Sobe para 16 número de mortos após bondinho descarrilar em Lisboa

Elevador da Glória, uma das principais atrações turísticas da capital portuguesa, tombou nesta quarta-feira (3). Outras 21 pessoas ficaram feridas no incidente.

O número de mortos do descarrilamento do Elevador da Glória, um bondinho histórico e uma das principais atrações turísticas de Lisboa, subiu para 16 na manhã desta quinta-feira (4), afirmaram autoridades portuguesas.

No início da manhã, o serviço de Proteção Civil de Portugal havia informado que o número de mortos era de 17, mas, mais tarde, o primeiro-ministro de Porutugal, Luis Montenegro, corrigiu a informação e disse que o balanço total de mortos é de 16. O erro, segundo o serviço de Proteção Civil, se deveu a um registro duplicado.

A tragédia, ocorrida na quarta-feira (3), também deixou mais de 21 hospitalizadas, cinco delas em estado grave, segundo as autoridades. Há um brasileiro entre os feridos, afirmou o cônsul-geral do Brasil nesta quinta.

Ao g1, o Itamaraty informou que o brasileiro já recebeu alta e afirmou que, até a manhã desta quinta, não havia registro de brasileiros entre as vítimas.

A polícia portuguesa divulgou nesta quinta-feira a nacionalidade de 15 das 16 vítimas. Entre elas, há:

  • 4 portugueses;
  • 2 alemães;
  • 2 espanhóis;
  • 1 coreano;
  • 1 cabo-verdeano;
  • 1 canadense;
  • 1 italiano;
  • 1 francês;
  • 1 suíço;
  • 1 marroquino.

As causas do acidente continuavam a ser investigadas pelas autoridades portuguesas até a última atualização desta reportagem, e outros três funiculares de Lisboa estão passando por inspeções preventivas por conta do acidente no Elevador da Glória.

A linha opera desde 1885 e conecta a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto. Ambas as regiões são muito frequentadas por turistas e ficam no coração da capital portuguesa.

Veja a seguir o que se sabe sobre o caso.

O que aconteceu?

O acidente ocorreu por volta das 18h05, horário local (14h05 em Brasília). As autoridades informaram que o bondinho descarrilou enquanto descia uma ladeira em direção à Praça dos Restauradores.

A imprensa local relatou que o veículo, também conhecido como elétrico em Portugal, bateu contra um edifício e tombou.

A Polícia Judiciária de Lisboa afirmou que 15 pessoas morreram no local do acidente e 23 ficaram feridas. As vítimas foram levadas para hospitais da região e cinco pessoas foram socorridas em estado grave. Duas delas não resistiram e morreram na manhã desta quinta, o que fez o número de mortos ir a 17, e o de feridos para 21.

O governo português declarou luto nacional.

por g1

Compartilhe

Rogério Marinho chama PT de “partido dos caguetas” após denúncia contra Tarcísio

Deputado do PT acusa o governador de SP por obstrução de justiça por ter se reunido com Hugo Motta para discutir o projeto de lei que prevê anistia pelos atos de 8 de janeiro

O senador Rogério Marinho (PL-RN) criticou o Partido dos Trabalhadores após o deputado federal Rui Falcão (PT-SP) protocolar uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Em publicação nas redes sociais, Marinho escreveu: “O partido dos caguetas, linha auxiliar do MP, cúmplice da repressão, novamente cumprindo seu papel de tentar sufocar a crítica, o debate e a irresignação da sociedade. Tarcísio tem legitimidade e autoridade dada pelo povo de São Paulo para defender a constituição e o correto cumprimento da lei. Já o PT… trabalha pela transformação do Brasil em Venezuela. Não passarão.”

A representação de Rui Falcão foi direcionada ao ministro Alexandre de Moraes. No documento, o deputado acusa Tarcísio de obstrução de justiça por ter se reunido em Brasília com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para discutir o projeto de lei que prevê anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Segundo o texto protocolado, o encontro ocorreu no mesmo período em que tramita a Ação Penal 2668, que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta participação em tentativa de golpe de Estado. Para o petista, a articulação de Tarcísio seria uma “interferência direta no exercício do Poder Judiciário”.

A petição já foi anexada aos autos do processo. Rui Falcão pede que sejam investigados os recursos utilizados para a viagem do governador a Brasília e solicita medidas cautelares como entrega do passaporte, restrição de saída do país sem autorização prévia do STF e proibição de contato com réus e investigados relacionados ao caso.

O documento também requer que Tarcísio se abstenha de pressionar a Suprema Corte ou seus ministros durante os julgamentos, sob pena de prisão preventiva em caso de descumprimento.

por Agora RN

Compartilhe

Campanha pede inclusão de medicamentos para obesidade no SUS

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou esta semana campanha nacional pela inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de fármacos que combatem a obesidade.

