Marco Rubio classificou condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro como “caça às bruxas” e disse que país irá responder de acordo
O Itamaraty reagiu nesta quinta-feira (11) às declarações do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, de que os Estados Unidos iriam reagir à “caça às bruxas”, se referindo à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
Junto a militares e antigos integrantes do seu governo, Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
As falas foram feitas no X, onde o secretário também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso e já sancionado pela Lei Magnitsky, e outros magistrados do STF.
Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro disse que Rubio ignora fatos e que ameaças não intimidarão.
“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, respondeu a pasta também no X.
Início será em regime fechado; ex-presidente também foi condenado a 124 dias multa, no valor de dois salários mínimos o dia
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) condenou nesta quinta-feira (11) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão, com início em regime fechado, por participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Além da prisão, Bolsonaro também foi condenado a 124 dias multa, no valor de dois salários mínimos o dia.
Para a definição da pena, o ministro relator, Alexandre de Moraes, considerou o agravante de liderança de organização criminosa e a atenuante da idade avançada do ex-presidente. Ele foi acompanhado por Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O ministro Luiz Fux, por ter votado pela absolvição de Bolsonaro, decidiu não participar da definição de pena.
Condenação
Por maioria de votos, Bolsonaro se tornou o primeiro presidente do Brasil a ser condenado por golpe de Estado.
O relator, Alexandre de Moraes, foi acompanhando por Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Luiz Fux votou pela absolvição. O placar final foi de 4 a 1.
Ele foi condenado pelos seguintes crimes:
organização criminosa armada;
tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem); e
deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).
Mesmo com a definição da pena, ainda cabe recurso da decisão, o que significa que Bolsonaro e os outros réus não serão presos de imediato.
No Brasil, as penas só podem ser executadas depois que o caso transita em julgado, ou seja, depois que acabam todas as possibilidades de recurso.
Como votou cada ministro
Alexandre de Moraes: Dedicou cinco horas ao voto e apontou Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa que planejou um golpe de Estado. Segundo ele, o grupo usou a máquina pública e apoio de militares para atacar o Judiciário, desacreditar o sistema eleitoral e impedir a posse do governo eleito em 2022. Moraes citou a minuta do golpe discutida com militares, a reunião de ministros em 2022, o financiamento de acampamentos em quartéis, o Plano Punhal Verde e Amarelo e a coordenação dos atos de 8 de janeiro. Para o ministro, as ações mostraram a recusa de Bolsonaro e aliados em aceitar a alternância democrática de poder e quase levaram o Brasil de volta a uma ditadura.
Flávio Dino: Acompanhou Alexandre de Moraes e votou pela condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Para ele, Bolsonaro e Walter Braga Netto exerceram liderança sobre a organização criminosa e devem receber penas mais altas, enquanto Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem tiveram participação menor e devem pegar penas reduzidas. O ministro ressaltou que a tentativa de golpe não se tratou apenas de preparativos, mas de atos executórios que colocaram em risco o Estado Democrático de Direito, incluindo com a invasão violenta das sedes dos Três Poderes.
Luiz Fux: Foi o único a divergir no julgamento. Em um voto de 14 horas, defendeu a absolvição completa de Jair Bolsonaro e de outros cinco réus. Em relação a Mauro Cid e Walter Braga Netto, votou pela condenação apenas pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, rejeitando todas as demais acusações. Ao contrário dos outros ministros, Fux analisou separadamente cada crime e cada réu. Também acolheu quase todas as preliminares apresentadas pelas defesas, argumentando que houve cerceamento do direito de defesa e que o STF, assim como sua Primeira Turma, não teriam competência para julgar o caso. Logo no início de sua manifestação, ainda enviou um recado indireto a Alexandre de Moraes, afirmando que juízes não têm função investigativa e devem agir com distanciamento.
