprios filhos e sente medo do que pode acontecer se nada for feito. Por favor, continuem mostrando. Continuem denunciando. Não deixem Mãe Luiza ser esquecida.

Agradeço por tudo o que o Blog do BG já fez e ainda faz pelo povo potiguar. Neste momento, vocês são a última esperança de muitas famílias.

Com respeito e esperança,
Um PAI de família de MÃE LUIZA!”

Polícia Civil prende mulher suspeita por estelionato ao tentar autênticar procuração destinada a transferência de veículo

Policiais civis da 81ª Delegacia de Polícia (DP) de Tangará prenderam em flagrante, nesta quinta-feira (13), uma mulher de 48 anos, suspeita da prática do crime de estelionato, ocorrido na cidade de Tangará.

De acordo com as investigações, a mulher utilizou um documento de identidade falso em um cartório da cidade para autenticar uma procuração destinada à transferência de propriedade de um veículo.

Ainda segundo as apurações, nos últimos meses, ela já havia comparecido outras duas vezes ao mesmo cartório, também fazendo uso de documentos falsos para autenticar procurações.

Após tomarem conhecimento dos fatos, a equipe da 81ª DP realizou diligências, se dirigiu ao local e efetuou a prisão em flagrante.

A mulher já havia sido presa em fevereiro deste ano pelo mesmo crime. Ela foi conduzida à delegacia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhada ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. As investigações seguem em andamento com o objetivo de identificar possíveis outros envolvidos nas ações criminosas.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte solicita que informações que possam auxiliar nas investigações sejam repassadas de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181

Fonte: PCRN

Família receberá R$ 50 mil por morte de paciente em hospital psiquiátrico no RN

Uma família será indenizada por danos morais em R$50 mil, após um paciente morrer em um hospital psiquiátrico no Município de Mossoró devido a uma parada cardíaca, decorrente da imobilização de um funcionário.

O caso foi analisado pela juíza Giulliana Silveira de Souza, do 2° Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de Mossoró.

Segundo consta nos autos, o paciente foi direcionado ao referido hospital buscando tratamento de saúde psiquiátrica. Todavia, em razão de imobilização realizada por um trabalhador do hospital, o homem teve uma parada cardíaca, ocasionada pela constrição da região do pescoço, motivo pelo qual veio a falecer.

O Município de Mossoró sustentou a ocorrência da prescrição quinquenal, a ausência de pressupostos da responsabilidade civil, a não comprovação do fato constitutivo do direito, a não comprovação do dano moral e a fixação do eventual quantum indenizatório em valor razoável e proporcional. Por fim, pediu pela improcedência total.

Reconhecimento de dano sofrido

Analisando o caso, a magistrada destacou quanto à defesa do ente municipal em relação à aplicação da prescrição quinquenal. Segundo a juíza, embora o falecimento da vítima tenha acontecido em junho de 2018, em tese, há mais de cinco anos, não deve prosperar a alegação da prescrição quinquenal, visto que os fatos também estavam sendo apurados em juízo criminal, de forma que não corre prescrição antes da sentença definitiva daquele, nos termos do art. 200 do Código Civil.

Além disso, a magistrada embasou-se na Constituição Federal, em relação à teoria da responsabilidade objetiva do Estado, na modalidade do risco administrativo. “Para que haja o dever de indenizar, o dano causado deve guardar uma relação direta de causa e efeito com a situação criada pela atividade estatal. Neste caso, haverá a responsabilidade objetiva do Estado, haja vista que o importante a ser comprovado pelo ofendido é a relação de causalidade entre o dano sofrido e o agente estatal”, explicou.

Desse modo, a juíza considerou a comprovação da relação direta de causa (ação de funcionário) e efeito (morte) criada pela atividade estatal, além do dano sofrido pela parte autora (irmão e filha da vítima da ação que resultou no óbito) dado a perda de um ente familiar e o nexo de causalidade entre eles. 

“O dano extrapatrimonial suportado pela autora é evidente, seja pela angústia e aflição decorrente da ausência de atendimento de um direito fundamental, seja pelo descumprimento do dever de integridade, seja pelo resultado morte no caso concreto. Dessa forma, presentes os requisitos configuradores da responsabilidade civil, a condenação do Município de Mossoró ao pagamento de indenização por danos morais é medida que se impõe”, concluiu.

Fonte: TJRN

“Operação Combate Organizado”: Polícia Civil do RN prende homem por homicídio e tráfico de drogas na Grande Natal

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR), deu cumprimento, nesta quinta-feira (13), a um mandado de prisão preventiva em desfavor de um homem de 43 anos, no município de Nísia Floresta, na Grande Natal.

