Próxima etapa será a seleção dos candidatos de acordo com os critérios previstos em edital, que acontece até 25 de setembro
O Departamento Estadual de Trânsito do RN (Detran) divulgou nesta quinta-feira 11 o balanço das inscrições da 3ª edição do Programa CNH Popular, que registrou um total de 65.996 candidatos. A primeira etapa, de recebimento das inscrições, foi concluída na quarta-feira 10.
Seguindo o cronograma do Programa, a próxima etapa será a seleção dos candidatos de acordo com os critérios previstos em edital, que acontece até 25 de setembro. As informações sobre o CNH Popular 2025 estão concentradas no endereço: cnhpopular.detran.rn.gov.br, onde será publicada a lista com os classificados, no dia 26 deste mês.
Nesta etapa de seleção, será observado por meio de sistema eletrônico, se os candidatos seguem os requisitos de ser maior de 18 anos, saber ler e escrever; comprovar moradia no RN nos últimos 12 meses; não estar judicialmente impedido de obter a CNH; não estar com CNH suspensa ou cassada; não ter cometido infração penal na direção de veículos, não ter cometido infração de trânsito grave ou gravíssima ou ser reincidente em leve ou média, nos últimos 12 meses; e possuir os demais requisitos para obtenção da CNH.
De acordo com normas previstas em edital, a Comissão organizadora do CNH Popular informou que, caso haja necessidade, o Programa utiliza alguns critérios de desempate. A começar pela ordem da menor renda por pessoa, maior número de dependentes no grupo familiar; estar desempregado por mais tempo; quem tiver maior idade; data e hora da inscrição e, por fim, sorteio.
O programa inclui a gratuidade total de taxas relativas a exames e licença de aprendizagem e direção veicular; custos de confecção da primeira CNH ou, em caso de mudança, para a categoria C, D e E, e também das aulas nos Centros de Formação de Condutores.
Os candidatos selecionados deverão se atentar ao prazo para entrega da documentação exigida no edital, que será de 29 deste mês a 28 de outubro, para tanto o agendamento pode ser feito para qualquer unidade do Detran. A Comissão organizadora do Programa vai fazer a análise dos documentos de 29 de outubro a 27 de novembro e o resultado final com os nomes dos selecionados será divulgado em 28 de novembro.
Atentados de 2001 deixaram quase 3 mil mortos e os impactos ultrapassaram o território americano
Na manhã de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enfrentaram um ataque que mudaria a história. Às 8h46, o voo 11 da American Airlines atingiu a torre norte do World Trade Center, em Nova York. Vinte minutos depois, às 9h03, outro avião, o voo 175 da United Airlines, se chocou contra a torre sul, revelando ao mundo que não se tratava de um acidente.
Em pouco mais de uma hora, os símbolos do poder econômico americano ruíam diante das câmeras de televisão.
A torre sul, mesmo atingida por último, foi a primeira a desabar, às 9h59. A torre norte veio abaixo às 10h28. Imagens de pessoas saltando de andares inalcançáveis marcaram a cobertura da imprensa internacional e registraram, em tempo real, o horror de uma nação sob ataque.
No total, quase três mil pessoas morreram. Só em Nova York, foram 2.753 vítimas, incluindo 343 bombeiros, 23 policiais municipais e 37 oficiais da Autoridade Portuária.
No Pentágono, em Washington, outras 184 pessoas perderam a vida quando o voo 77 da American Airlines foi lançado contra o prédio. Na Pensilvânia, o voo 93 da United Airlines caiu em um campo após passageiros reagirem aos sequestradores — impedindo que o avião atingisse outro alvo. Entre passageiros e tripulantes, mais 40 pessoas morreram.
Torres do World Trade Center após ataques • Getty Images
Consequências globais
Os impactos ultrapassaram as fronteiras do Estados Unidos. As estruturas de inteligência e defesa foram rearticuladas em todo o mundo, com reflexos na vida cotidiana — dos controles de segurança em aeroportos a medidas de vigilância digital.
No campo da política externa, os EUA lançaram a “guerra ao terror”, invadindo o Afeganistão em 2001 e, dois anos depois, o Iraque.
O resultado foi um novo cenário geopolítico, marcado pela ascensão de guerras prolongadas e por debates sobre segurança, privacidade e direitos civis. Como destaca Magnotta, “o 11 de Setembro reorganizou o cotidiano do cidadão comum e a estratégia global de combate a ameaças”.