Cármen Lúcia: Concluiu que a PGR apresentou provas sólidas de uma empreitada criminosa organizada por uma “milícia digital” para atacar o Judiciário e as urnas eletrônicas, liderada por Jair Bolsonaro, apontado como responsável por planejar a ruptura institucional e a permanência forçada no poder. Para ela, as ações foram coordenadas, contaram com participação efetiva de Mauro Cid e envolveram violência, grave ameaça e até cogitação de assassinatos de autoridades. Rejeitando a tese de Luiz Fux, defendeu que os réus devem ser condenados separadamente pelos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Cristiano Zanin: Surpreendeu ao acompanhar integralmente o voto de Alexandre de Moraes e votar para condenar todos os réus pelos cinco crimes imputados pela PGR. Para ele, ficou comprovada a existência de uma organização criminosa armada e estruturada para manter Bolsonaro no poder. Segundo o ministro, as ações envolveram uso de estruturas do Estado, ameaças a autoridades e violência, evidenciada nos atos de 8 de janeiro de 2023. Zanin afirmou que não foram apenas opiniões políticas ou atos preparatórios, mas um conjunto de estratégias coordenadas que atacaram a democracia, e que a responsabilização é fundamental para consolidar o Estado Democrático de Direito.
Relembre o caso
Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes vindos de várias cidades e do acampamento em frente ao quartel general do Exército invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. Obras, estruturas e peças históricas foram destruídas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro estava nos Estados Unidos quando os ataques ocorreram, mas já estava na mira da Polícia Federal como possível mentor de um plano golpista.
As apurações avançaram com a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele relatou reuniões do presidente com ministros, embaixadores e chefes militares antes das eleições de 2022, nas quais o então mandatário colocava em xeque a credibilidade das urnas.
No segundo turno, a PRF teria sido mobilizada para dificultar o acesso de eleitores em cidades mais favoráveis a Lula. Após a diplomação do petista, em dezembro, vândalos incendiaram carros e ônibus e tentaram invadir a sede da PF em Brasília, e dias depois foi encontrada uma bomba perto do Aeroporto da capital.
Ainda em dezembro, investigações apontaram a elaboração de uma minuta …
Após cinco dias de julgamento divididos em duas semanas, Jair Bolsonaro recebeu sentença de 27 anos, sendo 24 anos em reclusão em regime fechado
Com a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus, nesta quinta-feira (11), esta é a primeira vez na história do Brasil em que militares e um ex-presidente da República são condenados pelo crime de golpe de Estado.
Após cinco dias de julgamento divididos em duas semanas, Bolsonaro recebeu uma sentença de 27 anos, sendo 24 anos em reclusão em regime inicial fechado.
Durante as sessões, os ministros mencionaram como o julgamento é histórico. O relator, Alexandre de Moraes, citou o golpe de 1964 e Flávio Dino chegou a dizer que o ato que instaurou a ditadura militar no Brasil tinha menos provas documentais do que a tentativa da atual organização criminosa condenada.
Veja as penas impostas pela Suprema Corte a Bolsonaro e aos demais réus:
Jair Bolsonaro: 27 anos e três meses de reclusão em regime inicial fechado;
Mauro Cid: 2 anos de reclusão em regime aberto;
Walter Braga Netto: 26 anos de reclusão com regime inicial fechado;
Almir Garnier: 24 anos de reclusão em regime inicial fechado;
Alexandre Ramagem: 16 anos, um mês e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado;
Anderson Torres: 24 anos de reclusão em regime inicial fechado;
Augusto Heleno: 21 anos de reclusão em regime inicial fechado;
Paulo Sérgio Nogueira: 19 anos de reclusão em regime inicial fechado.
Sanções e demais punições
Junto com a proclamação das sentenças, a Primeira Turma do STF estabeleceu sanções e mais punições aos réus condenados:
Pagamento de R$ 30 milhões de forma solidária;
Perda de mandato de deputado federal de Alexandre Ramagem (PL-RJ);
Inelegibilidade de oito anos de todos os réus após o cumprimento da pena;
Perda dos cargos de delegados de polícia de Alexandre Ramagem e Anderson Torres
Após o trânsito em julgado, o Superior Tribunal Militar (STM) será acionado para a perda de patente ou posto dos militares condenados
A bancada federal do Partido Liberal no Rio Grande do Norte enaltece o voto técnico do ministro Luiz Fux pela incompetência da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar os atos de 08 de janeiro de 2021. O líder da oposição no Senado Federal, senador Rogério Marinho, disse que o voto de Fux “tem a ver com a garantia do Estado de Direito, mas é bom lembrar que ele é o único juiz concursado entre os 11 ministros do Supremo”.