O movimento conta com apoio da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), entre outras.

Em nota, a Sbem informou que a proposta é mobilizar a sociedade, sensibilizar autoridades e pressionar por políticas públicas que garantam acesso a tratamento adequado, sobretudo medicamentoso, na rede pública.

O comunicado cita que a obesidade, embora reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica multifatorial, permanece como uma das únicas sem tratamento medicamentoso incorporado ao SUS.

“Enquanto pacientes com hipertensão, diabetes, asma ou dislipidemia têm acesso gratuito a medicamentos, aqueles que vivem com obesidade permanecem sem qualquer alternativa terapêutica na rede pública”, destacou a Sbem.

A entidade ressalta que, até o momento, nenhum fármaco para perda de peso foi incorporado ao SUS – nem mesmo medicamentos agonistas GLP-1, popularmente conhecidos como canetas emagrecedoras.

“Nos últimos cinco anos, quatro medicamentos para o tratamento da obesidade foram submetidos à análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e tiveram sua incorporação negada: orlistate, sibutramina, liraglutida e semaglutida.”

PUBLICIDADE

Números

Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2025, da Federação Mundial da Obesidade (WOF, na sigla em inglês), indicam que 31% dos adultos brasileiros têm obesidade, enquanto 68% têm sobrepeso – o que significa que quase sete em cada 10 vivem com excesso de peso.

As projeções indicam que, se nada for feito, até 2044 quase metade da população adulta brasileira (48%) estará obesa.

O relatório revela ainda que mais de 60 mil mortes prematuras no Brasil são atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade por sua associação a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC).

“Além do impacto humano, o problema traz custos expressivos para o sistema de saúde”, destacou a Sbem, ao citar estimativas de estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) que apontam que, entre 2021 e 2030, os custos diretos ao SUS com doenças associadas à obesidade podem atingir US$ 1,8 bilhão.

Já as perdas indiretas, como anos de vida produtiva, segundo o estudo, podem chegar a US$ 20 bilhões.

Agência Brasil

Compartilhe

Comando de Caicó lamenta mortes de PM e namorada em acidente

O Comando de Policiamento Regional II (CPR-II) lamentou a morte do 3º Sargento da Polícia Militar, Eudes Lima de Moura, de 44 anos, e da namorada, Luciana de Medeiros Dantas, de 34, vítimas de um acidente automobilístico na RN-233, nas proximidades de Paraú. O evento trágico ocorreu na noite de quarta-feira (3).

Segundo o CPR-II, Eudes ingressou na Polícia Militar do Rio Grande do Norte em 2009 e estava atualmente lotado no Destacamento de Timbaúba dos Batistas, pertencente à 5ª Companhia Independente de Polícia Militar (5ª CIPM). Em nota, o Coronel Soares, em nome de todo o efetivo da região, “se solidarizou com familiares e amigos e expressou votos de profundo pesar”.

O acidente foi registrado por volta das 18h, quando o carro de passeio do casal teria se chocado com um caminhão. De acordo com o boletim de ocorrência, os dois ficaram presos às ferragens e morreram no local. O motorista do caminhão sofreu ferimentos e foi levado para atendimento médico. Não há informações sobre o estado de saúde dele.

Compartilhe

‘O velho não está bem’, diz Carlos Bolsonaro no segundo dia do julgamento do pai

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta quarta-feira, 3, que o estado de saúde do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, não é bom. Em uma publicação no X (antigo Twitter), afirmou que “o velho não está bem, mas resiste”. A declaração foi dada no segundo dia de julgamento de Bolsonaro e outros réus por envolvimento em uma trama golpista.

“Tenho acompanhado meu pai, que depende de medicações indispensáveis e extremamente controladas para tentar manter sua saúde”, escreveu. Em outras declarações, Carlos detalhou que Bolsonaro enfrenta soluços e refluxos constantes, mas conta com o apoio da família e de apoiadores.

Carlos também voltou a criticar a prisão do ex-presidente, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 4 de agosto.

“Ele resiste não apenas à fragilidade do corpo, mas também às ilegalidades que o mantêm preso, com a saúde cada vez mais debilitada. Peço que continuem firmes – não se trata de direita ou esquerda, mas de humanidade”, declarou.

Nesta quarta-feira, Jair Bolsonaro fez uma breve aparição enquanto caminhava em sua residência, localizada em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou em suas redes sociais que, neste segundo dia de julgamento, o ex-presidente recebeu flores da empresária Maria Amélia.

O ex-presidente é réu em julgamento na Primeira Turma do STF, ao lado de outros sete militares, acusado de liderar uma organização criminosa que teria planejado uma tentativa de golpe de Estado e até o assassinato de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes.