Atualmente, no local onde ficavam as Torres Gêmeas funciona o Memorial e Museu do 11 de Setembro, espaço dedicado às vítimas e à preservação da memória do maior ataque terrorista já registrado em solo americano.
Museu e Memorial do 11 de Setembro, em Nova York, no local onde ficavam as torres atingidas do World Trade Center • 9/11 Memorial and Museum/Wikipedia
Impacto econômico
500 mil dólares – Esta é a quantia estimada que se acredita ter custado para planejar e executar os ataques de 11 de setembro.
123 bilhões de dólares — Esta é a perda econômica estimada durante as primeiras duas a quatro semanas após o colapso das torres gémeas do World Trade Center em Nova York, bem como o declínio das viagens aéreas nos próximos anos.
60 bilhões de dólares — O custo estimado dos danos no local do WTC, incluindo danos nos edifícios circundantes, infraestruturas e instalações de metrô.
40 bilhões de dólares — Este é o valor do pacote emergencial antiterrorista aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos em 14 de setembro de 2001.
15 bilhões de dólares — Foi o pacote de ajuda econômica aprovado pelo Congresso para resgatar companhias aéreas.
9,3 bilhões de dólares — O valor dos reclamações de seguros decorrentes dos ataques de 11 de setembro.
Ataque às Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos • CNN/Reprodução
Cronologia dos eventos
11 de setembro de 2001 (horário do leste dos Estados Unidos)
8h46 — O voo 11 da American Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre norte do World Trade Center na cidade de Nova York.
9h03 — O voo 175 da United Airlines (viajando de Boston para Los Angeles) atinge a torre sul do World Trade Center na cidade de Nova York.
9h37 — O voo 77 da American Airlines (viajando de Dulles, Virgínia, para Los Angeles) atinge o prédio do Pentágono em Washington.
9h59 — A torre sul do WTC desaba em aproximadamente 10 segundos.
10h03 — O voo 93 da United Airlines (viajando de Newark, Nova Jersey, para São Francisco) cai em um campo perto de Shanksville, Pensilvânia.
10h28 — A torre norte do WTC desaba. O tempo entre o primeiro ataque e o colapso das duas torres do World Trade Center é de 102 minutos.
O que sabemos sobre o assassinato do ativista pró-Trump Charlie Kirk
Procura pelo suspeito continua após uma pessoa ser mantida em custódia e solta em seguida pelo FBI
O atirador que matou o ativista pró-Trump Charlie Kirk, 31 anos, continua foragido, após um “ataque direcionado”, segundo a polícia, no campus da Universidade Utah Valley no estado americano de Utah.
Acredita-se que apenas uma pessoa esteja envolvida no ataque, declarou o governador Spencer Cox, que chamou a morte de Kirk de “um assassinato político”.
O presidente Donald Trump descreveu a morte do apoiador como um “momento sombrio para os Estados Unidos” e culpou a retórica da “esquerda radical” por causar violência política.
Saiba as últimas informações sobre o assassinato do ativista.
Ataque direcionado
Kirk foi morto a tiros enquanto discursava em um evento na Universidade Utah Valley, uma universidade pública na cidade de Orem. O atirador disparou uma vez, segundo o Comissário do Departamento de Segurança Pública de Utah, Beau Mason, que afirmou ter sido “um ataque direcionado a um indivíduo”.
O departamento acredita que o disparo tenha saído do telhado de um prédio.
Últimos momentos
O influenciador foi baleado enquanto respondia a uma pergunta de um membro da plateia sobre tiroteios em massa. Após ser atingido, Kirk foi levado “em veículo particular” para o Hospital Regional de Timpanogos, onde morreu, informaram autoridades.
Buscas continuam
A procura pelo suspeito continua em andamento, segundo o analista chefe de inteligência e aplicação da lei da CNN, John Miller, o planejamento, a habilidade e a execução do atirador podem estar complicando a busca.
Autoridades do FBI informaram anteriormente que uma pessoa estava sob custódia, mas foi liberada depois.
Reação de Trump
O presidente dos Estados Unidos expressou “dor e raiva” pela morte de Kirk em um vídeo gravado diretamente para a câmera no Salão Oval. “Charlie inspirou milhões e, esta noite, todos que o conheceram e o amaram estão unidos em choque e horror”, disse Trump no vídeo de quatro minutos.