Rogério Marinho avaliou que Luiz Fux proferiu voto “respaldado na lei, na jurisprudência, que põe por terra uma narrativa que foi engendrada desde o princípio de que houve um suposto golpe de Estado. E que esse golpe foi perpetrado no dia 8 de janeiro, que era um domingo, quando as pessoas estavam nas suas respectivas residências, com cidadãos desarmados, mulheres, crianças, idosos, armados de bíblias e de bandeiras, sem nenhuma hierarquia militar, sem tropas”.
“É uma narrativa que é absolutamente inverossímil, ela não se põe de pé”, resumiu Rogério Marinho.
O deputado federal General Girão (PL) disse que todo brasileiro precisa ouvir o voto dado por Fux. “Se não ouvir todo o voto dele, mas apreciar a aula jurídica que ele dá, pouca gente sabe que o ministro Fux foi dos poucos, talvez o único da atual composição do STF, que foi juiz”.
Girão afirmou que Fux “fez um aprendizado, teve uma uma infância jurídica, foi advogado, fez o concurso para o magistrado, passou, foi juiz de primeira instância e depois foi subindo os degraus até chegar ao STF”.
Então, segundo Girão, quando Fux “abre a boca para apresentar argumentos jurídicos respaldados na Constituição e nas leis, ele o faz com tranquilidade, não esboça raiva, imparcialidade, não esboça outra coisa que não seja o papel dele, que é cumprir o que está previsto na lei”.
Na avaliação do deputado federal Sargento Gonçalves o ministro Luiz Fux “deixou muito claro, o STF não tem competência para julgar Jair Bolsonaro por ser um ex-presidente da República. E, como presidente, a competência não seria da 1ª Turma, mas sim do Plenário do STF.
Sargento Gonçalves disse que “esse foi o primeiro ponto, que o julgamento é passível de nulidade, como bem disse o juiz, técnico de carreira, o Luiz Fux”.
Outra questão levantada por Gonçalves está relacionada a suspeição dos julgadores, o ministro Alexandre de Moraes “é vítima, promotor e juiz. Imparcialidade passa longe desse julgamento! Inclusive, imparcialidade tem sido quebrada quando outro ministro da Turma, Flávio Dino, é militante, comunista de carteirinha, e amigo de Lula”.
Gonçalves também critica a atuação do ministro Cristiano Zanin por ter sido advogado do atual presidente Lula mo inquérito da Lava-Jato, “pedindo e lutando pela descondenação. Inclusive, de forma muito sábia, várias teses defendidas pelo ministro Luiz Fux, utilizou emprestadas. São as teses utilizadas pelo próprio ministro Zanin, à época que era advogado de Lula”.
Para Gonçalves, “o verdadeiro golpe existiu e foi denunciado na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal pelo Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, um gabinete paralelo, o verdadeiro gabinete do ódio. De lá saíam todas as ordens para perseguir cidadãos brasileiros inocentes, verdadeiros patriotas porque usavam verde e amarelo”.
Sargento Gonçalves defendeu que “é preciso, de fato, que se apurem as fraudes processuais denunciadas por um braço direito de Alexandre de Moraes”.
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Deputados debatem na ALRN sobre voto de FUX
O deputado Coronel Azevedo (PL) disse, no plenário da Assembleia Legislativa, que o voto do ministro Luiz Fux pedindo a anulação do processo contra o presidente Jair Bolsonaro “foi a comprovação da maior farsa jurídica na história do Brasil”.