A ação integra a “Operação Combate Organizado”, que permanece em execução até o mês de dezembro, voltada ao enfrentamento de organizações criminosas.

O preso é investigado por homicídio, tráfico de drogas e latrocínio, além de possuir mandado de prisão definitiva que totaliza mais de 40 anos de pena.

Ele integra uma facção criminosa com origem no estado do Rio de Janeiro e, conforme apurado, vinha se ocultando entre os municípios de São José de Mipibu e Nísia Floresta, onde contava com apoio de integrantes da organização criminosa.

Durante a abordagem, ele apresentou identidade falsa, sendo autuado em flagrante também por esse crime. Na ação, foram apreendidas duas armas de fogo, grande quantidade de crack e munições de diversos calibres, resultando ainda em autuações pelos crimes de tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido e posse de arma de fogo de uso restrito.

As investigações indicam que o homem é suspeito de um atentado contra um policial militar na cidade de Rio Tinto, na Paraíba. Ele já havia fugido da Delegacia de Canguaretama e possui diversas acusações, entre elas homicídios, tráfico de drogas, roubos de veículos e roubos nos municípios paraibanos de Mataraca, Rio Tinto e Baía da Traição.

A ação contou com apoio integrado do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), fortalecendo a atuação conjunta no enfrentamento ao crime organizado.

A Polícia Civil solicita que a população continue contribuindo com informações de forma anônima por meio do Disque Denúncia 181.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Polícia Civil do RN – SECOMS

Assembleia do RN aprova “Lei Anti-Oruam” e veta uso de verba pública em show com apologia ao crime

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) aprovou, nesta terça-feira (11), o projeto de lei conhecido como “Lei Anti-Oruam”. A proposta, de autoria do deputado Coronel Azevedo (PL), proíbe a contratação, com recursos públicos estaduais, de artistas ou bandas que façam apologia ao crime, uso de drogas ou incentivem práticas sexuais abusivas ou criminosas em letras e apresentações.

Segundo o parlamentar, a medida busca garantir que verbas públicas não financiem conteúdos que contrariem a lei e a moralidade. “O Estado não pode patrocinar shows que promovam o crime, as drogas ou a se:xualização de crianças. Essa é uma lei que protege nossos filhos e reafirma valores que fortalecem a sociedade”, afirmou Azevedo.

Inspirada em uma proposta semelhante aprovada em São Paulo, a “Lei Anti-Oruam” faz referência ao debate nacional envolvendo o rapper carioca Oruam e outros artistas do gênero. O texto agora segue para sanção do Governo do Estado.

Por Via Certa Natal

Correios entram em alerta máximo: estatal busca R$ 10 bilhões em 15 dias e prepara PDV para cortar 10 mil funcionários

A crise nos Correios atingiu um novo patamar. A empresa estatal precisa levantar, em apenas 15 dias, ao menos R$ 10 bilhões para evitar um colapso operacional e conseguir manter suas atividades mínimas. A direção tenta viabilizar o recurso via empréstimo com garantia da União, depois de reduzir pela metade o plano inicial de captar R$ 20 bilhões — valor que se mostrou inviável diante das altas taxas cobradas pelos bancos na primeira rodada de negociações.

O dinheiro é considerado vital para colocar em prática o plano de reestruturação, com foco principal na redução de custos com pessoal. A estatal prepara um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) para atingir 10 mil desligamentos, número muito acima das adesões registradas na última tentativa. A expectativa é de que, com incentivos mais atrativos, seja possível reduzir a folha salarial em cerca de R$ 2 bilhões por ano.

As negociações seguem com um grupo ampliado de instituições financeiras, após bancos como BTG, Citibank, ABC Brasil e Banco do Brasil apresentarem propostas com custo acima do limite considerado razoável para operações com aval da União — chegando a 136% do CDI. A meta atual é fechar contratos com taxa de até 120% do CDI e garantir pelo menos metade do valor solicitado até o fim do mês. A operação pode envolver um sindicato de bancos, modelo já utilizado pela estatal no passado.

A corrida por recursos também tenta impedir que o prejuízo crescente destrua de vez a capacidade dos Correios de competir no mercado. A empresa acumula perdas de R$ 4,3 bilhões em 2025 e enfrenta atrasos em pagamentos a fornecedores, o que tem impacto direto nas entregas. Hoje, 92% das encomendas chegam no prazo — índice abaixo dos 95% considerados essenciais para manter grandes contratos, especialmente com plataformas de e-commerce. Sem estabilizar o caixa, o risco é de uma nova piora no serviço e de mais fuga de clientes.

Por O Globo