Em turnê
Kirk viajava com frequência para universidades, palestrando e respondendo a perguntas da plateia, em conversas que frequentemente resultavam em vídeos virais. A apresentação de dele em Utah foi a primeira de uma turnê de retorno por 14 cidades americanas.
Violência política nos EUA
O ataque ocorre após uma série de casos de violência política nos EUA, incluindo o assassinato de uma legisladora de Minnesota e o marido dela em junho, um ataque incendiário na casa do governador da Pensilvânia em abril e a tentativa de assassinato contra Trump durante a eleição presidencial em julho passado.
Após divergência integral de Fux para absolver seis réus, ministra pode formar maioria para condenar ex-presidente e outros acusados de plano de golpe
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) retoma nesta quinta-feira (11), a partir das 14h, o julgamento dos réus acusados de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ministra Cármen Lúcia será a primeira a votar no dia e terá papel decisivo para destino de réus. Sua manifestação pode empatar o placar pela absolvição de Bolsonaro ou formar maioria para condenar os acusados.
Os votos favoráveis à condenação integração vieram do relator, ministro Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. Segundo eles, todos os réus devem ser responsabilizados pelos crimes apontados pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Apesar disso, Dino considera que Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira devem ter penas reduzidas.
Luiz Fux abriu divergência ao absolver seis dos oito réus do núcleo considerado crucial para o plano de golpe pela PGR e condenando apenas o tenente-coronel Mauro Cid e Walter Braga Netto por tentativa de Abolição do Estado Democrático de Direito.
Com o cenário, Braga Netto e Cid réus são os únicos réus com maioria formada pela condenação por pelo menos um crime.
A sessão desta quinta estava prevista para começar pela manhã, mas foi remanejada pelo presidente do colegiado, Cristiano Zanin, após o extenso voto do ministro Luiz Fux, que durou quase 14 horas, e terminou no fim da noite da quarta.
Restam apenas Cármen Lúcia e o próprio presidente do colegiado para encerrar a análise das questões preliminares e do mérito da acusação da PGR.
Em caso de formação de maioria para condenação, após todos os ministros votarem, o colegiado vai discutir a dosimetria das penas para os condenados.
Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio público da União e deterioração de patrimônio tombado.
Apenas Alexandre Ramagem é acusado de três crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Dois crimes foram suspensos após decisão da Câmara dos Deputados e homologação parcial pela Primeira Turma do STF.
Quem são os réus?
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.
Votos sobre Bolsonaro
O placar referente ao ex-presidente está em 2 a 1 pela condenação nos cinco crimes. Para Moraes, Bolsonaro liderou o grupo que planejava a ruptura democrática. O relator citou inclusive a minuta do golpe, mencionando que o ex-presidente teria admitido discutir medidas de exceção em interrogatório.
Flávio Dino acompanhou Moraes. Segundo ele, Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto exerciam comando sobre a organização criminosa e, por isso, devem receber penas mais severas. Dino também sustentou que houve atos executórios, isto é, que os acusados efetivamente iniciaram a tentativa de golpe.
O julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é réu o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-auxiliares de sua gestão, carece de legitimidade, no entendimento de parlamentares de oposição na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
O líder do PL, deputado estadual Tomba Farias, criticou o fato de ministros da 1ª Turma da Suprema Corte não terem declarado suspeição para julgar uma suposta tentativa de golpe: “A justiça hoje julga de acordo com o que ela quer. Se não estamos vivendo uma ditadura, eu gostaria de entender como é que um juiz (Cristiano Zanin) que está julgando o ex-presidente Bolsonaro era o advogado do presidente Lula. Outro que está julgando o ex-presidente Bolsonaro é o ministro Dino que vestia a camisa de Lula e chamava Bolsonaro de corrupto e ladrão”.
Tomba Farias também se contrapôs, no decorrer da sessão da quarta-feira (10), declarações do líder do governo do Estado, Francisco do PT, de que durante o governo Bolsonaro havia fome no país. “Se o deputado Francisco não está sabendo que o povo do Rio Grande do Norte está passando fome, convido ele para andar comigo para ver o que o povo está comendo. O povo cansou de esperar a picanha e a cerveja que Lula prometeu”, comparou.
O parlamentar municipalista destacou também que a luta do Partido Liberal e das demais forças de direita “é para evitar que a implantação da ditadura no Brasil aconteça. A esquerda quer transformar a história do Brasil numa Venezuela”.