“Trata-se de uma posição corajosa do ministro Fux, pois afronta o desejo de um perigosíssimo grupo de esquerda que busca anular a voz de Jair Messias Bolsonaro para que ele não participe das eleições de 2026, como há sete anos tentaram retirar Bolsonaro da eleição através de uma facada”, alertou Azevedo.
Agora, continuou Azevedo, tentam tirar Bolsonaro da disputa eleitoral “por uma via judicial transversa, um verdadeiro absurdo. O voto de Fux é um sopro de justiça em meio a tempos de perseguição política”.
Riscos
A deputada Isolda Dantas (PT) disse que o Brasil “ vive um dos momentos talvez mais importantes da sua história, porque nós estamos acompanhando o julgamento de algo que inclusive não aconteceu em 1964”.
Para Isolda Dantas “o julgamento é muito importante, porque inclusive foi feito dentro, como dizia o próprio que está sendo julgado, das quatro linhas da Constituição, e nós sabemos que a impunidade, ela é cúmplice da violência. E se quem pensou, quem arquitetou, não for punido, nós teremos sérios riscos de não estarmos aqui”.
O secretário-geral do Partido Liberal, senador Rogério Marinho, emitiu nota sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF): “É um duro golpe contra a democracia e contra as liberdades no Brasil”.
Para o senador potiguar a sentença é “uma condenação injusta de um inocente, conduzida em um processo onde faltou imparcialidade, sob a sombra do chamado inquérito das “fake news”, que virou instrumento de perseguição política e precisa ser imediatamente encerrado”.
Marinho acrescentou, na nota, que “o Brasil precisa de paz, e a solução está no Congresso Nacional, a quem cabe — com competência privativa — aprovar a anistia ampla, geral e irrestrita”.
Por fim, defendeu “uma medida de justiça e pacificação, que contemple não apenas Bolsonaro, mas todos os perseguidos pelos eventos de 8 de janeiro. É hora de virar a página dessa escalada autoritária”.
O deputado Zucco (PL-RS), criticou o voto da ministra, categorizando Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, relator do caso, como “promotores de acusação” e Flávio Dino como “político”. “Não estamos surpresos com o resultado, já era esperado. Saímos daqui com a certeza que não houve o devido processo legal”, afirmou o líder da oposição.
O deputado do PL ainda acredita que a formação da maioria para condenar o ex-presidente Bolsonaro fortalece a oposição.
Após a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), formar maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, parlamentares que acompanhavam o voto na Primeira Turma se manifestaram.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que “hoje é um dia histórico para a democracia brasileira”.
O deputado ainda elogiou o voto da ministra e definiu como sendo “contundente”. Com a maioria formada, o líder do PT acredita que anistia precisa ser “enterrada”.
Último a votar na Primeira Turma do STF, Zanin confirmou planejamento do grupo para permanência de Bolsonaro no poder à revelia do processo eleitoral
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin votou nesta quinta-feira 11 pelo reconhecimento da existência de uma organização criminosa envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus.
Segundo Zanin, o grupo “constituiu e estabeleceu uma organização estável com duração superior a um ano cujo planejamento descrito em inúmeros documentos apreendidos previa ações coordenadas voltadas para a permanência – à revelia do processo eleitoral, pois, da vontade popular – no poder de Jair Messias Bolsonaro”.
O ministro acrescentou que “os acusados objetivavam romper com o Estado Democrático de direito, valendo-se deliberadamente e da concertação expressa a um desejado uso das Forças Armadas”.
Zanin é o último a votar no julgamento, iniciado em 2 de setembro e com previsão de conclusão nesta sexta-feira 12. A sessão desta quinta-feira foi retomada às 14h22.
Até o momento, haviam votado os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Moraes, Dino e Cármen Lúcia votaram pela condenação de todos os réus pelos crimes denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), formando maioria pela punição.