Estadão Conteúdo

PUBLICIDADE

Compartilhe

Acompanhe o Cenário Político no Rio Grande do Norte

O cenário político do Rio Grande do Norte está agitado, especialmente entre os evangélicos, com novos líderes surgindo. Um dos nomes em destaque é Pedro Filho, vereador mais votado da cidade de Assú, que se apresenta como forte candidato à Câmara Federal em 2026, sendo citado na pesquisa CONSULT.

Filho do respeitado Pedro Cavalcante, ele é empresário, pregador do Evangelho e ativo na política, ganhando prestígio no Vale do Açu, especialmente entre igrejas evangélicas e líderes cristãos. Recentemente, ele tem expandido sua atuação política chegando forte ao Trairi e alcançando diferentes grupos, com foco no meio evangélico, onde sua mensagem é bem recebida.

Um marco de sua pré-campanha foi a aliança com Adenúbio Melo, ex-vereador de Natal e ex-campeão mundial de boxe, conhecido entre os evangélicos. Ademais, Pedro Filho tem dialogado com figuras políticas importantes, como o deputado Coronel Azevedo, fortalecendo sua presença no campo conservador. Com carisma, apoio popular e alianças, ele surge como uma das promessas do PL para as eleições de 2026.

Compartilhe

Lula cita “risco” de Congresso aprovar anistia: “Extrema-direita tem força”

Projeto tem sido defendido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível adversário do presidente nas urnas em 2026

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quinta-feira (4), sobre o “risco” de o Congresso Nacional aprovar uma anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Para o petista, a “extrema-direita” segue com força no Parlamento.

A declaração ocorreu durante uma roda de conversa com comunicadores e ativistas do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte. O bate-papo foi transmitido nos perfis de Lula nas redes sociais.

“Agora, é outra coisa que nós temos que saber: se for votar no Congresso, nós corremos o risco da anistia, porque o Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, aprovou quase tudo que o governo queria, mas a extrema-direita tem muita força ainda”, disse Lula.

Como mostrou a CNN, Lula reforço ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ser contra qualquer proposta de anistia aos envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes.

No encontro com o chefe do Executivo na quarta-feira (3), Alcolumbre não mencionou a proposta, mas o presidente fez questão de ressaltar que, na visão dele, a ideia de perdão atenta contra a democracia e a soberania nacional.

Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que esteve em Brasília nesta semana, aproveitou a ocasião para liderar as negociações em prol da anistia. Aliados de Tarcísio

Cotado para concorrer à Presidência da República em 2026, Tarcísio se reuniu ontem com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para tratar do assunto.

Em um jantar que reuniu o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL), e o pastor Silas Malafaia no Palácio dos Bandeirantes na noite de ontem, o governador previu a aprovação da anistia na Câmara e no Senado ainda neste ano.

O trio avaliou que o projeto deve passar na Câmara com mais de 300 votos, o que, na visão deles, tornará a aprovação no Senado inevitável.

por CNN, São Paulo

Compartilhe

Querem tirar Bolsonaro do jogo político, afirma PL

O PL divulgou nas redes sociais, nesta 4ª feira (3.set.2025), um vídeo em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A publicação se dá no mesmo dia em que seus advogados fazem a sustentação oral no julgamento em curso no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe.

Na gravação, a sigla afirma que há uma tentativa de “apagar Bolsonaro da cena política” e que o processo é motivado por perseguição política. “É por isso que querem tirá-lo do jogo. Porque ele inspira, porque arrasta multidões, porque incomoda quem não tem os mesmos valores”, diz a mensagem.

A peça também sustenta que a “esperança não pode ser silenciada” e defende que a escolha do povo deve prevalecer: “Eles querem calar o Bolsonaro, mas é o povo que decide. E o Brasil não se curva.”

Poder360

Compartilhe

Tarcísio articula anistia de atos golpistas do 8 de janeiro e pauta ganha força na Câmara dos Deputados

Em meio ao julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado, o governador São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu uma posição de liderança nas tratativas sobre uma anistia. A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados disse esperar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), “cumpra a palavra” e paute a anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de Janeiro, para também beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante uma entrevista ao Diário da Grande ABC, na última sexta-feira, dia 29, Tarcísio afirmou que conceder à anistia a Bolsonaro será seu primeiro ato caso seja eleito presidente em 2026. Nesta terça, dia 2, Tarcísio foi a Brasília e se reuniria com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para discutir o assunto. Flávio afirmou que o projeto está quase pronto e será apresentado nos próximos dias. Ele deve contar com o apoio do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) na articulação do tema. Lira se encontrou na segunda-feira, dia 1º, com Bolsonaro.