Farias entende que o ex-presidente Bolsonaro está sendo julgado por um crime que não cometeu. “Como vai se falar em golpe de estado se ninguém tinha uma bazuca , uma metralhadora, não tinha nenhum tipo de arma?”, questionou, acrescentando: “ O MST invadiu o Congresso Nacional, quebrou tudo, com foi foice e tudo mais, e não foi ninguém preso até hoje”.
Ainda direcionando críticas ao Judiciário brasileiro, o deputado disse que a justiça, no passado recente, “soltou um ladrão” e agora tenta prender um “homem honesto e digno.”
Para o líder do PL o país “está vivendo em plena ditadura, implantada por este partido (PT), inclusive, a dificuldade que tinha de caminhar e resolver os nossos problemas juridicamente nesse país acabou”.
O deputado Coronel Azevedo (PL) somou-se às declarações do companheiro de partido, elogiando a postura do ministro Luiz Fux, que votou pela nulidade de todo o processo que “muitos chamam de farsa da trama golpista”, levantando a preliminar de incompetência do Supremo Tribunal Federal para julgar Jair Bolsonaro, que “não se encaixa no que determina a Constituição Federal”.
Coronel Azevedo criticou o STF ao mudar entendimentos da lei e sem interpretar “a lei que é a vontade do povo expressa por seus representantes. O Congresso escreveu a Constituição e não vale o texto da lei, vale a interpretação que a cada momento os togados, a sua bel-conveniência, vai dando ao longo do tempo”.
A deputada Terezinha Maia (PL) disse que Jair Bolsonaro “tem a marca de melhor presidente do Brasil e para os municípios, a esquerda quer eliminá-lo, porque sabe que ele é muito forte” para a disputa presidencial em 2026.
O deputado Adjuto Dias (MDB) também acompanhou o posicionamento de Tomba Farias, que foi contestado por Francisco do PT em virtude da alegação de o país está vivenciando uma ditadura: “É interessante a relativização das circunstâncias e das situações e como cada um molda seu pensamento à narrativa que lhe convém”.
Adjuto Dias alertou que “em tempos passados, até na época da Guerra Fria houve realmente uma ditadura miliar no Brasil, mas haviam esses guerrilheiros que atentaram contra a vida de outras pessoas, sequestraram embaixadores e assaltaram bancos, tudo pra financiar a colocação de um outro regime contrário, não era lutando pela democracia, ninguém ali lutava pela democracia não.”.
O deputado Francisco do PT dizia que o presidente Lula e vários segmentos da sociedade “lutaram por anistia para quem foi perseguido por uma ditadura militar implantada no país, é diferente de hoje. Os que estão querendo anistia hoje são os que queriam aplicar um golpe para perseguir um setor da sociedade e para implantar uma ditadura”.
“É uma comparação descabida. Anistia para quem foi perseguido e anistia para quem queria dar um golpe”, arguia Francisco, para quem “o problema é que Bolsonaro perdeu a eleição e não quis admitir. Ficou botando culpa em urna eletrônica. A mesma que elegeu o governador de São Paulo, Tarcísio.”.
Julgamento foi retomado na terça-feira (9) e deve terminar na próxima sexta-feira (12). Além de Bolsonaro, também são réus: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Souza Braga Netto.
Veja abaixo como está a votação dos ministros da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da trama golpista.
Até esta quarta-feira (10), concluíram os votos os ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O ministro Luiz Fux ainda está votando, em uma sessão que já ultrapassa 10 horas.
Até a última atualização, Fux votou para absolver Bolsonaro, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Augusto Heleno em todos os crimes. O Placar está 2 a 1. Com o voto de Fux, o STF formou maioria pelas condenações de Mauro Cid e de Braga Netto por abolição do Estado de Direito. O ministro ainda votará sobre os outros réus.
Na quinta-feira (11), ainda votarão os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou nesta quarta-feira (10) a Operação Viúva Negra, voltada à investigação de atividades ligadas a jogos de azar e lavagem de dinheiro. A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada na Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DECCOR-LD).
Segundo informações da corporação, foram cumpridas medidas cautelares que resultaram no bloqueio judicial de aproximadamente R$ 2 milhões em contas bancárias, além do sequestro de quatro imóveis em Parnamirim e Mossoró, e da apreensão de veículos de médio e alto padrão. Também foram recolhidos documentos, equipamentos eletrônicos e outros materiais considerados relevantes para o inquérito.