O ministro Luiz Fux divergiu e votou pela absolvição de Bolsonaro e outros cinco réus, mantendo a condenação apenas de Mauro Cid e Walter Braga Netto pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Após o voto de Zanin, ainda será realizada a dosimetria, ou seja, a definição do tempo de pena para os réus. O cálculo envolve três fases: a fixação da pena-base conforme os limites da lei, a avaliação das circunstâncias que atenuam ou agravam a pena e a verificação de causas de diminuição ou aumento da pena.
Próxima etapa será a seleção dos candidatos de acordo com os critérios previstos em edital, que acontece até 25 de setembro
O Departamento Estadual de Trânsito do RN (Detran) divulgou nesta quinta-feira 11 o balanço das inscrições da 3ª edição do Programa CNH Popular, que registrou um total de 65.996 candidatos. A primeira etapa, de recebimento das inscrições, foi concluída na quarta-feira 10.
Seguindo o cronograma do Programa, a próxima etapa será a seleção dos candidatos de acordo com os critérios previstos em edital, que acontece até 25 de setembro. As informações sobre o CNH Popular 2025 estão concentradas no endereço: cnhpopular.detran.rn.gov.br, onde será publicada a lista com os classificados, no dia 26 deste mês.
Nesta etapa de seleção, será observado por meio de sistema eletrônico, se os candidatos seguem os requisitos de ser maior de 18 anos, saber ler e escrever; comprovar moradia no RN nos últimos 12 meses; não estar judicialmente impedido de obter a CNH; não estar com CNH suspensa ou cassada; não ter cometido infração penal na direção de veículos, não ter cometido infração de trânsito grave ou gravíssima ou ser reincidente em leve ou média, nos últimos 12 meses; e possuir os demais requisitos para obtenção da CNH.
De acordo com normas previstas em edital, a Comissão organizadora do CNH Popular informou que, caso haja necessidade, o Programa utiliza alguns critérios de desempate. A começar pela ordem da menor renda por pessoa, maior número de dependentes no grupo familiar; estar desempregado por mais tempo; quem tiver maior idade; data e hora da inscrição e, por fim, sorteio.
O programa inclui a gratuidade total de taxas relativas a exames e licença de aprendizagem e direção veicular; custos de confecção da primeira CNH ou, em caso de mudança, para a categoria C, D e E, e também das aulas nos Centros de Formação de Condutores.
Os candidatos selecionados deverão se atentar ao prazo para entrega da documentação exigida no edital, que será de 29 deste mês a 28 de outubro, para tanto o agendamento pode ser feito para qualquer unidade do Detran. A Comissão organizadora do Programa vai fazer a análise dos documentos de 29 de outubro a 27 de novembro e o resultado final com os nomes dos selecionados será divulgado em 28 de novembro.
Atentados de 2001 deixaram quase 3 mil mortos e os impactos ultrapassaram o território americano
Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enfrentaram um ataque que mudaria a história. Às 8h46, o voo 11 da American Airlines atingiu a torre norte do World Trade Center, em Nova York. Vinte minutos depois, às 9h03, outro avião, o voo 175 da United Airlines, se chocou contra a torre sul, revelando ao mundo que não se tratava de um acidente.
Em pouco mais de uma hora, os símbolos do poder econômico americano ruíam diante das câmeras de televisão.
A torre sul, mesmo atingida por último, foi a primeira a desabar, às 9h59. A torre norte veio abaixo às 10h28. Imagens de pessoas saltando de andares inalcançáveis marcaram a cobertura da imprensa internacional e registraram, em tempo real, o horror de uma nação sob ataque.
No total, quase três mil pessoas morreram. Só em Nova York, foram 2.753 vítimas, incluindo 343 bombeiros, 23 policiais municipais e 37 oficiais da Autoridade Portuária.
No Pentágono, em Washington, outras 184 pessoas perderam a vida quando o voo 77 da American Airlines foi lançado contra o prédio. Na Pensilvânia, o voo 93 da United Airlines caiu em um campo após passageiros reagirem aos sequestradores — impedindo que o avião atingisse outro alvo. Entre passageiros e tripulantes, mais 40 pessoas morreram.