Esse tema será, segundo a oposição na Câmara, o principal a ser levado para a reunião de líderes dessa terça-feira, 2, que definirá os projetos que devem ser votados em plenário nesta semana. Como mostrou a Coluna do Estadão, porém, não há vontade de lideranças do Centrão em fazer a anistia prosperar.

“Um homem tem palavra. A gente acredita que chegou a hora de ele (Motta) cumprir a palavra”, disse Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. “Cabe ao Congresso pautar uma pauta que pode pacificar o nosso País.”

Deputados oposicionistas se reuniram no apartamento funcional de Zucco em Brasília para definir estratégias nesta semana. Para eles, o julgamento de Bolsonaro e mais sete réus que o Supremo Tribunal Federal (STF) conduz é um “teatro” de jogo combinado para condenar o ex-presidente e os demais.

Em razão disso, dizem eles, parlamentares não deverão estar massivamente presentes durante todo o julgamento. “A gente sabe que ir para esse julgamento é só assistir a um teatro. A gente tem sim intenção de sim acompanhar a fala do presidente Bolsonaro ou o voto dos ministros”, disse Zucco.

Para a líder da minoria, Caroline de Toni (PL-SC), o início do julgamento marca o “dia da vergonha”. “Que fique marcado o dia de hoje como o dia da vergonha nacional, o dia da plena perseguição e não nos calaremos”, afirma De Toni.

Além da reação na Câmara, a oposição definiu o 7 de Setembro como dia de protestos e de mobilização popular nas ruas. Segundo os parlamentares, haverá manifestações em todas as principais capitais do Brasil.

Estadão Conteúdo

Compartilhe

STF tem 2º dia de julgamento do golpe com defesa de Bolsonaro e outros réus

O segundo dia do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta quarta-feira, 3, às 9h, com a sustentação oral da defesa do general Augusto Heleno, seguida pelos advogados do ex-presidente. A sessão está prevista para terminar às 12h, mas pode se estender por mais uma hora. Isso pois também farão as defesas do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e do ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto. Cada parte terá até 60 minutos para apresentar seus argumentos.

Assim como ocorreu com outros réus no primeiro dia de julgamento, a defesa de Bolsonaro deve reforçar teses já apresentadas anteriormente.

Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno apostam em duas frentes. Na processual, especialidade de Vilardi, vão insistir na anulação da delação de Mauro Cid e alegar cerceamento à defesa em razão de prazos reduzidos. O objetivo é explorar supostos vícios processuais capazes de anular a cadeia de provas formada durante o inquérito e a ação penal.

Na frente de mérito, a defesa deve tentar desvincular Bolsonaro dos atos de 8 de janeiro, já que as acusações de deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União nesse episódio são usadas pela PGR para sustentar os crimes mais graves de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A defesa também deve trazer à tona o princípio da consunção, pelo qual um crime mais amplo pode absorver outro de menor alcance quando praticados no mesmo contexto, e insistir na tese de que os fatos apontados foram meramente preparatórios, portanto não puníveis pelo Código Penal.

A estratégia passa por sustentar que essas hipóteses se deram por meio de instrumentos previstos na Constituição, como as medidas de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o estado de sítio e o estado de defesa.

Após essa etapa, os ministros da Primeira Turma vão decidir se condenam ou absolvem Bolsonaro e os demais réus, acusados de integrar o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

Todos respondem pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

Além da sessão desta quarta-feira, 3, também estão previstas reuniões no dia 9, de manhã e de tarde, no dia 10, pela manhã, e no dia 12, pela manhã e à tarde. A expectativa é de que os ministros comecem efetivamente a votar no dia 9, com a manifestação de Alexandre de Moraes.

Como foi o primeiro dia de julgamento

O primeiro dia foi marcado pela leitura do relatório de Moraes, que resumiu o caso e aproveitou para dar recados duros, pela manifestação do procurador-geral Paulo Gonet e pelas sustentações das defesas de réus como Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres.

Relator do caso, Moraes defendeu a soberania nacional e disse que a Corte “jamais faltou ou faltará” com a coragem para repudiar agressões ao Estado Democrático de Direito diante da “covarde e traiçoeira” tentativa de interferir no julgamento – recado que mirou Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusados de articular pressão internacional contra o Supremo.

Na acusação, Gonet apresentou um parecer técnico, mas contundente. Ressaltou que os fatos descritos pela PGR não são isolados, mas partes de uma trama para manter Bolsonaro no poder, e alertou que deixar de reprimir tentativas golpistas significa favorecer modelos autoritários dentro e fora do Brasil

As defesas, por sua vez, não trouxeram novidades e repetiram pontos já levantados nas alegações finais.

Estadão Conteúdo.

Compartilhe