As investigações tiveram início a partir de relatórios da Delegacia de Combate à Corrupção e de comunicações encaminhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). De acordo com a polícia, foram identificadas movimentações financeiras consideradas incompatíveis com a renda declarada de pessoas investigadas, além da aquisição de bens de luxo e imóveis pagos em espécie.
A apuração aponta que os suspeitos utilizavam plataformas virtuais de jogos de azar, conhecidas popularmente como “jogo do tigrinho”, divulgadas em redes sociais. O modelo de atuação incluía a divulgação por influenciadoras digitais, que, segundo a investigação, utilizavam conteúdos com apelos visuais e ostentação de padrão de vida elevado para atrair seguidores às plataformas.
O inquérito também indica que os valores movimentados eram rapidamente convertidos em bens ou transferidos por meio de empresas de fachada e serviços de pagamento, em possível tentativa de ocultação de patrimônio.
A operação contou com o apoio de equipes da DEICOR, do 2º Núcleo de Investigação Qualificada, da 51ª Delegacia de Polícia de Jucurutu, da 73ª Delegacia de Umarizal, da 7ª Delegacia Regional de Patu e da 3ª Delegacia Regional de Caicó.
Durante todo o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo reforça a importância do cuidado com a saúde mental e enfatiza a prevenção ao suicídio. Entre sentimentos e inovações tecnológicas, o debate atual é até que ponto a Inteligência Artificial pode analisar emoções humanas. Para entender melhor o tema, a TRIBUNA DO NORTE conversou com profissionais da psicologia e tecnologia, buscando respostas sobre a viabilidade da autoterapia digital e os limites da IA. A mestre em psicologia Emmanuela Pimenta é enfática: não há como substituir a psicoterapia por IA.
Segundo dados da agência de comportamento Talk Inc., mais de 12 milhões de brasileiros já utilizam chatbots de Inteligência Artificial para apoio psicológico, sendo que 6 milhões recorrem especificamente ao ChatGPT, modelo de linguagem capaz de simular conversas humanas. A preocupação se intensifica neste Dia de Prevenção ao Suicídio, lembrado nesta quarta-feira (10), em meio à repercussão de episódios trágicos relacionados ao tema.
Emmanuela Pimenta explica que a interação com a Inteligência Artificial é apenas uma conversa, não uma relação. Segundo ela, a IA não consegue compreender os sentimentos humanos, pois, ao falar uma frase, o ser humano também utiliza outros elementos — como tom de voz, expressão corporal e facial — fundamentais para a interpretação emocional.
“A principal questão é o perigo, porque a pessoa vai estar conversando com uma IA que não possui a leitura de um ser humano. Ela não consegue captar, inclusive nas entrelinhas, o que o paciente traz. A IA, por si só, tende a validar tudo que você diz, independentemente do conteúdo. Se pegarmos um paciente em crise, com pensamentos suicidas, e ele afirmar que vai fazer algo, a IA pode validar, pois não tem consciência do processo”, relatou.
Emmanuela Pimenta é mestre em psicologia e possui formação em terapia cognitivo-comportamental, ela explica que não há como substituir a psicoterapia por IA | Foto: TN Play
No dia 26 de agosto deste ano, os pais de um jovem residente em São Francisco, nos Estados Unidos, processaram a OpenAI por supostamente “contribuir” para o ato de suicídio do filho. O adolescente teria recebido orientações negativas fornecidas pelo ChatGPT, com formas de autoagressão, o que possivelmente levou à consumação da morte. Após o caso, a empresa afirmou que planeja implementar controles parentais e explorar formas de incentivar usuários em crise a buscar ajuda humana.
O episódio acende um alerta, especialmente no Brasil, onde cerca de 18 milhões de pessoas — 9,3% da população — convivem com transtornos de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O caso levanta debates sobre até que ponto a IA pode concordar e ajudar em situações críticas.
Entendendo a Inteligência Artificial
A validação da ferramenta acontece porque ela opera com base em estatísticas, e não na verdade, buscando agradar o usuário e manter a interação. Esse conceito é defendido por Raniery Pimenta, diretor regional do Senac e especialista em IA.