Torres do World Trade Center após ataques • Getty Images
Consequências globais
Os impactos ultrapassaram as fronteiras do Estados Unidos. As estruturas de inteligência e defesa foram rearticuladas em todo o mundo, com reflexos na vida cotidiana — dos controles de segurança em aeroportos a medidas de vigilância digital.
No campo da política externa, os EUA lançaram a “guerra ao terror”, invadindo o Afeganistão em 2001 e, dois anos depois, o Iraque.
O resultado foi um novo cenário geopolítico, marcado pela ascensão de guerras prolongadas e por debates sobre segurança, privacidade e direitos civis. Como destaca Magnotta, “o 11 de Setembro reorganizou o cotidiano do cidadão comum e a estratégia global de combate a ameaças”.
Atualmente, no local onde ficavam as Torres Gêmeas funciona o Memorial e Museu do 11 de Setembro, espaço dedicado às vítimas e à preservação da memória do maior ataque terrorista já registrado em solo americano.
Museu e Memorial do 11 de Setembro, em Nova York, no local onde ficavam as torres atingidas do World Trade Center • 9/11 Memorial and Museum/Wikipedia
Impacto econômico
500 mil dólares – Esta é a quantia estimada que se acredita ter custado para planejar e executar os ataques de 11 de setembro.
123 bilhões de dólares — Esta é a perda econômica estimada durante as primeiras duas a quatro semanas após o colapso das torres gémeas do World Trade Center em Nova York, bem como o declínio das viagens aéreas nos próximos anos.
60 bilhões de dólares — O custo estimado dos danos no local do WTC, incluindo danos nos edifícios circundantes, infraestruturas e instalações de metrô.
40 bilhões de dólares — Este é o valor do pacote emergencial antiterrorista aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos em 14 de setembro de 2001.
15 bilhões de dólares — Foi o pacote de ajuda econômica aprovado pelo Congresso para resgatar companhias aéreas.
9,3 bilhões de dólares — O valor dos reclamações de seguros decorrentes dos ataques de 11 de setembro.
Ataque às Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos • CNN/Reprodução
Cronologia dos eventos
11 de setembro de 2001 (horário do leste dos Estados Unidos)
8h46 — O voo 11 da American Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre norte do World Trade Center na cidade de Nova York.
9h03 — O voo 175 da United Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre sul do World Trade Center na cidade de Nova York.
9h37 — O voo 77 da American Airlines (viajando de Dulles, Virgínia, para Los Angeles) atinge o prédio do Pentágono em Washington.
9h59 — A torre sul do WTC desaba em aproximadamente 10 segundos.
10h03 — O voo 93 da United Airlines (viajando de Newark, Nova Jersey, para São Francisco) cai em um campo perto de Shanksville, Pensilvânia.
10h28 — A torre norte do WTC desaba. O tempo entre o primeiro ataque e o colapso das duas torres do World Trade Center é de 102 minutos.
O que sabemos sobre o assassinato do ativista pró-Trump Charlie Kirk
Procura pelo suspeito continua após uma pessoa ser mantida em custódia e solta em seguida pelo FBI
O atirador que matou o ativista pró-Trump Charlie Kirk, 31 anos, continua foragido, após um “ataque direcionado”, segundo a polícia, no campus da Universidade Utah Valley no estado americano de Utah.
Acredita-se que apenas uma pessoa esteja envolvida no ataque, declarou o governador Spencer Cox, que chamou a morte de Kirk de “um assassinato político”.
O presidente Donald Trump descreveu a morte do apoiador como um “momento sombrio para os Estados Unidos” e culpou a retórica da “esquerda radical” por causar violência política.
Saiba as últimas informações sobre o assassinato do ativista.
Ataque direcionado
Kirk foi morto a tiros enquanto discursava em um evento na Universidade Utah Valley, uma universidade pública na cidade de Orem. O atirador disparou uma vez, segundo o Comissário do Departamento de Segurança Pública de Utah, Beau Mason, que afirmou ter sido “um ataque direcionado a um indivíduo”.