“Ele [ChatGPT] faz cálculos e análises, como se fosse o corretor do seu celular. Tenta entender qual é a palavra que você está querendo dizer, mas de forma mais ampla: compreende a sentença inteira, às vezes o contexto, fazendo milhões de cálculos em frações de segundos”, explicou.
Segundo Raniery, os dados utilizados pelos chatbots vêm de sites públicos, livros de domínio público, artigos, transcrições de vídeos, redes sociais e interações em plataformas digitais abertas. “Com base nisso, ele aprende, entende, compreende e utiliza essas informações para gerar respostas que parecem conversas naturais, mas são cálculos elaborados”, completou.
Ele também ressalta que os limites da IA são definidos por cada empresa, estabelecendo critérios de ética sobre o que deve ou não ser compartilhado.
Diretor regional do Senac, Raniery Pimenta também é especialista em IA e estudioso da transformação digital no mundo do trabalho e na educação | Foto: TN Play
IA não substitui psicoterapia
Os profissionais da psicologia possuem carga horária de trabalho diária e valor fixo por consulta. Com a Inteligência Artificial, fazer autoterapia digital é gratuito e pode ser realizado a qualquer hora do dia. Porém, essas vantagens não são suficientes para ter os mesmos resultados de uma consulta humana. Emmanuela Pimenta acredita que não tem como substituir um tratamento com um terapeuta pela conversa com a IA.
“As pessoas que não fazem terapia, quando usam a IA em casos leves — depressão ou ansiedade — apresentam melhora imediata, o que não podemos negar. Mas esse alívio é passageiro e não tem continuidade, fazendo com que o quadro clínico acabe regredindo. Por isso, não é interessante utilizá-la como substituta do profissional”, disse.
O uso constante da ferramenta pode gerar dependência psicológica, impedindo que o paciente tome decisões sozinho.
“Enquanto terapeutas, buscamos dar autonomia ao paciente, ensinando estratégias para que ele se torne seu próprio terapeuta. Com a IA, a pessoa se torna dependente: sempre que houver um problema, perguntará à ferramenta ‘o que eu faço?’. Na psicologia, nosso objetivo é justamente a autonomia do sujeito”, reforçou Emmanuela.
Como a IA deve ser usada
Para evitar que a IA valide tudo automaticamente, é necessário treiná-la para criar senso crítico nas respostas, utilizando-a principalmente para pesquisas gerais, não para análise de sentimentos. Raniery Pimenta também alerta para a importância de checar a veracidade das informações. “O que ela [IA] quer é dar uma resposta. Devemos ter cuidado, porque somos responsáveis pelo uso dessas informações”, disse.
Em linhas gerais, plataformas como o ChatGPT são criadas para analisar perguntas e gerar respostas úteis, claras e criativas, sendo eficazes para trabalho e vida pessoal, mas sempre com limites e consciência do usuário.
“É muito importante que você não queira necessariamente fazer da ferramenta de IA uma ferramenta de perguntas e respostas, ela é uma ferramenta que vai potencializar as suas entregas. Então a minha dica é que converse, interaja, critique, discuta e peça fontes, como faria com qualquer ser humano inteligente”, completou.
Emmanuela defende que a IA pode ser aliada dos psicólogos, auxiliando na personalização do atendimento e no monitoramento dos pacientes. “A IA não deve ser concorrente, mas favorecedora, desde que usada de …
vanilson Oliveira se filia ao MDB e disputará reeleição em 2026 pelo partido liderado por Walter Alves
O MDB do Rio Grande do Norte anunciou nesta quarta-feira 10 a filiação do deputado estadual Ivanilson Oliveira. O parlamentar vai deixar o União Brasil. Em nota, o MDB informou que o parlamentar aceitou o convite do vice-governador e presidente estadual da legenda, Walter Alves, e vai oficializar sua entrada no partido.
Por ser deputado estadual, Ivanilson Oliveira precisa de autorização do seu atual partido, o União Brasil, para se filiar a outra sigla. A saída sem aval pode resultar na perda do mandato. Segundo o MDB, Ivanilson vai fazer a solicitação formal da carta de anuência ao presidente da sigla, José Agripino Maia. Caso não receba o aval, ele terá de aguardar até março de 2026, quando será aberta a janela partidária – quando parlamentares podem trocar de legenda sem receberem punição.
Com a filiação, Ivanilson confirma que disputará a reeleição em 2026 pela nominata do MDB.