O departamento acredita que o disparo tenha saído do telhado de um prédio.
Últimos momentos
O influenciador foi baleado enquanto respondia a uma pergunta de um membro da plateia sobre tiroteios em massa. Após ser atingido, Kirk foi levado “em veículo particular” para o Hospital Regional de Timpanogos, onde morreu, informaram autoridades.
Buscas continuam
A procura pelo suspeito continua em andamento, segundo o analista chefe de inteligência e aplicação da lei da CNN, John Miller, o planejamento, a habilidade e a execução do atirador podem estar complicando a busca.
Autoridades do FBI informaram anteriormente que uma pessoa estava sob custódia, mas foi liberada depois.
Reação de Trump
O presidente dos Estados Unidos expressou “dor e raiva” pela morte de Kirk em um vídeo gravado diretamente para a câmera no Salão Oval. “Charlie inspirou milhões e, esta noite, todos que o conheceram e o amaram estão unidos em choque e horror”, disse Trump no vídeo de quatro minutos.
Em turnê
Kirk viajava com frequência para universidades, palestrando e respondendo a perguntas da plateia, em conversas que frequentemente resultavam em vídeos virais. A apresentação de dele em Utah foi a primeira de uma turnê de retorno por 14 cidades americanas.
Violência política nos EUA
O ataque ocorre após uma série de casos de violência política nos EUA, incluindo o assassinato de uma legisladora de Minnesota e o marido dela em junho, um ataque incendiário na casa do governador da Pensilvânia em abril e a tentativa de assassinato contra Trump durante a eleição presidencial em julho passado.
Após divergência integral de Fux para absolver seis réus, ministra pode formar maioria para condenar ex-presidente e outros acusados de plano de golpe
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quinta-feira (11), a partir das 14h, o julgamento dos réus acusados de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra Cármen Lúcia será a primeira a votar no dia e terá papel decisivo para destino de réus. Sua manifestação pode empatar o placar pela absolvição de Bolsonaro ou formar maioria para condenar os acusados.
Os votos favoráveis à condenação integração vieram do relator, ministro Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. Segundo eles, todos os réus devem ser responsabilizados pelos crimes apontados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Apesar disso, Dino considera que Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira devem ter penas reduzidas.
Luiz Fux abriu divergência ao absolver seis dos oito réus do núcleo considerado crucial para o plano de golpe pela PGR e condenando apenas o tenente-coronel Mauro Cid e Walter Braga Netto por tentativa de Abolição do Estado Democrático de Direito.
Com o cenário, Braga Netto e Cid réus são os únicos réus com maioria formada pela condenação por pelo menos um crime.
A sessão desta quinta estava prevista para começar pela manhã, mas foi remanejada pelo presidente do colegiado, Cristiano Zanin, após o extenso voto do ministro Luiz Fux, que durou quase 14 horas, e terminou no fim da noite da quarta.
Restam apenas Cármen Lúcia e o próprio presidente do colegiado para encerrar a análise das questões preliminares e do mérito da acusação da PGR.
Em caso de formação de maioria para condenação, após todos os ministros votarem, o colegiado vai discutir a dosimetria das penas para os condenados.
Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio público da União e deterioração de patrimônio tombado.
Apenas Alexandre Ramagem é acusado de três crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Dois crimes foram suspensos após decisão da Câmara dos Deputados e homologação parcial pela Primeira Turma do STF.
Quem são os réus?
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.
Votos sobre Bolsonaro
O placar referente ao ex-presidente está em 2 a 1 pela condenação nos cinco crimes. Para Moraes, Bolsonaro liderou o grupo que planejava a ruptura democrática. O relator citou inclusive a minuta do golpe, mencionando que o ex-presidente teria admitido discutir medidas de exceção em interrogatório.
Flávio Dino acompanhou Moraes. Segundo ele, Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto exerciam comando sobre a organização criminosa e, por isso, devem receber penas mais severas. Dino também sustentou que houve atos executórios, isto é, que os acusados efetivamente iniciaram a tentativa de golpe.