O presidente estadual do MDB, Walter Alves, destacou a importância da chegada do parlamentar. “Ivanilson é um ótimo reforço para os quadros do MDB. Temos certeza de que sua atuação contribuirá ainda mais para o fortalecimento do nosso partido e para a defesa dos interesses do Rio Grande do Norte”, afirmou.
Ivanilson Oliveira foi eleito deputado estadual para o primeiro mandato nas Eleições 2022 quando obteve 27.426 votos, pelo União Brasil. “Estou feliz em fazer parte do MDB, um partido com história e força no Rio Grande do Norte. Chego para somar, contribuir com o projeto do partido e continuar trabalhando em defesa da população potiguar”, disse o deputado.
Ministro entendeu que o ex-presidente não integrou organização criminosa
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira 10 pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro em todos os cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Com a decisão, o placar do julgamento está em 2 a 1 pela condenação, já que os ministros Alexandre de Moraes, relator, e Flávio Dino se manifestaram anteriormente pela condenação. Ainda faltam votar as ministras Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Assim como havia feito no julgamento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Fux entendeu que o ex-presidente não integrou organização criminosa.
Crimes relacionados ao 8 de Janeiro
Sobre os crimes de dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, atribuídos a Bolsonaro pela PGR em razão das depredações de 8 de janeiro de 2023, Fux afirmou não haver provas de que o ex-presidente tenha ordenado a destruição dos prédios públicos.
Para o ministro, “seria necessário demonstrar que o resultado [o 8 de Janeiro] é consequência” dos discursos e comportamentos de Bolsonaro nos meses anteriores, o que, segundo ele, a acusação não comprovou. “Falta nexo de causalidade”, disse.
O magistrado também já havia votado pela absolvição de Cid e Garnier nesses mesmos crimes, desvinculando os atos golpistas daquela data dos réus atualmente em julgamento no STF. No entanto, Fux votou pela condenação de Mauro Cid por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, o que já formou maioria nesse ponto.
Crimes contra a democracia
Em relação aos dois crimes contra a democracia denunciados pela PGR — tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito —, Fux também votou pela absolvição de Bolsonaro.
Ele avaliou três pontos levantados pela acusação: uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar autoridades, discursos contra as urnas eletrônicas e suposta adesão a planos golpistas.
Sobre a Abin, afirmou que o software FirstMile deixou de ser usado em maio de 2021, antes do período indicado pela PGR como início dos crimes, em julho de 2021. Para o ministro, a Procuradoria não comprovou quais leis teriam sido violadas com o uso do programa.
Quanto aos discursos, disse que “a simples defesa de mudança do sistema de votação não pode ser considerada narrativa subversiva”. Já sobre supostos planos golpistas, avaliou que não há provas de atos executórios por parte de Bolsonaro.
Minuta golpista e depoimento de Cid
Fux citou a minuta encontrada que previa a decretação de estado de sítio para suspender a sucessão eleitoral, discutida em reuniões no Palácio da Alvorada. “Se é minuta, é mera cogitação, jamais poderia se afirmar que houve execução. O estado de sítio depende de prévia autorização do Congresso Nacional”, declarou.
“Qualquer ato executório envolvendo as Forças Armadas dependeria de um decreto formal assinado pelo presidente da República. Entretanto, Jair Bolsonaro jamais procedeu nesse sentido, limitando-se, segundo as provas dos autos, a atos preparatórios”, concluiu.
Segundo o ministro, até o próprio Mauro Cid afirmou em sua delação premiada que Bolsonaro não assinaria decretos de estado de exceção. Ele também acolheu o argumento da defesa de que não há provas de que a minuta previa prisão de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes. Para Fux, essa versão surgiu apenas na colaboração de Cid.
Planos Punhal Verde Amarelo e Copa 2022
Sobre o plano denominado Punhal Verde Amarelo, cujo arquivo foi apreendido com o general Mário Fernandes, o ministro disse que não há evidências de que Bolsonaro tivesse conhecimento do documento.
Ele questionou a afirmação da Polícia Federal de que o arquivo teria sido impresso no Palácio do Planalto por Fernandes. “As provas são insuficientes de que essa minuta tenha chegado a ser apresentada ao réu Jair Bolsonaro”, afirmou.
“Ao contrário do que sugere o Ministério Público, [um áudio entre Fernandes e Cid, em 8 de dezembro de 2022] não sugere que a ação violenta era previamente autorizada” pelo então presidente, completou.